sexta-feira, 31 de julho de 2009

Thriller!


Os mortos-vivos do Campeonato Brasileiro ressurgem a cada rodada. O que dizer de Avaí, Flamengo, São Paulo e Cruzeiro, que resolveram animar suas torcidas? Bom, essa é a graça do equilíbrio (por baixo) do futebol nacional.

No trabalho, se a equipe não se dá bem com o chefe e precisam continuar a produzir, toca-se o barco. Mas se a relação com o comandante é boa, é óbvio que a produção vai melhorar, ainda que os trabalhadores sejam os mesmos. É o que parece ter acontecido com o Flamengo.

O time fez a sua melhor partida ontem, contra o líder Atlético-MG, e já vinha correndo bem mais desde o jogo contra o Santos. A relação boleira dos atletas com Andrade, em comparação com as crises envolvendo Cuca, parece ter relação direta com o empenho do time em campo. Não deram chances para o Galo, mesmo após levarem o gol cedo.

O Internacional retomou o caminho das vitórias, e os "corneteiros" de plantão silenciam por um tempo. Mesmo com a péssima fase, sabe qual a colocação do Colorado? 3º lugar. O time pode não ser o melhor do Brasil como se falava, mas com a volta da regularidade pode ficar pelo G-4 eternamente.

E vamos respeitar o Goiás cujo elenco, assim como no Atlético-MG, não atrai holofotes e vai comendo pelas beiradas. Precisa provar que essa fase é duradoura. O mesmo para o Vitória, que fora do Barradão tem uma campanha indefinida.

Os jogadores do Fluminense precisam começar um trabalho psicológico, independente de tudo o que já ocorreu na temporada. O elenco pode não ser uma unanimidade - nenhum time do campeonato é - mas também não significa um rebaixamento automático. Os atletas e o técnico precisam estar cientes de que, ao final, eles serão (vistos como) os responsáveis por qualquer que seja a campanha do time, e não os dirigentes ou a Unimed.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sinceramente, chorar não custa nada

Outra rodada passou, muitos gols foram feitos, e a cena mais marcante foi a de Andrade, técnico interino do Flamengo, chorando após a vitória contra o Santos. Chorava, antes de tudo, por ter alma rubro-negra, a ponto de se emocionar ao chamar o clube de fabuloso e poder dedicar uma vitória histórica (há 36 anos o Fla não vencia na Vila) a um companheiro falecido na véspera.

O choro de Andrade não justifica que seja escolhido técnico do Fla, pois é preciso requisitos que outras passagens do ex-craque no comando do time não demonstraram. Mas expressa que ainda existe uma relação com a essência do futebol, com as origens do esporte. E de maneira sincera, nada forçada. Ok, Andrade é jogador de outros tempos, mas imagine a garotada do Fla vendo aquela cena?

Quer outra atitude sincera e transparente? A alegria de Obina ao fazer três gols no Corinthians e a humildade diante da empolgação midiática chamando-o de fenômeno. "Tenho os pés no chão", disse o atacante, que teve que voltar de carona pra casa porque o pneu de seu carro furou.

Tanto em Andrade como em Obina estão representadas atitudes e histórias que fizeram do futebol um esporte rico em humanidade. É claro que a marra de Romário, as escapulidas de Ronaldo, os destemperos de Edmundo, o "nunca estou errado" de Luxemburgo e as grosserias de Muricy também contribuem.

Mas confesso que estou de saco cheio de muita falação e pouco futebol dentro de campo. Ou pouca sinceridade e humildade. Não aguento mais sentar na frente da TV e assistir uma série de crianças malcriadas fazendo beicinho por um monte de coisa. E isso vale tanto para os protagonistas do espetáculo como para seus analistas e repórteres.

Portanto, minha análise da rodada dá ênfase no que é real e faz bem: o choro de Andrade e o sorriso de Obina.

***

E o que mais dizer? O Atlético-MG perde em casa para o Goiás e tem a companhia do Palmeiras na liderança. A briga aí vai ser boa, e Celso Roth não deve querer o rótulo de "cavalo paraguaio".

O Avaí ressuscita com 4 vitórias seguidas; o Botafogo também, ao vencer o Inter (embora quase tenha se auto-sabotado ao permitir um empate); o Flamengo, sem armadores no meio-campo, precisa que Adriano acerte uma mega-chute quase da intermediária pra vencer o Santos.

O Fluminense, quando consegue chegar no gol adversário, esbarra na muralha Fábio, do Cruzeiro. E com as contusões mil, corre sério risco de rebaixamento.

