segunda-feira, 31 de março de 2008

Alfredooooo!!!!!!

Tava caindo, caindo, caindo... caiu. Nenhuma novidade, pelo tom fúnebre apresentado há tempos. Alfredo Sampaio, que chegou pra ser auxiliar de Romário (que nunca quis ser técnico), que ficou com a batata-quente na mão, que não se deu bem com Edmundo... está demitido do Vasco.

Que presentão pra torcida Casaca, hein? Às vésperas das semifinais, disputando a Copa do Brasil. Existe algum tipo de planejamento no Vasco? Pensa-se, ao menos, no campeonato brasileiro? Ainda por cima, o clube passa por um momento em que pode trocar de presidente, ou seja, quem é dono do quê, e até quando?

O bom é que a bravata de Eurico foi só bravata: o Vasco perdeu de novo. E pode perder bem mais, se continuar no limbo.

A caixa de surpresas está lacrada

Sete vitórias em sete jogos. Grandes, pequenos, mistos ou reservas, o Botafogo olhou todos do mesmo jeito e buscou os três pontos. Pela campanha e pela atitude do time, é o favorito para levar a Taça Rio. Alguns podem dizer que o time não foi devidamente testado, por não ter encarado todos os titulares dos rivais grandes. Até concordo. Mas dizer que "não fez mais que a sua obrigação!", como se isso fosse algo menor... Ora, cumpriu com suas obrigações devidamente, e está nas semifinais com sobra! Pergunte ao torcedor do Vasco se ele não desejaria o mesmo de seu time.

Aliás, que papelão vascaíno. Perder de virada em casa, jogando preguiçosamente... Seus principais jogadores já não escondem a realidade avistada desde o torneio na Arábia, em janeiro: o time não é bom. Edmundo concordou com o fato de que a derrota dá argumentos para os que consideram o time fraco. Alex Teixeira e Jean reclamaram que os companheiros não jogaram com vontade (ninguém pode acusar o colega de ser perna-de-pau, né?). O técnico já fala como se aguardasse a demissão. Ninguém parece acreditar no time da cruz de malta: nem seu comandante, nem seus atletas, nem sua torcida. Uma caravela à deriva.

Se Dunga der certo na Seleção, não duvido que daqui a algum tempo Renato Gaúcho estará lá. Ambos ex-jogadores (depois de Klinsmann na Copa 2006, é a moda do momento) e ambos insuportáveis na coletiva de imprensa. Rancoroso, Renato ainda lembra das críticas dirigidas ao Fluminense no início do campeonato e, arrogante toda vida, fala sobre a situação do time hoje, bem na Libertadores e na Taça Rio. Renato parece não compreender um detalhe universal do futebol: se o time joga mal, leva crítica; se joga bem, é louvado. Assim é no mundo inteiro. O ex-atacante foi lacaio de Eurico por dois anos no Vasco, só ganhou um título na carreira de técnico e vem com essa marra toda?

Dizem que o Fla não apresentou na Taça Rio um futebol pra levar o título. Mas se o time já está na final, como terá a mesma motivação que os outros? Normalmente, o campeão da Taça Guanabara nem faz boa campanha no 2º turno. Mas é só lembrar que em 1996 Joel Santana levou as duas taças e dispensou as finais, com o Fla invicto. Favoritismos e menosprezos agora são deixados de lado (é a esperança vascaína): nas semifinais, zera tudo. Agora o Campeonato Carioca volta valer alguma coisa.

Outra notícia rubro-negra: rescindiram o contrato com a empresa que prestava o serviço da Fla-TV. O Futebol Racional já tinha apontado que a TV estava patinando, e agora os dirigentes terão trabalho dobrado pra convencer os torcedores novamente. Por que não dão uma olhadinha na TV do Arsenal, da Inglaterra, pra ver como é que se faz?

O Guaratinguetá é um clube-empresa criado para revelar jogadores. Hoje é líder do campeonato paulista - o time mais regular de toda a competição, estando sempre nas cabeças. Pode ser campeão, embora meu palpite é que já conseguiu muito além do esperado, e os grandes não vão querer outra roubada de cena logo na hora da decisão. Fica no ar a dúvida: o time vai ser desmantelado depois do campeonato, já que nasceu com objetivos bem diferentes dos demais? Se isso acontecer, quando a torcida do Guará poderá sonhar mais alto? Será que isso passa pela cabeça de seus dirigentes?

Adriano de boca fechada dá trabalho. Fez dois gols ontem, tem feito sempre, é um jogador decisivo. Se o São Paulo for campeão, preparem-se para seus desabafos... O Corinthians continua deixando a torcida em suspenso (hoje não estaria classificado), a Ponte Preta não se abala e o Barueri se atreve a querer uma vaguinha também.

Não poderia deixar de ressaltar a homenagem a Armando Nogueira. Um dos melhores cronistas da bola, por meio do futebol Armando produzia textos que podem ser comparados aos golaços de Pelé e Garrincha. Enquanto muitos só conseguem analisar o futebol, Armando tem talento para traduzir sua apreciação pelo esporte. Um drible bonito era objeto de uma lauda inteira, com maestria. Apesar dos problemas de saúde, ele continua escrevendo, dessa vez no Lance. Parabéns, Armando!

sábado, 29 de março de 2008

Novos campeonatos

Vão se definindo as semifinais no Rio e em São Paulo. Os quatro grandes cariocas chegam para disputar o título da Taça Rio (ohhh, que novidade!); na terra da garoa, o Palmeiras e o Guaratinguetá confirmam seus bons momentos e agora disputam a liderança. Pena que o Santos empatou e está matematicamente quase fora, é um pouco menos de emoção. Resta a São Paulo e Ponte Preta provarem quem merece estar no quadrangular final.

