quarta-feira, 30 de julho de 2008

Gangorra que castiga

Quem vacila ou é incompetente pra buscar a vitória é punido pela estranha justiça do futebol (que nem sempre faz justiça). Foi o que aconteceu na rodada desta quarta do Brasileirão.

O Cruzeiro fez o dever de casa com sobras e bateu o Náutico - é líder. O Vitória é vice-líder, e nisso não há nenhuma surpresa. O time baiano merece e pode até começar a sonhar com uma vaga na Libertadores, se continuar assim. Fizeram por alcançar.

No Palestra Itália, de que adianta ter um bom goleiro, tocar bem a bola mas errar todas as finalizações? Não à toa, o Flamengo desce pro quarto lugar, não vence há cinco jogos e só fez dois gols. Obina e Tardelli poderiam jogar de verde e branco, de tanto que "mataram" as chances de gol rubro-negras. O Palmeiras, nervoso no primeiro tempo, passou em branco. Mas foi só Luxemburgo acertar a marcação e Valdivia acertar um passe pra vencer.

O Inter jogava em casa com o Santos e levou um gol absurdo. Displicência típica de quem não parecia levar o jogo muito a sério.

São Paulo e Figueirense empataram, Botafogo venceu o Goiás: resultados normais. O alvinegro carioca vai mesmo se recuperando, e todos os méritos a Ney Franco. Esse tem longa vida por General Severiano.

E o Fluminense? Perde pra Portuguesa (que nem anda bem das pernas), está desfalcado, a torcida não sabe o que esperar... Triste campanha tricolor.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mais do mesmo (o que não deixa de ser bom)

Mais uma rodada do Brasileirão que reafirma o nivelamento entre as equipes do futebol brasileiro, e da imprevisibilidade que a ponta da tabela sempre vai possuir. O fato de serem situações corriqueiras na competição não quer dizer que falta emoção - pelo contrário.

O Grêmio poderia disparar na liderança mas empatou em casa com o Palmeiras. Ainda falta ao tricolor gaúcho dar esperanças aos torcedores de que, quando o estiver na reta decisiva por algo (vaga na Libertadores ou título), eles podem confiar. O Palmeiras, se perder Valdivia e Alex Mineiro, pode dar adeus a possibilidades de título.

Quem poderia aproveitar esse resultado seria o Flamengo, mas falta faro de gol no time da Gávea. A diretoria anuncia possíveis reforços, que a torcida não consegue levar fé. Vandinho é goleador no Avaí, mas será no rubro-negro panela de pressão? E se for confirmada a vinda de Felipe, em breve farei um post específico.

Como afirmou Fernando Calazans, o Botafogo tinha o jogo ideal pra embalar. Mas possui a mesma característica do Grêmio: ainda não convenceu a torcida sobre seu potencial. O Engenhão não está vazio à toa.

O Vasco pode ser considerado a piada triste da rodada. Piada por fazer 3 pênaltis infantis no primeiro tempo (provocando também a expulsão do goleiro); triste por ver um time com bom aproveitamento ofensivo (quando também jogam Morais, Alex Teixeira, Jean e até Edmundo) se afundando por causa da defesa. Não sou fã de Antonio Lopes, mas ele é o menos culpado nessa história. Roberto Dinamite que se cuide e cuide do time, pois o rebaixamento já aparece no horizonte da Colina.

O Fluminense não consegue convalescer da perda da Libertadores. Além do impacto emocional, perdeu jogadores na janela de transferências e vai ficar sem mais dois durante as Olimpíadas. A princípio, não acreditava no risco da segunda divisão pro tricolor, mas agora ele já aparece.

Cruzeiro e São Paulo, ainda que com uma margem de irregularidade, vão somando seus pontos e se mantendo entre as primeiras posições. São os times menos influenciados pelos contextos externos, mas focados no objetivo a ser concretizado em dezembro de 2008, olhando para suas próprias forças.

sábado, 26 de julho de 2008

É Lúcio Flávio!