O Corinthians faz liquidação e um de seus dirigentes diz que a torcida está errada ao reclamar - "futebol é business", disse ele. Como bem colocou Juca Kfouri, os clubes são entidades sem fins lucrativos e seu "negócio" é ganhar títulos, operando no azul. Tá tudo invertido. E sem André Santos, Cristian, Douglas e agora, Ronaldo, o Timão deve se distanciar do G-4.

O São Paulo parece voltar a se acertar. Mas aí tem Washington (um dos jogadores mais reclamões em campo, assim como Ibson e Juan, do Fla) expulso por xingar o juiz. É um garoto de 17 anos começando a carreira? Não, é um jogador rodado e importante para seu time. Pra você ver.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Complementando...

Nada como uma pequena insônia para completar a análise da rodada do meio de semana, não é mesmo? Passa da uma da manhã e eu já sei que o Atlético-MG prossegue líder, o Corinthians entra no G-4 e o Fluminense... Bem, o Fluminense... É, enfim.

Se havia um dos times grandes nada favorito e tampouco badalado, esse era o Galo. Ainda mais depois da derrota humilhante por 5 x 0 para o Cruzeiro na final do campeonato mineiro. Ninguém prestou atenção nele, não tem medalhões... E esse pode ter sido o maior trunfo de Celso Roth (como ele mesmo admitiu no programa Bem, Amigos). Agora todo mundo está de olho no líder, mas precisam compensar o prejuízo dos pontos que o Atlético não desperdiçou.

O que dizer do Fluminense? O primeiro gol do Atlético-MG reflete a zona que Renato Gaúcho NÃO vai resolver. Não resolveu em 2008, com um elenco melhor e mais entrosado, quanto mais agora. Prevejo uma agonia de algumas rodadas até que a Unimed Futebol Clube se dê conta que precisa de melhores jogadores e ordem na casa. Mas isso é pedir demais.

O Corinthians vai se desmanchando: André Santos, Cristian e agora Douglas segue viagem janela afora. A esperança alvinegra é no comprometimento do grupo com Mano Menezes, que fez seus atletas realizarem uma proeza: não erram passes. Ao menos, não como a maioria dos times do Brasileirão. Veja a jogada do segundo gol contra o Vitória.

Sport e Coritiba empataram. E daí? Um dia esses times voltam a ser protagonistas da competição, e aí a gente vai ter mais o que falar.

Absolutamente nada de novo no front

A rodada do meio de semana ainda está em andamento, e prometo comentar o que for interessante, mesmo que seja em outro post. Porque o assunto do dia é a demissão de Cuca do Flamengo, por mais que tenha sido anunciada desde antes da contratação do bom porém inseguro treinador.

É o mesmo rame-rame diante do qual nem o tão bem falado São Paulo escapou: uma hora a corda arrebenta para o lado do técnico. Fico impressionado: como a questão cultural está arraigada no nosso país! Na Inglaterra, onde os torcedores são muito mais fanáticos, você vê Alex Ferguson há 23 anos à frente do Manchester United.

Quer outro exemplo impressionante? O Liverpool, em mais de 100 anos de história, teve apenas... 18 técnicos. Rafa Benitez está lá há cinco anos. E não pense que isso se dá só porque os times são ricos, pois faz tempo que o Arsenal está na seca de títulos e ninguém pensa em tirar Arsene Wengler, que é técnico do time desde 1996.

Voltando à realidade nacional: enquanto nossos dirigentes não encarnarem de vez a missão de planejar a longo prazo, dificilmente a cultura muda. No momento das tempestades - pois é impossível o time ir bem em todos os campeonatos, em todos os anos - a diretoria deveria "bancar" o técnico em quem apostou. E deixar a torcida "cornetar" até ficar rouca e ver que não adianta.

Mas esses manda-chuvas são espertos, posto que alérgicos a qualquer tipo de responsabilidade. Se tomam uma atitude dessas, precisam arcar com o ônus de serem pára-raios das queixas, ao menos até a situação melhorar. Melhor sacrificar o técnico, não é mesmo?

Muricy poderia ter ficado no São Paulo por muito mais tempo, assim como Luxemburgo no Palmeiras, Celso Roth no Grêmio e Cuca no Flamengo. Mas a passionalidade da torcida não deixa barato, e beira a irracionalidade se os resultados não aparecem logo. Já não são incomuns as ameaças (e agressões) de todo o tipo quando a vontade de certos grupos de torcedores não é atendida.