O Flamengo só precisava empatar com o Madureira; o Madureira só queria era empatar com o Flamengo. Pois o 0 x 0, com toda a desmotivação rubro-negra (o que era de se esperar), até que foi injusto. Bolas na trave, boas defesas do goleiro e gols incrivelmente perdidos impediram o Fla de terminar 100% contra os pequenos.

Amanhã é dia de Fluminense e Botafogo, com o tricolor poupando dez jogadores em virtude da iminente classificação na Libertadores na próxima quarta. Mas não duvido que será um bom jogo, já que o alvinegro não quer perder nenhuma oportunidade de reafirmar seu conjunto. E Wellington Paulista, que chegou cercado de desconfiança, agora só pensa na artilharia.

Em suma, daqui a alguns dias novos campeonatos irão começar, pois as semifinais com os times completos, valendo título, são uma história completamente diferente.

O Boca Juniors ganhou de 4 x 3 do Colo Colo, na mítica Bombonera, de maneira não menos fantástica. Mesmo com toda a catimba característica de qualquer time argentino, o Boca parece predestinado a ser a raça encarnada. Já não é de hoje que seus jogadores nunca desistem do jogo, não se abalam com as situações adversas surpresas e têm disposição e fôlego para virar qualquer placar. A dimensão é esta: se algum time conseguir eliminar o Boca Juniors numa das fases da Libertadores, será o campeão final.

Dunga, mais uma vez, é ríspido sem necessidade com os jornalistas na coletiva após os jogos da Seleção. Não pode ouvir nada que não lhe agrade que já responde nervosinho. Ele mesmo já acusa o golpe - "depois vocês dizem que eu fico nervoso, mas é que eu não abro mão da verdade", disse o ex-cabeça-de-área. Nem nós, monsenhor técnico, muito menos da boa educação e do tratamento como pessoas iguais a você. Dunga parece olhar para cada sujeito que lhe encaminha uma pergunta incômoda como olhava para seus companheiros de time: vacilou (no seu ponto de vista), toma bronca!

Uma beleza a homenagem do Flamengo a um de seus maiores jogadores e técnicos: Carlinhos ganhou um busto na Gávea. Um meio-campo que disputou mais de 500 partidas por um dos maiores times do país e nunca foi expulso só pode ter sabido jogar bola. Quando comecei a acompanhar futebol, lá pros meus 6, 7 anos, Carlinhos era o técnico do Fla campeão da Copa União 1987 (meu primeiro álbum de figurinhas) e depois seria do Brasileirão de 1992. Carlinhos fez várias gerações flamenguistas felizes.

sexta-feira, 28 de março de 2008

As coisas como são

Na última terça-feira o presidente do Flamengo, Marcio Braga, esteve no Arena SporTV e deu uma entrevista emblemática. Sua postura, seus comentários, suas expectativas, suas gafes... Tudo ali é representativo da classe dirigente de nosso futebol. Se puder, assista antes de continuar a ler esse artigo.

"Quadrilha" foi a palavra escolhida por Marcio para classificar a disputa de Fluminense e Vasco por Leandro Amaral. Os risos de Cléber Machado são os mesmos do telespectador: como o presidente do Flamengo faz uma declaração dessas, ao vivo, na TV, com essa desenvoltura? Pois fez, e fico pensando no que já rolou nos bastidores de contratações estranhas do Fla. Também imagino como devem agir os zilhões de empresários que já empurraram zilhões de pernas-de-pau que não duraram um campeonato e logo foram revendidos após surgir inexplicavelmente na vitrine rubro-negra.

Marcio também admite que a culpa do regulamento esdrúxulo do Campeonato Carioca é dos clubes. Mas explica como se dá essa equação: Flamengo e Botafogo fazem oposição à direção da Ferj (o que é verdade), só que no outro lado da balança estão Vasco, Flu, os times pequenos e 92 (!!!) ligas de futebol com direito a voto. É um tipo de estrutura que se repete por todas as federações de futebol do Brasil, o que explica o mandato highlander de Ricardo Teixeira à frente da CBF. E é essa galera que vai realizar a Copa 2014...

Ao falar sobre a Timemania, Marcio Braga também admite que a loteria não está apresentando os lucros esperados. Ela foi criada para suspender as dívidas dos clubes com o Governo e, com o dinheiro dos apostadores, esses clubes receberão novos recursos para ajeitarem sua administração. Mas se os dirigentes serão os mesmos, que esperança há? Sócrates, em sua coluna na Carta Capital, sempre apontou esse aspecto. Chega a ser hilário quando o ex-jogador Caio pergunta a Marcio quem teria sido o responsável pela atual situação deficitária dos clubes. O presidente da agremiação com maior dívida responde dizendo que nem em 48 horas discutindo a questão os debatedores chegariam a uma conclusão. Resposta de quem, nos últimos 30 anos, já foi presidente do Flamengo em outras duas vezes.