Ao entrevistar o capitão do Botafogo parece que estamos conversando com um vizinho conhecido, daqueles que estão sempre dispostos a bater papo. Lúcio Flávio, 29 anos, conta ao Futebol Racional como é essa grande identificação com o clube, lembra momentos marcantes e fala de espiritualidade, que está conectada com seu trabalho dentro de campo. Tudo com muita naturalidade.

FUTEBOL RACIONAL - Sua carreira começou no Paraná Clube. Você também é de lá?

LÚCIO FLÁVIO – Sim, sou de Curitiba e comecei a jogar futebol aos 10 anos no Colorado, que depois se fundiu com o Pinheiros e ambos viraram o Paraná Clube. Me profissionalizei em 1997.

FR – E por que resolveu jogar futebol?

LF – Eu tive muito contato com o futebol por acompanhar o meu tio, Ney Santos, que jogou no Paraná Clube, no Vasco, no Bahia... Ele sempre me incentivou a seguir essa carreira também, e eu vi que era o que eu queria fazer.

FR – Você foi convocado para a seleção brasileira sub-20 e chegou até a jogar com atletas conhecidos, né?

LF – Foram duas convocações, quando eu pude jogar com Ronaldinho Gaúcho, o Júlio César e o Juan (respectivamente, goleiro e zagueiro da seleção atual). E também o Mancini, que acabou de se transferir para a Internazionale de Milão.

FR – Como era sua relação com o Botafogo antes de ser contratado? Como você via o clube?

LF – Eu vim pra cá no fim de 2005. Antes disso, houve quatro sondagens pra eu ser contratado, mas alguns amigos que vieram jogar no Rio de Janeiro nunca me davam boas notícias sobre os clubes daqui. Eles diziam que os clubes não pagavam [salários], então eu tinha muito receio de vir pro Rio. Depois de um tempo soube que essa situação estava melhor, eu não estava satisfeito no São Caetano e acertei com o Botafogo. E fui campeão carioca logo no primeiro ano, em 2006. Isso ajudou bastante a ser referência no clube.

FR – Essa é uma coisa que o Botafogo tem: a grande identificação com determinados jogadores, e não apenas uma simpatia ou mera torcida. Você, Túlio, Jorge Henrique e Wellington Paulista conseguiram essa identificação com o clube. Por que isso acontece?

LF – Talvez porque todos nós fazemos parte de um grupo que, nos últimos dois anos, fez o Botafogo voltar a ser competitivo (de 1999 a 2005 o clube não ganhou nenhum título). Claro que a identificação é fruto desse trabalho, acho que o torcedor se identifica muito com os jogadores que buscam fazer história no clube. Ou seja, que eles tenham uma continuidade no clube, um tempo de trabalho, que se dediquem à camisa que vestem.

FR – E você renovou o contrato com o Botafogo num momento em que outros foram embora. O que pesou pra você continuar no clube?

LF – Em 2006, após o Campeonato Carioca, precisei fazer uma cirurgia no joelho e fiquei sete meses parado. E durante toda a minha recuperação a diretoria do Botafogo pagou meus salários e manifestou o desejo de renovar comigo, antes até que eu estivesse recuperado. Isso pesou bastante pra mim.

FR – O que é mais difícil para um jogador de meio-campo no futebol de hoje?

LF – Fugir da marcação individual, pois muitas vezes a questão física está superando a técnica. Hoje, qualquer jogador bem preparado fisicamente dificulta o trabalho de um armador, pois ele te acompanha o tempo todo. E aí nós mesmos também temos que estar bem condicionados, já não basta só a técnica.

FR – Quais jogadores são referência pra você?