E assim vamos. Cuca só não tinha saído do Fla porque não havia opções factíveis no mercado. Com Vágner Mancini dando sopa, a hora é agora. Quem pedia a saída de Cuca imagina que o novo técnico (seja quem for) ainda vai conhecer o elenco, armar a equipe, criar um relacionamento etc etc...? E nisso vão umas 3, 4 rodadas do Brasileirão.

Faço apenas uma exceção (ao menos até agora): o Internacional está mantendo Tite mesmo numa fase péssima, em pleno ano do centenário. Tomara que não seja fogo de palha.

ATUALIZAÇÃO EM 24/07: Se essa história é verdade, a diretoria tem um pouco menos de culpa. Mas se ela já sabia que esse tipo de coisa acontecia, tinha que ter enquadrado o treinador há muito mais tempo.

Se essa história for verdade.

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Quanto aos jogos de ontem: o Avaí mostra o que é se recuperar num campeonato por pontos corridos: saiu da penúltima para a 11ª posição em poucas rodadas, encontrando enfim as vitórias. Ah, é outro time que mantém o técnico (Silas, desde a Série B em 2008).

O São Paulo reagiu bem contra o Inter, mas ainda é muito cedo pra dizer que ele pode assustar como fez nos últimos anos. E o Botafogo fica na ilusão de que as coisas melhoraram muito... Menos, menos. Se "Juninho é o cara" e tudo que é gol depende dele, não dá pra se empolgar.

O Barueri não perde a pose de time arrumadinho e deu um sufoco no atabalhoado Falemngo em pleno Maracanã. O rubro-negro, ao menos, pode dizer que resolveu o ataque: Adriano e/ou Emerson não passam em branco.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

É hora de apostar

Até porque novas fichas vão surgindo. E a janela de transferências de agosto pode ser decisiva para que um time decole para o título: o Corinthians.

O Timão tirou do São Paulo o rótulo de "joga feio, mas é eficiente". Até o primeiro gol contra o Cruzeiro, o Corinthians só se defendia sem ameaçar. E no primeiro contra-ataque, com bola de pé em pé, fez 1 x 0. A objetividade do time de Mano Menezes é impressionante.

E com Ronaldo garantido, quem mais do elenco alvinegro tem possibilidade de sair na janela? André Santos e Elias? O primeiro é mascarado. O segundo pode fazer falta, mas nada que Mano não dê jeito com outro jogador mediano. Ao contrário dos demais elencos, a espinha dorsal do Corinthians não é cobiçada pelo exterior.

O Atlético-MG conseguiu tirar os primeiros pontos do Vitória no Barradão, e se segura na ponta. É difícil um time que desde o começo é líder permanecer com o mesmo fôlego até o fim. Não será ruim para o time de Celso Roth se perder algumas partidas para depois voltar à carga na reta final.

Enquanto isso, o Barueri se assanha de vez e não desperdiça as chances que aparecem. Não deu mole para o quase-rebaixado Náutico e dá pinta que fica na Série A, mesmo tendo perdido seu artilheiro Pedrão. Se o Santo André seguir o exemplo, serão mais dois jogos em que os times paulistas vão jogar sempre "em casa".

No Rio, mais um Flamengo x Botafogo recheado de polêmicas, emoções e... empates. Outro 2 x 2 em que o time alvinegro jogou com o coração na ponta da chuteira e o rubro-negro demorou para acordar na partida.

O árbitro nervosinho errou muito: não houve falta antes do gol anulado de André Lima, nem na jogada entre Castillo e Emerson antes do gol de Adriano. Mas também não foi na jogada do segundo gol do Fla.

O Botafogo saiu no prejuízo, pois mesmo com os erros acima poderia ter liquidado o jogo num dos muitos contra-ataques desperdiçados. O Flamengo não tem armação de jogadas, e Adriano viu que se movimentando mais consegue minimizar isso. Mas a insegurança e a inexperiência da zaga - que é boa, ao contrário do que muitos pensam - estão desestabilizando o time.

E o Fluminense, hein? O último a sair apaga a luz... E lá vem Renight again!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

No Mineirão?

Difícil acreditar que o Cruzeiro perdeu o título da Libertadores 2009 em casa, de virada, com todos os gols no segundo tempo. O Estudiantes não assusta ninguém, mas a raça argentina move montanhas quando menos se espera. Verón jogou bem, mas Ramires jogou mal, e só nisso o time brasileiro já levou alta desvantagem.