Por fim, Marcio Braga reclama dos maus serviços que a Nike vem prestando, e que o Corinthians também estaria insatisfeito. Uniformes não são entregues, ou são feitos de maneira errada... Até que Cléber Machado pergunta sobre a terceira camisa do Fla, lançada nessa semana. Não seria um momento delicado para esse lançamento? Marcio concorda, e dá uma resposta lapidar: "Isso foi decisão da Nike. O Flamengo não tem nada a ver com isso". ????????? Como uma empresa de material esportivo cria e lança uma nova camisa de um time e sua direção nada tem a ver com isso? Ou trata-se de uma mentira, ou o amadorismo dos dirigentes do Flamengo é pior do que se imaginava.

Repito: a entrevista de Marcio Braga é emblemática. Não tenho dúvida que, se trocarmos os nomes dos clubes e seus respectivos presidentes, as opiniões e estilos de administração são bem parecidos (a exceção seria a oposição à Ferj). Marcio ainda aponta a possibilidade de fazer do Flamengo um clube-empresa, com o futebol sendo administrado de forma independente. Dá pra acreditar?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ninguém é Pato

Em cada estréia (Inter, Milan e Seleção principal), um gol. Constantemente, a personalidade para chamar o jogo pra si e não duvidar de sua capacidade para decidi-lo. São características de Alexandre Pato que puderam ser vistas no lance que definiu o Brasil x Suécia de ontem, e que colaboram para transformar o atacante de apenas 18 anos no novo fenômeno midiático do esporte das multidões.

O fato de ser midiático não ofusca o talento que ele tem. É impressionante que um garoto que despontou aos 17 anos e foi logo campeão mundial interclubes não tenha sucumbido à superexposição e à gama de expectativas que lhe foram colocadas. Ao contrário: foi um dos que se salvou na seleção sub-20 e não parece pesar nunca a responsabilidade de estar sob holofotes de todo o tipo.

O que pode explicar a constância de Pato é sua personalidade simples, que parece não ter se deslumbrado com os mundos e fundos que surgiram em seu caminho. Aos 18 anos, já pensa em se casar com a namorada (para quem dedica todos os gols); fala e se veste do mesmo jeito que fazia em Porto Alegre; aceita a reserva tendo a consciência de quem, apesar dos recordes, está no começo da carreira. É o Alexandre de sempre, e isso não dá sinais de que vá mudar.

Ontem a estrela Alexandre Pato não precisava ter corrido na direção do goleiro, numa bola que normalmente vai pro campo de ataque ou rebate em lateral a favor do adversário. Pois ele foi, e mostrou que tem talento (pra acertar um chute dali), raciocínio rápido (pra decidir chutar dali) e noção de quem é ("posso decidir esse jogo"). O 1 x 0 foi justo principalmente para Pato ser, com motivo, a estrela do dia.

Mesmo com todo o blá-blá-blá de que a Olimpíada não é proridade, Dunga vai convocando metade dos jogadores com idade pra Pequim. E são eles que têm feito a diferença nos jogos, além de Robinho. Diego parece que veio pra ficar, mas dificilmente ele e Kaká jogarão juntos. O técnico da Seleção prefere seus amados volantes e o trambolhão Júlio Baptista. E ele já decretou que Richarlyson é lateral-esquerdo, apesar de ter se destacado como meio-campo e de agora não estar jogando nada em posição alguma. Haja paciência...

O que falar do Campeonato Carioca? Fla e Flu ganharam de 4 x 1. Você quer mesmo saber de quem, ou quem fez os gols? Faz diferença? Prefiro imaginar qual o futuro dessas equipes que, motivadas pela rivalidade das torcidas, pode dar um bom caldo futebolístico. O time do Flu, cada vez mais homogêneo, vai corresponder nas semifinais e ser campeão carioca? Ou perde e segue na Libertadores, vencendo a inexperiência e a desconfiança? O time do Fla, com seu futebol de resultados, vai vencer a Taça Rio e dispensar as finais? Passa das oitavas na Libertadores além de ganhar o Carioca? Ou nenhum dos times corresponderá a nada, e os coadjuvantes abocanham as chances? E nisso tudo, Fla e Flu se enfrentam nas finais? Ou nos cruzamentos do torneio continental? Aqui sim, Galvão, haja coração!

O Campeonato Paulista é que está valendo a pena acompanhar. O Santos ressurge a cada jogo e ontem venceu o Corinthians em casa por 2 x 1, aproximando-se da vaga nas semifinais. Quem diria, olhando pra confusão da Vila Belmiro no começo do ano? Com a vitória por 1 x 0 sobre a Portuguesa, o Palmeiras é líder - o que não acontecia há 2 anos! O São Paulo tem chance, a Ponte Preta continua em terceiro, o Corinthians não pode perder... As probabilidades se divertem no Paulistão.

quarta-feira, 26 de março de 2008

É proporcional

O time tem a maior torcida do país: só isso faz com que dirigentes, empresários e emissoras de TV cresçam o olho, em busca dos cifrões advindos dessa característica. Além disso, possui a maior "anti-torcida" também: aqueles que o acompanham apenas pra "secar". Não é à toa que tudo o que ocorre no Flamengo atinge proporções maiores.

Essa perspectiva tem sempre que estar na mente de seus dirigentes, técnicos e jogadores. Ney Franco não possuía essa mentalidade, por mais resultados que obtivesse. Joel parece ter, mas ainda se assusta com o que chama de "superdimensionamento" das questões que envolvem o Fla. Mas é assim mesmo. Renato Augusto já disse que jogar no clube é estar sempre na pressão.