LF – No futebol atual, o Kaká. Mas eu peguei também o final da carreira do Zico, e ele se tornou referência pra mim. Assim como Raí e Palhinha, jogadores de meio-campo daquele São Paulo dos anos 90, que ganhou tudo e jogava bonito, eu sempre assistia aos jogos deles. E também o Zidane, que também é meio-campista, é o maior que vi jogar de uns tempos pra cá.

FR – Você sempre foi meio-campo, então.

LF – Sempre. Nunca me mudaram de posição e eu nunca quis mudar, sempre procurei a armação de jogadas, sempre tive essa característica.

FR – E sempre batendo falta.

LF – Sempre.

FR – Você já contabilizou quantos gols já fez na carreira?

LF – Não sou muito de contabilizar não. Mas com certeza foram mais de 100 gols, e cheguei nesse número aqui no Botafogo. E também já fiz mais de 100 jogos pelo clube. Tudo isso tem contribuído para que o Botafogo seja um clube muito especial na minha carreira.

FR – E qual o seu gol e seu jogo inesquecível?

LF – O gol que eu fiz contra o Flamengo na final do Campeonato Carioca de 2007, em que eu passei por três ou quatro jogadores. Esse eu chego a tirar o DVD do armário pra rever... (risos) E o 4 x 4 com o Vasco, que foi um jogo bem marcante. Aos três minutos eles já ganhavam por 2 x 0, viramos pra 4 x 3 ainda no primeiro tempo e no final, sofremos o empate.

FR – Você pensa em encerrar a carreira pelo Botafogo?

LF – Ainda tenho um bom tempo pra jogar, não penso no fim da minha carreira. É o que tenho comentado com várias pessoas: hoje eu me sinto bem no Botafogo. Pra sair tem que ser algo bom, no sentido de me garantir segurança financeira. Mas no momento eu não vejo como não renovar com o Botafogo.

FR – Falando de um outro lado da sua carreira: você é cristão, não é?

LF – Sim, minha conversão foi há sete anos, por meio da minha esposa, que me apresentou o Evangelho de Cristo. Freqüento a Igreja Batista do Jardim Botânico.

FR – E os outros jogadores do grupo sabem disso, eles têm você como referência pra esse tipo de assunto?

LF – Sim, nas concentrações oramos e lemos a Bíblia juntos, e a maioria dos jogadores do elenco participa dessas reuniões. Até porque muitas vezes o atleta se prepara fisicamente, se alimenta bem, mas a cabeça muitas vezes não tá preparada. E essa questão espiritual é muito importante, é uma forma de buscar uma união [do grupo].

FR – Na sua opinião, qual é a relação entre Deus e o futebol?

LF – O que Deus espera não só do atleta, mas de qualquer pessoa, é que possam amá-lO acima de todas as coisas. Até porque, segundo a minha fé, a minha concepção, Ele nos deu esse dom [de jogar futebol], assim como dá outros dons a cada um. A partir disso, a gente tem que procurar fazer o melhor. A grande questão é ser uma pessoa correta, que respeita quem joga do seu lado e quem joga contra. Respeitar o próximo como a si mesmo.

FR – Pra finalizar: o que o Botafogo pode almejar no Campeonato Brasileiro?

LF – Primeiro, buscar a recuperação, que já está ocorrendo. Depois, o grupo da Libertadores. Porque, uma vez que você está entre os quatro primeiros, só tem mais um objetivo pela frente: ser campeão. Então temos que pensar nessa forma.

GOLS DE LÚCIO FLÁVIO:


sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sensacional 2

Os jogos de ontem confirmaram o quão marcante foi a décima-quarta rodada do Brasileirão 2008.

Grêmio 7 x 1 no Figueirense, que jogando em casa é difícil de bater? Apagão geral no time catarinense, e o resultado não poderia vir em melhor hora para o tricolor gaúcho. Assume a liderança e tem tudo pra embalar no campeonato.