Sei de tudo isso por informações da imprensa logo após a final. Isso porque a Globo não deixou os torcedores brasileiros de boa parte do país acompanharem a decisão - situação bem explicada pelo Blá Blá Gol. Fui acompanhar Palmeiras e... Havia outro time jogando no Maracanã?

Havia, reunindo toda a incompetência possível. O Flamengo inventa novos e novos erros pra deixar seus adversários à vontade. Até Kléberson apanhou da bola, e o Palmeiras ficou surpreso com contra-ataques tão fáceis de transformar em gol.

A hostilidade ao técnico Cuca saiu da geladeira (esteve sempre de plantão) e fica difícil pra qualquer garoto ou jogador novo se afirmar com tanta pressão e indefinição nas escalações. Léo Moura já se barrou, o que falta pra oficializar? O Verdão, bem arrumado, teve em Diego Souza, Ortigoza e Armero a passagem pra vice-liderança do Brasileirão.

O Flu, à beira de um ataque de nervos - e do rebaixamento, já na 11a. rodada - quase complica a vida do Internacional ao empatar depois de um 0 x 2. Mas Taison voltou a jogar bola, Fred voltou a se esquentar e a crise se aninha nas Laranjeiras com gosto. O Colorado, apesar dos recentes tropeços, merece estar em primeiro.

O Santos quase perde do Barueri, time que vai dar ainda mais trabalho enquanto os demais não o levarem a sério. Quanto ao Santo André, ainda não sinto firmeza numa constância como a de seu "primo" do interior paulista.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Desisto de comentar

Por vezes eu penso: pra que gastar linhas e mais linhas sobre o Brasileirão se você não vê lógica alguma, rodada após rodada?

Quando eu me preparava pra elogiar o Corinthians após a bela vitória contra o Fluminense, o Timão apanha de 3 fora de casa. E foi do Grêmio, que tem andado em baixa.

O Flamengo joga bem no Morumbi, mas não sabe ficar em vantagem númerica - nem nos jogadores, nem no placar. Parece torcer pra levar gols desnecessários. E o que foi o gol perdido de Adriano????

O Inter prossegue com o calvário, quase se esquecendo do que é vencer.

Enquanto isso, o Vitória goleia o Santos e não sai do G-4. É um dos poucos times com regularidade, além do Atlético-MG e do Barueri.

Agora, mais viral que gripe suína é a moda de demitir técnicos consagrados: Muricy, Luxemburgo e Parreira. Vagner Mancini se junta ao grupo - ainda não é consagrado, mas levou um "pé" do mesmo jeito. Condeno a imaturidade de muitos dirigentes em sacrificar o técnico quando o problema é no elenco. Mas estou adorando esses comandantes marrentos e fanfarrões das entrevistas coletivas sumirem da TV por um tempo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ronaldo é gol. E ponto, por favor!

Se há algo ruim no futebol atual, é que as futilidades das celebridades invadiram o meio. Sabemos mais das aventuras extra-campo dos jogadores do que de seu desempenho lá dentro. Além disso, temos que aturar um festival de bobagens por eles proferidas, fruto da falta de educação dos próprios e à puxa-saquice exacerbada de parte da crônica esportiva.

Não pude acompanhar a rodada de ontem. Mas hoje, ao ver as manchetes, vi que o futebol brasileiro teve a ênfase necessária. O Cruzeiro segurou o empate graças à boa atuação do goleiro Fábio; o Corinthians arrasou o Fluminense (que quase empatou) com três gols de Ronaldo - dois golaços, pelo que contam.

E é isso que Ronaldo ainda pode oferecer de significativo para o Brasil: gols e boas atuações. Tratar o Fenômeno como se fosse um porta-voz ou um pensador, ou alguém com opiniões fortes e fundamentadas, é encheção de saco. E Ronaldo, de uma vez por todas, precisa saber que o que ele faz de melhor é dentro de campo. Feche a boca, please!

Portanto, é bom ver o centroavante recuperando a alegria de jogar, em território brasileiro. Fred foi expulso na hora que o Flu crescia em campo, mas não crucifiquemos o jogador. Precisamos de um Fred em boas condições pra termos bons jogos, assim como um Adriano, um Nilmar. E tais atletas precisam se dar conta que cuidar da carreira é garantia de aceitação geral.

Quanto ao Cruzeiro, acho difícil que o título escape da Toca da Raposa. O Estudiantes tem seus méritos pra estar na final da Libertadores, mas um time que tem Verón velhinho como termômetro não pode ser páreo para o ágil time de Ramires.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

É o time do futuro (próximo)

Já elogiei a diretoria do Botafogo atual aqui neste blog, pela maneira com que trata da memória do clube e de seus ídolos eternos, como Nilton Santos e Armando Nogueira. E ao contratar reforços para o time o presidente Mauricio Assumpção e cia., mais uma vez, mostram que têm tudo pra trazer o Glorioso de volta a tempos que justifiquem tal apelido.