Toró não está visado por ser um jogador violento, mas por não entender que tudo o que fizer (e disser) terá proporções maiores que o normal, por se tratar de Flamengo. Não adianta reclamar de perseguição. É esfriar a cabeça, calar a boca por um tempo e jogar futebol. É o único remédio.

Além do tamanho do clube, a história sempre paira sobre as novas gerações. Portanto, o Fla tem que buscar a vitória em Cuzco - principalmente após o empate de ontem do Cienciano. É isso o que a torcida espera a cada jogo, desde sempre. E o time precisa acreditar que é capaz disso, pois há anos o Flamengo não reunia tanto talento em seu time titular.

Excelente exemplo dá o Corinthians ao mudar seu estatuto e ter eleições diretas para presidente. Sócrates e cia., fundadores do movimento Democracia Corintiana na década de 80, podem comemorar. Em vez de meia dúzia de conselheiros e seus conchavos, agora 14 mil sócios vão escolher seu candidato.

Pode-se argumentar que os mesmos conselheiros farão as novas chapas, e aí os torcedores terão que escolher entre os mesmos vendilhões. Mas as diretas ainda dão um fio de esperança. Imagine se isso acontece no Flamengo: que dirigente ganharia de Zico? Sabemos que o mundo politico-esportivo não é nada simples (que o diga Roberto Dinamite), no entanto faço questão de destacar esse feito raro na história do nosso futebol.

terça-feira, 25 de março de 2008

Novas jurídicas

Há algum tempo o comentarista do SporTV Paulo Cesar Vasconcellos já alertara sobre a repercussão dos julgamentos dos tribunais ser igual (ou maior) que a dos lances dos jogos. Nesta segunda não foi diferente: Kléber (do Palmeiras) suspenso, quatro jogadores do Flamengo indiciados pela última confusão com o Botafogo, e a anulação das eleições do Vasco publicada no Diário Oficial do Estado.

A FIFA esperneia, mas o efeito cascata da impunidade parece universal. Se Martin Taylor, na exemplar Premier League, pega apenas três jogos de suspensão por quase acabar com a carreira de Eduardo da Silva, por que sermos tão duros com os agressores tupiniquins? Kléber deu sete pontos de presente a André Dias, do São Paulo, numa jogada que infelizmente virou corriqueira: subir pra cabecear com o cotovelo no alto. (Até o carniceiro Materazzi, zagueiro da Inter de Milão que popularizou a jogada, provou do próprio veneno no jogo contra o Palermo, caindo desacordado.)

Pois Kléber ficou chateado porque achou a punição de três jogos injusta. O que não deixa de espantar, já que o artigo no qual foi indiciado vislumbrava punição bem maior. Aliás, essa é outra característica dos tribunais desportivos: após os violentos episódios e os milhões de replays servindo de subsídio, enquadram o agressor num artigo que por si só já é duríssimo. No julgamento, a mágica acontece: atenuam violentamente a pena do coitado. Assim foi com Souza, do Fla, e Coelho, do Atlético-MG, no Brasileirão de 2007; com Adriano, e agora com Kléber, no Paulistão 2008.

(Antes que os botafoguenses derramem suas lágrimas: Túlio não teve a pena atenuada, eu sei. Ficou fora do campeonato brasileiro, conforme mandava o artigo. No entanto, aí foi feita justiça, pois quem chuta a cara de um adversário no chão merece suspensão - sim, alvinegros, Fábio Luciano fez o mesmo contra o Nacional, não precisam chiar, merecia igual punição. Se o Botafogo é perseguido ou possui advogados pouco malandros, isso é papo pros torcedores e suas sessões de psicanálise.)

Quatro jogadores do Fla foram indiciados, como de praxe, em artigos assustadores. Alguém acredita que serão punidos por longo tempo? Estou quase comparecendo à audiência pra torcer contra Toró e Obina, mas sei que vai ser em vão.

O que fica claro também é que a justiça desportiva é espelho da justiça do país. Quando saiu a sentença anulando as eleições do Vasco (mais de um ano depois!!!), Eurico Miranda nem se abalou. Ele já sabia que ia levar um tempo pra ser publicada no Diário Oficial (quase um mês), que a partir daí as chapas teriam uma semana para apresentar embargos, que a partir daí os embargos deverão ser julgados, que a partir daí a sentença sobre os embargos também deverá ser publicada no Diário Oficial, e que só a partir daí o Vasco terá até 30 dias (!!) pra marcar nova eleição. Roberto Dinamite tem que ter pavio longo pra aturar tudo isso.

E é só! Quero logo voltar às quatro linhas!

segunda-feira, 24 de março de 2008

A vingança

Foi só a Adidas se assanhar que a Nike aprontou essa pro Flamengo:



Conseguiram fazer uma camisa mais horrorosa que a do Palmeiras...


Grandes e grandes

Os grandes de São Paulo tentam desbancar os pequenos, que foram mais constantes. Os grandes do Rio atropelam os pequenos e medem forças entre si para dar respostas à torcida - sejam quais forem.