Palmeiras e Santos também fizeram um jogão, e o lateral-esquerdo Leandro caminha pra ser um dos destaques do time no campeonato. Faz gols e se movimenta bem, as principais jogadas do Verdão tem sido por aqueles lados. E o passe de Diego Souza para Alex Mineiro fazer o seu gol é coisa rara de se ver aqui no Brasil.

Ao Santos, o que resta? Daqui a pouco o primeiro turno chega ao final e nada de novo no horizonte. Cuca diz que vai apostar na garotada. E os reforços mil, pra que serviram? A verdade é que todo o clube está perdido, e o drama do fim da tabela deve durar até a última rodada...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sensacional!

A décima-quarta rodada do Brasileirão 2008 vai ficar na cabeça de todos por um bom tempo. Enxurrada de gols, muitas reviravoltas e polêmicas, resultados inesperados e a promessa de que ainda tem muito pela frente.

Portuguesa 2 x 2 Flamengo foi um jogo de muitas emoções também devido ao juiz, péssimo. Não tinha critérios de faltas ou cartões amarelos, o que já deixou o jogo nervoso. Errou ao validar os gols do Fla (ambos com a mão de alguém no lance) e ao marcar pênalti para a Lusa.

Mas o juiz foi o de menos. Os goleiros mostraram serviço, estrela, reflexo, tudo o que podiam. Se Bruno salvou gols cara a cara, Sergio defenderia todos os pênaltis que fossem marcados naquela noite. No entanto, o bandeirinha dizer que a queda instintiva de Bruno, devido à paradinha de Diogo, foi se adiantar... Se fosse gol, teria voltado o lance?

Mas o pior foi a infantilidade de Jaílton e Diego Tardelli. No primeiro minuto da segunda etapa, com o Fla vencendo, o volante bagreano vai sozinho marcar um jogador da Portuguesa e comete um pênalti que sequer gerou reclamações dos companheiros! E ficou o jogo inteiro falhando na cobertura, mesmo quando estava no lance!

E Tardelli mostra que não tem cabeça pra ser um jogador profissional. Não é a primeira vez que ele consegue uma expulsão inexplicável e injustificável, e não adianta fazer carinha de arrependido depois do lance. Ele e o insustentável Jaílton foram os maiores responsáveis pelo sufoco que o Flamengo levou e pelo resultado final. Não merecem voltar ao time titular tão cedo.

Se um dos critérios para apontar o favoritismo do Flamengo era seu elenco, o mesmo motivo serve pra ameaçar qualquer planejamento de sucesso. Ou Caio Júnior toma atitudes drásticas ou vai cansar de ver o rubro-negro perdendo pontos pra si mesmo.

Digno de nota foi o lindo "elástico" que Diogo deu em Fábio Luciano. Não importa se depois o gol não saiu, aquilo ali vale o ingresso de quem vai ao estádio.

Vasco e Fluminense, que tinham tudo pra fazer um clássico apagado, retomaram os grandes tempos do Maraca com os dois times. Edmundo ressurgindo com categoria, Washington na raça chamando a responsabilidade...

Nem comento mais as falhas da defesa vascaína (ainda mais agora, sem Pablo). E Somália vai se tornando o "Obina pó-de-arroz": com talento questionável, entra no segundo tempo e muda o rumo do jogo.

Goiás e Botafogo vão se transformando. O esmeraldino, após despachar o Palmeiras em casa, venceu o Cruzeiro (que está na descendente) no Mineirão. O Botafogo aplica a segunda goleada em uma semana, e dá alento ao torcedor.

O Internacional mostra que está na briga ao não dar chance pro São Paulo. O Vitória vence pela oitava vez (o mesmo que o líder Fla) e assume de novo a vice-liderança. Que campeonato impressionante...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

São outros campeonatos

Embola a a briga pela liderança do Brasileirão, o que era previsível. A disparada do Flamengo na liderança é que foi a surpresa, que até poderia ser mantida por mais tempo se o clube não se desfizesse de dois jogadores acima da média (Renato Augusto e Marcinho).