Não que os imprevisíveis Jônatas e André Lima sejam os supra-sumos do momento. Mas mesmo na penúltima posição da tabela, a diretoria fez questão de manter o técnico Ney Franco - que não é dos meus preferidos, mas está na cara que não possui material humano pra fazer muita coisa. No entanto, tiveram maturidade pra enfrentar a parte irracional da torcida (e da crítica) que via na demissão de Ney uma solução.

Sem assumir publicamente que o time não é dos melhores (tal atitude não ajudaria em nada na motivação do grupo atual), correu atrás de reforços, como Dênis Marques. O jogador pediu o mesmo salário que recebia no exterior e foi descartado - acabou acertando com o Flamengo.

Agora me diga: apesar dos recentes patrocinadores, o Flamengo tem condições de contratar um atacante regular e pagar R$ 210 mil por mês ao sujeito? Em um ano, o atleta terá recebido R$ 2,5 milhões de reais!!!!! Será que o dinheiro não poderia ser usado para comprar Ibson, por exemplo? E Dênis Marques vale isso tudo? Não vale.

Kleber Leite diz que o Flamengo não pode se apequenar, por isso tais contratações não param. O Botafogo também não pode, mas sua diretoria sabe muito bem que não pode entrar em loucuras imediatistas. "A linha de pensamento seguirá sendo de trabalhar com o que se pode pagar. Isso não vai mudar (...) Ainda mais agora que as dívidas são de responsabilidade dos dirigentes. Temos uma responsabilidade fiscal", disse Assumpção.

Além do exemplo ético acima, criaram um fundo voltado para investir em contratações, para que em médio prazo o clube não fique dependendo de empresários ou "Traffics" outras.

Talvez 2009 ainda seja um ano de sufoco para a torcida, mas com a chegada de reforços e o compromisso de não transformar o clube num caos a partir de resultados, o Botafogo caminha para se reerguer dentro e fora de campo. Seria muito bom que os demais dirigentes se espelhassem nesse exemplo. E se desligassem do mundo da fantasia que a médio e longo prazo só gera dívidas e esfacelamento do patrimônio dos clubes - sem nenhuma consequencia para os (ir)responsáveis por isso.
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Nelson Rodrigues explica


Ronaldo Fenômeno, no programa Bem, Amigos, pôs em dúvida se a torcida do Flamengo é mesmo a maior do Brasil.

Para ver uma boa análise sobre a declaração do jogador, clique aqui.

Para ver uma boa análise sobre a nova-velha reação da torcida rubro-negra, clique aqui.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Curíntia!

(Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)

Ontem ouvi, uma vez mais, que o jornalista não pode brigar com os fatos. Os leitores deste blog sabem das críticas que faço ao elenco e ao desempenho do Corinthians neste ano. Mas é preciso reconhecer que, nos dois jogos das finais, o Timão fez por merecer o título da Copa do Brasil.

Tanto no Pacaembu como no Beira-Rio o time de Ronaldo jogou de maneira equilibrada em todos os setores, com atitude de quem buscava a vitória sem deixar de lado o regulamento da competição. O Internacional bem que tentou com a rapidez de seu ataque, mas o garoto Taison ainda não está pronto pra ser decisivo, e o resto do elenco não correspondeu às expectativas.

Imagine que, ao final de uma festa de aniversário, você recolha todos os restos de refrigerante, de todos os tipos, e despeje numa garrafa apenas. Considere que a garrafa fique cheia e, surpreendentemente, fique com um sabor agradável. Assim são os times de Mano Menezes.

Os renegados Jorge Henrique e Cristian se tornaram indispensáveis, atacando e defendendo; Elias mostra regularidade e bons passes; André Santos melhorou após a convocação; e quando tudo complica um pouco, Ronaldo aparece. Essa mistureba, bem organizada pelo técnico, já resultou em dois títulos em 2009.

O Colorado, que ganhou tudo em 2006 e 2007, passa por um momento de turbulência - e ainda assim é vice-líder do Brasileirão. Será burrice da diretoria se não mantiver Tite e achar que foi um fracasso retumbante a perda do título ontem. É preciso driblar a janela de transferências e acreditar que o Inter pode se manter no G-4 até o fim da competição.