O Fluminense, com um elenco que dá opções ao técnico Renato Gaúcho, venceu o Vasco por 2 x 1. Washington mais uma vez não passou em branco e Thiago Neves prossegue a seqüência de boas apresentações (ainda falta ser decisivo nas semifinais e finais). Outra alegria tricolor tem sido a evolução de Conca e a eficiência do coringa Cícero. E Fernando Henrique está calando os que cogitaram sua barração (está na hora da torcida e dos dirigentes pararem de implicar com o goleiro e deixar que trabalhe em paz).


O Vasco não ganhou nenhum clássico este ano. Por se tratar de Campeonato Carioca, nada demais - o Flamengo foi campeão em 2007 com a mesma peculiaridade. Mas Alfredo Sampaio já começa a ser questionado e, pra não perder o hábito, mais um pênalti a favor do cruzmaltino. Antes de cogitar teorias conspiratórias, é preciso reparar que a maioria deles é por falta no veloz Wagner Diniz. Se algum técnico colocar uma marcação com sobra em cima do lateral (por quem saem as principais jogadas de gol do Vasco), é possível que esse número de pênaltis diminua. No entanto, causa arrepios quando Eurico Miranda diz, enfático, que "daqui pra frente o Vasco não perde mais". Aliás, só o dirigente foi para a coletiva de imprensa. Até quando teremos que agüentar Eurico?


O Botafogo, que esperava dificuldades contra o Macaé, goleou sem piedade: 7 x 0. Welington Paulista, novo artilheiro do Carioca com 11 gols, fez quatro. A torcida já se identifica com ele, que também tem marcado nos jogos decisivos - fez contra o Fluminense, nas semifinais, e contra o Flamengo, na final. Pra completar a média com o botafoguense, fez de novo contra o rubro-negro, semana passada. E é raçudo.

Em São Paulo, o Palmeiras continua a ascensão, confirmando a fama de favorito. A partir de agora, terá que corresponder às expectativas, e a pressão deve aumentar. O que não é nenhuma novidade para Luxemburgo, que está a um título de ser o técnico mais vezes campeão paulista (8, junto de Lula, técnico do Santos na Era Pelé).

O Corinthians tem Dentinho, e aí consegue o 1 x 0. O São Paulo tem Borges (que estava no banco!) e aí consegue o 1 x 0. Dois times que encaram cada rodada como a Páscoa - sempre uma pesada cruz a ser carregada. A Ponte Preta mostra que não está pra brincadeira e prossegue em 3º lugar. O Guaratinguetá queima a "gordura" dos pontos ganhos desde o início do campeonato, mas precisa abrir o olho.

Pra nação rubro-negra e pra turma do arco-íris, segue ao lado nova enquete.

sábado, 22 de março de 2008

É por aí

Pela primeira vez no ano pode-se dizer que o Flamengo jogou bem do começo ao fim. 2 x 0 contra a Cabofriense, sem maiores sustos. "Ah, mas foi contra um time pequeno!". Só que o rubro-negro ganhou dos pequenos sem apresentar um futebol de gente grande. Hoje não.

Pelos gols do jogo já se nota a diferença. No primeiro, Renato Augusto (jogando em sua posição original) fez belo passe para Juan, como um autêntico lateral, cruzar para Souza, como autêntico centroavante, "dar o bote" no zagueiro e fazer 1 x 0. No segundo, Souza rouba uma bola no meio de campo (como autêntico volante) e faz um lindo lançamento (como autêntico meia) para Juan, olhando para a grande área, cruzar para Marcinho, que conferiu - de novo, por estar no lugar certo e na hora certa. A versatilidade que o time possui voltou a aparecer.

Cristian vai se firmando como protetor da zaga e Kléberson claramente foi orientado a não atacar. Isso compromete o futebol do campeão do mundo, mas foi o sacrifício necessário. Kléberson fora de sua característica é melhor que Jaílton ou Gavilán jogando o que sabem. Ibson voltou a ser o "multi-homem" de 2007, aparecendo com disposição em todos os lados do campo. Renato Augusto, além do talento, mostra liderança e personalidade. Juan está melhor a cada jogo, também tentando fazer gols. Além de tudo isso, o time teve paciência para tocar a bola com qualidade e sempre que necessário, até chegar ao gol.

As poucas chances que a Cabofriense teve foram cortadas pela zaga ou bem defendidas por Bruno (que é da turma dos goleiros que sabem repor a bola). Joel ainda tentou matar o jogo colocando Maxi e Diego Tardelli, mas o goleiro adversário não deixou. Kléberson tomou o único amarelo e então (raios!) Toró entrou em campo. Na segunda jogada, levou cartão amarelo. O tribunal de justiça desportiva fará um favor à torcida flamenguista se suspender o volante estressadinho e Obina.

Morais, o habilidoso meia do Vasco, diz que inventou um novo drible. Discordo que seja novidade, mas sempre valorizarei o atleta que honrar nossa tradição de futebol-arte (o DNA de Garrincha ninguém tira de nós, vez por outra ele se manifesta). Mais legal ainda foi pedir aos torcedores que dêem um nome para o drible pela internet. São os jogadores da geração web...

sexta-feira, 21 de março de 2008

Obina gordo: aqui se cantou a pedra

Antes mesmo da entrada do atacante no jogo de quarta, foi apontado aqui no Futebol Racional : Obina parece sofrer da mesma dificuldade que Ronaldo Fenômeno quanto ao seu peso. Se a imagem da barriga do jogador impressionou a audiência, muito mais preocupante já estava sendo a imobilidade do xodó em campo.