Aliás, agora começa outro campeonato brasileiro: o pós-janela de transferências. Times até então favoritos e com equilíbrio em suas posições começam a sofrer com os desfalques permanentes das vendas. Os mais fracos (até então) passam a ter mais chances de melhora, e os mais fortes podem ver as boas expectativas escorregarem entre os dedos.

Ok, houve o impedimento mal marcado. Mas era inadmissível para o Flamengo perder para o Vitória em casa, principalmente com a rodada favorável (o Cruzeiro, que poderia terminar líder, perdeu). Caio Júnior reclama que não pôde contar com quatro jogadores machucados, mas a verdade é que o time não sabe jogar contra adversários que ficam atrás.

E outra: o gol do Vitória não foi acaso. Desde a primeira rodada o Fla sofre com a triangulação adversária pelo lado do campo e a entrada de um jogador livre na cara de Bruno. Ou alguém está falhando na cobertura, ou o time está mal armado para aqueles lados.

O Palmeiras perde para o Goiás: prossegue a irregularidade do time de Luxemburgo. Detalhe: Kléber é expulso pela terceira vez em 13 rodadas; Denílson leva o cartão vermelho com o jogo terminado. Sem comentários. Já o São Paulo joga feio e no sufoco, mas vence.

Se o Botafogo tivesse contratado Ney Franco quando Cuca saiu, acho que o time estaria melhor na tabela: quase venceu o Santos na Vila, goleou o Ipatinga e deu trabalho pro tricolor paulista no Morumbi.

Ao Vasco falta mais confiança em seu ataque. Seu gol mostra a qualidade que deve ser explorada a cada jogo: Leandro Amaral, Morais e Wagner Diniz, sempre aparecendo bem. Allan Kardec pode fazer um bom pivô (e com mais fôlego que Edmundo) e ainda há Alex Teixeira e Jean. Só que, na defesa, só Pablo se salva.

O Fluminense vence, mas ainda não está livre da zona do rebaixamento. O Santos respira, e Cuca também.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Obscuridade total 2

Uma auditoria revelou o balanço financeiro dos clubes brasileiros em 2007. O Fluminense foi o "campeão": R$ 140 milhões de déficit. Se contar o acumulado de outros anos, o Flamengo ultrapassa o tricolor: R$ 242 milhões. É o mais querido e o mais endividado do Brasil.

Diante disso, qual é a mágica para contratar reforços, pagar salários e manter elenco e funcionários? Mistério.

Aí vem Kleber Leite, ao ser questionado sobre a venda de Marcinho, e fala simplesmente: "ele saiu porque quis. Depois que o Zico foi embora, qualquer um pode sair".

E ficamos por isso mesmo. Vendas e mais vendas sem recibo ou satisfação, e os clubes eternamente no vermelho.

Daqui a pouco, vira Fórmula-1

A torcida rubro-negra está dividida quanto à venda de Marcinho para os Emirados Árabes. Valia a pena manter um jogador tão habilidoso dentro de campo quanto em arrumar encrenca fora dele?

No caso da "festinha" em Belo Horizonte, a versão de Diego Tardelli e Bruno (os casados) deixam no ar a hipótese de que Marcinho e amigos trouxeram as prostitutas para uma confraternização normal pós-jogo (churrasco etc.), e por conta própria.

Verdade ou não, o certo é que Marcinho se indispôs com o grupo e atrapalhou o clima do Flamengo enquanto estava com folga na liderança e na semana de um clássico contra o Vasco. Foi repreendido até pelo capitão Fábio Luciano, e penso que o grupo não deve sentir saudades do atacante.

Fiz essa pequena retrospectiva apenas pra confrimar a manchete de tudo quanto é cobertura da rodada: Fla sente falta de Marcinho. Mesmo jogando com consciência (tomou o gol por azar), ficou nítida a falta de "algo mais" no ataque rubro-negro.