O preparador físico Ronaldo Torres discorda e acrescenta: na sua melhor fase no Fla, aí sim Obina estava acima do peso. Torres tem feito excelente trabalho (desde setembro não existe contusão muscular no Fla), mas é complicado entender. Se hoje Obina está em forma, com um bom trabalho físico e sem enfrentar a maratona de jogos (é reserva), por que "mata" a maioria das jogadas de velocidade e de contra-ataque do time?


Ibson deu entrevista a um site de Portugal dando a entender que voltará ao Porto. No começo do ano, a diretoria contava com o dinheiro da Fla-TV para comprar o passe do volante. Sempre achei que faltavam atrativos que justificassem uma assinatura da tal TV. Assistir a treinos e entrevistas com os jogadores? Isso a cobertura esportiva faz todo dia. No fundo, foi mais uma iniciativa cujo planejamento era centrado apenas na paixão do torcedor. Que é instável e está cada vez mais inteirado do que é uma boa opção de entretenimento na internet.

O São Paulo conseguiu um empate importante contra o Sportivo Luqueño, ainda mais com o pênalti não marcado a seu favor. Apesar da queda de qualidade do elenco, o tricolor paulista não pode reclamar de seus atacantes. Se Borges e Adriano passam em branco, Aloisio deixa o dele. E, mesmo com a troca anual de jogadores, todos parecem entender como se joga uma Libertadores. Méritos para o técnico Muricy e para o capitão Rogério Ceni, com 50 partidas pelo torneio.

Leandro Amaral volta ao Flu pela metade: não pode mais jogar o carioca (por aparente má-fé da Ferj). E joga pelo tricolor enquanto durar a medida cautelar pedida por seu advogado. Forçado à irregularidade, 2008 pode ser um ano perdido para o atacante, o que é uma pena para o bom futebol.


Aos trancos e barrancos, Vasco e Corinthians vão avançando na Copa do Brasil. Parecem entender que é o caminho mais curto para a Libertadores e para a redenção com a torcida. A conferir os próximos capítulos.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Na conta do chá

Sobrevive o Flamengo. Os 2 x 0 contra o Nacional trouxeram a liderança e a tranqüilidade de volta. O time jogou compacto, ainda que exposto na defesa - mas era o risco calculado. Menos mal que Joel colocou um time ofensivo: Cristian ficou à frente da zaga e foi o melhor em campo, roubou bolas e acabou com vários ataques uruguaios. Kléberson, Ibson e Marcinho jogam pra frente. Luizinho melhora a cada jogo e mostrou raça e disposição impressionantes (a desconfiança inicial de Joel parece ter motivado o atleta).

Marcinho foi, simbolicamente, o nome do jogo. Irritou a torcida com sua lentidão de raciocínio mas compensa tudo com oportunismo na área. Todos os seus gols pelo Flamengo foram assim. Embora não estivesse jogando maravilhas, aproveitou as oportunidades - assim como o resto do time. Bruno ainda salvou os cardíacos fazendo uma defesa incrível quando estava 0 x 0.

Por mais xodó que seja, Obina tem sido um retrocesso quando entra no jogo. Se Tardelli tivesse entrado no lugar de Souza, aposto que faria ao menos um gol. E Joel não pode insistir, nos próximos jogos, com a volta de Toró. Além de não ter tantas qualidades como se fala, está passando por um momento péssimo, em todos os sentidos.

Dizem que o Fla atual é um time caseiro, que só ganha no Maracanã. Estatisticamente, não há o que discordar. Porém é preciso ressaltar que nos últimos anos, flertando com o rebaixamento no Brasileirão, até isso o Fla tinha perdido. Era "sacode" fora de casa e "sacode" diante da torcida. Metade do problema se resolveu. Quer mudar o resto da história? É só enfrentar o Cienciano, em Cuzco, de igual pra igual, querendo a vitória. Se já for pensando em empate e na desculpa da altitude não vai dar...

O Fluminense foi exemplar: não se intimidou após levar o primeiro gol e poderia até ter feito mais um. Contou com a valiosa ajuda dos perebas do Libertad, que desperdiçaram gols incríveis. Mas, ao menos na competição da qual não participava há 23 anos, tem mostrado regularidade. Se não vencer o Carioca mas emplacar na Libertadores, a torcida vai ter muito pó-de-arroz pra jogar.

O Santos perdeu, mas nada desastroso. Pra expectativa que o time apresentava no começo da temporada, está de ótimo tamanho: com chances de se classificar no Paulista e na Libertadores, sem dar vexame. Mesmo que não avance tanto nas duas competições, a casa não caiu. Hoje é a vez do São Paulo: mais uma incógnita que traz adrenalina ao torcedor.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cruzeiro querido. E o Mais Querido?

O Cruzeiro arrancou um empate em Caracas e segue líder invicto de seu grupo na Libertadores. Curioso é que o clube só conseguiu entrar no torneio porque o Fluminense, campeão da Copa do Brasil, ficou em quarto lugar no Brasileirão 2007 e liberou a vaga para o quinto colocado. Terminou o ano envolto em desconfiança mas acertou o elenco e confirma a vocação "copeira". Ramires mostra que a safra de volantes com habilidade veio pra ficar, Marcelo Moreno tem boa média de gols (feitos e perdidos, diga-se) e não duvido que o time de Minas brigue pelo título.

E chegou o grande dia do reencontro do Fla com o Nacional. Como já falei antes em relação ao Fluminense, a torcida rubro-negra não sabe o que esperar do confronto. Principalmente do "momento estressadinho" que o time atravessa. Será que já existe bolão pra quem vai levar cartão amarelo ou ser expulso? O capitão Fábio Luciano espera que dessa vez o Fla termine o jogo com seus 11 jogadores em campo... Pode??

A história do Fla é repleta de drama e situações épicas. A panela de pressão é o normal da Gávea, e os próprios jogadores admitem isso. As vitórias e os títulos sempre tiveram duas características: raça e talento. Quem não tem o último, compensa com o primeiro (sem violência). Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Juan, Ibson, Renato Augusto, Diego Tardelli e Souza: é com a bola bem tratada por estes que a torcida conta.

terça-feira, 18 de março de 2008

Filhos mimados, futuros comprometidos

Jônatas diz que não agrediu ninguém, Toró diz que não chutou o goleiro. Só que não adianta discutir com as imagens da TV. O diretor de futebol do Fla diz que foi a última vez, que os atletas serão punidos etc e tal. O técnico Joel Santana reclama que seus atletas são classificados sempre como "os diabinhos".

Passado o domingo, acalmados os ânimos, que punição aconteceu? Nenhuma. No máximo (mais uma) bronca no treino de segunda. Kleber Leite fez o que mais sabe: golpe de marketing. Pediu desculpas à torcida mas não multou nenhum jogador. Ou seja, nada fez - pura demagogia.

Joel, que não esconde sua relação paternal com os jogadores, precisa pensar sobre que tipo de educação está dando a a seus "filhos". Se fazem besteira e não merecem castigo, mesmo prejudicando toda a "família", já está estragando os garotos... Merecem no mínimo uma barração temporária.

Parece exagero falarmos nesses termos, mas lembremos que Toró tem 21 anos e disputa sua primeira Libertadores. Se esses jogadores - que estão começando sua vida no futebol - forem protegidos dessa maneira, a tendência é piorar e esbanjar cinismo. Isso se não quebrarem a cara mais à frente e ter a carreira caindo pelas tabelas... Quantos têm a chance de jogar no time de maior torcida e maior visibilidade do país? Estão desperdiçando essa oportunidade mais pela imaturidade consentida do que pelo futebol que apresentam.

O próprio Toró disse, após as reclamações de Castillo, que "futebol é pra macho". Empurrar um gandula de 13 anos é coisa de macho?

Dou o contraponto: Castillo ainda vai prejudicar o Botafogo, escrevam o que digo. Um querido amigo, fanático botafoguense, comentou no último post: "pelo que sei, os goleiros sempre vão pegar a bola quando levam gol". Sim, mas poucos a seguram com o intuito de atrasar o reinício da partida. Foi isso que Castillo fez nos dois jogos. Quero ver quando fizerem isso com o Botafogo. Ou quando tal atitude provocar a milésima confusão num jogo em que o alvinegro estiver vencendo de pouco.

domingo, 16 de março de 2008

Escritas apagadas

16 de março de 2008 foi mais um domingo de quebra de tabus. Após 4 anos, o Botafogo venceu o Flamengo; o São Paulo perdeu do Palmeiras no Paulistão, coisa que não acontecia há 11 anos.

Assisti ao Fla x Bota, e dessa vez o torcedor botafoguense pode mudar completamente de postura: o time jogou com seriedade, não se abateu após os gols do adversário e soube segurar o jogo no final, explorando a já conhecida destemperança dos rubro-negros. Também não há o que reclamar do juiz, pois todos os pênaltis foram corretos (o lance em Lúcio Flávio é o mais duvidoso, mas Jaílton fez a sua especialidade: não soube marcar e acabou numa falta simples), Jônatas foi expulso corretamente (competiu com Toró no quesito "infantilidade pra prejudicar o time"), embora achei que Obina merecia apenas um amarelo (que não tinha).

Ponto negativo também para a catimba de Castillo após o 3x2. Poucos falam disso, mas se o goleiro uruguaio não segurasse a bola sem necessidade, não haveria confusão nem na final da Taça GB nem ontem. Sequer levou amarelo. E Túlio merecia tomar o segundo amarelo e ser expulso. Tanto é que foi substituído por Cuca, que já conhece a instabilidade de seu volante.

Mas chega de falar de arbitragem. O Botafogo entrou com a força máxima e fez o que todo mundo está fazendo contra o Fla: anulou Leonardo Moura. Joel precisa urgentemente encontrar alternativas, pois o lateral rubro-negro está manjado. Wellington Paulista, mais uma vez, estava no lugar certo e fez outro gol contra o Flamengo após um lance esquisito. Jorge Henrique carregou a marcação para onde quis.

O clássico também deixou exposto o que já se suspeitava: o Flamengo não tem banco. Egídio só sabe bater escanteios e entregar contra-ataques (num desses veio o segundo gol do Bota). Leonardo só confirma que foi uma contratação errada (será que o empresário de Rodrigo Arroz o indicou só pra torcida sentir saudade do prata da casa?). Gavilán está fora de forma ou "bichado"? Marcinho não corresponde quando se espera e Obina começa a irritar o torcedor com sua lentidão. Na minha opinião, ele tem o mesmo problema de Ronaldo Fenômeno: está acima do peso. Compare com o Obina que veio do Vitória, ou o de 2006. O baiano não corre mais.

Renato Augusto é que vai mostrando evolução, na bola e na personalidade: chamou o jogo pra si, convocou os companheiros a não se esconderem diante da responsabilidade, fez belas e objetivas jogadas (Castillo salvou dois chutes com endereço certo), mas cansou no segundo tempo. Pior pro Fla, que ficou sem articulação de jogadas do meio pro ataque. Não adianta colocar Maxi pra jogar pelas pontas se a bola não chega nele. Tiago Salles vai se tornando boa opção pra bola áerea, mas precisa jogar um pouco com Fábio Luciano pra melhorar seu tempo de marcação. Atuar sempre ao lado de Leonardo é crueldade com o garoto.

Os rubro-negros podem dizer que o jogo não valia muito, mas é bom a diretoria já pensar em reforços pro Brasileirão e preparar uma barquinha... O Botafogo ganha moral pro resto do campeonato, só precisa encarnar sempre o equilíbrio que mostrou ontem.

O Palmeiras venceu de virada e de goleada o rival São Paulo. Nem adianta os tricolores reclamarem dos pênaltis. Kléber está fazendo diferença, mesmo sem ser estrela. Diego Souza, Valdivia e Denílson continuam dando o que falar e pode ser que após esse clássico o Verdão arranque pro primeiro título do ano. Luxemburgo não passa um ano sem ganhar alguma coisa, e o time começa a entender isso.

O São Paulo estava desfalcado e disputa a Libertadores simultaneamente. Ok, dessa vez vai. Mas o tricolor está com um elenco pior e também não parece ter muitas opções no banco. Muricy pode praguejar o quanto quiser nas entrevistas coletivas, mas precisa fazer o mesmo com a diretoria são-paulina. Fica pra eles a mesma reflexão que serve para o Flamengo: tem time pra encarar um Brasileirão?

Pra terminar: o secretário estadual de esportes do Rio, Eduardo Paes (que administra o Maracanã), está irritado com o preço dos ingressos no estádio nos jogos da dupla Fla-Flu. Principalmente após os minguados públicos contra times pequenos. Sou a favor desse descontentamento, mas trago uma pergunta: o que está no contrato firmado entre a administração do Maraca e os clubes? Já não previa esses preços? Por que liberaram então? Esse papo todo parece demagogia de ocasião, principalmente vindo de quem é candidato a prefeito do Rio.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sem piedade

Dona Fifa não pode ter misericórdia: o Zenit precisa ser eliminado sumariamente da Copa da UEFA. A imagem de sua torcida (ao lado) já diz tudo. Além disso, insultaram jogadores negros do Olympique e arremessaram uma banana no jogador Zubar. Os torcedores precisam arcar com as conseqüências de seus atos. Se aliviar na punição do racismo no futebol, a porteira estará aberta para mais manifestações do tipo. Se em 2007 eliminaram o Feyenoord pela violência da torcida, precisam detonar o Zenit por esse outro tipo de violência, num esporte em que qualquer diferença é derrubada ao se entrar em campo. A bola, o talento e o preparo físico não são subjetivos nem tampouco disseminam preconceitos.

Após ter que falar desse tenebroso episódio, vamos ao que deveria ser sempre o único assunto.


Vasco e Botafogo acompanham o Flamengo na tarefa de não perder pontos para os times pequenos. E ainda aplicam uma goleada pra não dar margem a maiores polêmicas. Mas como futebol é futebol, as controvérsias sempre surgem. Quem bate pênaltis no Vasco? A torcida pede Tiago, que fica magoado (talvez queira ser o novo Rogério Ceni), Edmundo está sempre lá, Morais chiou um pouquinho e já ganha vaga no "revezamento". O técnico diz que há cinco opções, e que os jogadores decidem entre si - se der problema, ele intervém. Complicado. Parece fugir da responsabilidade de bater de frente com Edmundo e, por tabela, com o comando soberano de Eurico. A atitude de Alfredo Sampaio parece ter mais a ver com a sobrevivência da carreira do que com o resultado em campo. Só lembrando que essa indefinição nos pênaltis já custou uma vaga na semifinal da Taça Guanabara.


O Botafogo deve ir com força total pra domingo. Já o Flamengo... Joel repete a estratégia do primeiro turno: vaga praticamente garantida nas semifinais, jogo da Libertadores quarta e lá vão os reservas pro clássico. Pode dar certo, dependendo de como se comportar o Botafogo. Se perder de goleada de novo, é uma crise desnecessária para a semana decisiva. A torcida rubro-negra tem pulgas atrás da orelha: a que veio esse zagueiro Leonardo? Como está a cabeça de Toró? Obina vai ajudar ou atrapalhar o time? Egídio se afirma ou não? Ao menos Renato Augusto estará em campo.


Esse estilo de Joel em tratar o elenco como uma família, onde os jogadores são seus "filhos", não é só dele. Felipão faz o mesmo, seja no Grêmio, seja em Portugal. É um estilo que, até agora, parece estar dando conta. A "pirraça" de Ibson e Souza foi contornada. Porém, todo pai tem seus filhos "preferidos", e num time de futebol isso pode comprometer. Pra que improvisar Cristian na lateral-direita contra o Nacional, se Luizinho é o reserva da posição e jogou bem na última partida? Um clima ruim que poderia ser evitado. E Cristian entra na pressão, pois se vacilar na nova função, a torcida não vai perdoar - e pode sobrar pra Joel.