Souza, Maxi e Tardelli se movimentam bem, Obina vez por outra está "iluminado", mas nenhum deles inspira a mesma confiança, oportunismo e certeza de gol como Marcinho. Também não são muito versáteis. Será que não é hora de Caio Júnior testar o garoto Éder, que até hoje não teve uma chance decente?

Vasco empata em casa, no finalzinho, contra o Goiás. A incógnita paira sobre o futuro do time no Brasileirão.

O Internacional, discretamente, vai se recuperando. O Cruzeiro está a dois pontos do Fla e joga sábado contra o Grêmio, que está em terceiro. Daqui a pouco a liderança do campeonato vai parecer a Fórmula-1: vários pilotos com chance de ser campeão e praticamente empatados durante todo o ano.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

As metamorfoses ambulantes

Se há dois times que conseguem causar incertezas em várias torcidas (incluindo as suas) e nos analistas de futebol, esses são Palmeiras e São Paulo. Começaram como favoritos ao título - e ainda o são - mas fazem uma campanha irregular. Apesar disso, estão entre as primeiras posições.

Quando todos pensavam que o Palmeiras ia começar o Brasileirão no mesmo ritmo do Campeonato Paulista, saiu empatando e perdendo jogos bobos. O São Paulo, após algumas rodadas jogando "à conta", ganhou de 4 x 2 do Flamengo no Maracanã e parecia disparar de vez, mas conseguiu empatar com o lanterna (Ipatinga) e perdeu pontos quando não se esperava.

E agora, voltam a mostrar postura de campeão. Qual vai ser o comportamento dos dois clubes, afinal?

O Palmeiras atropelou o Fluminense, mostrando que tem peças de reposição. Venceu por 3 x1 numa noite sem Alex Mineiro, com Valdivia pouco inspirado e Diego Souza desperdiçando gols. Rafael, lateral-direito tricolor, facilitou a vida do ataque palmeirense, mas a equipe paulista dominou o jogo. Está em 4º lugar.

O São Paulo foi ao estádio Barradão e venceu o Vitória por 3 x 1 (o rubro-negro baiano foi fogo de palha?). Está em 6º lugar, a seis pontos do líder. Alguém duvida que chegue lá? Só a tal irregularidade do tricolor deixa a questão no ar.

O Botafogo goleou o último colocado, e a torcida agradece. A melhor notícia é ver Wellington Paulista voltando a fazer gols, de maneira bem diferente da que estava acostumado: chutes de longe, bonitos e com personalidade (como foi contra o Santos), e não só escorar de cabeça na área. O atacante mudou suas características e assim foge da marcação.

Grêmio e Sport empataram, e eu fico abismado com aquele gramado da Ilha do Retiro. A CBF vai tomar alguma atitude só depois que houver uma contusão séria, com tantos buracos em campo? Porque a qualidade do futebol já decaiu.

A diretoria do Santos manteve o técnico Cuca, apesar da falta de vitórias, da lanterna e da pressão da torcida. Apostam no médio prazo e no trabalho continuado. Isso é europeu demais para o futebol tupiniquim... Mas se o Peixe não for rebaixado, pode começar aí uma mudança de mentalidade.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A estratégia de encher a bola

Além dos malabarismos financeiros, os dirigentes e técnicos de clubes brasileiros precisam usar de outro artifício para manter seus jogadores: adular.

É o caso de Juan, lateral-esquerdo do Flamengo, que tem feito partidas excelentes. Caio Júnior já o chamou de "melhor lateral-esquerdo em atividade no Brasil", e "insubstituível", apontando-o como opção para futuras convocações de Dunga.

O desafio de Juan é manter-se regular, pois em 2006 e 2007 também teve boas fases e depois caiu, além de ser temperamental. Mas valorizar seu talento e mostrar como ele é importante para o time - publicamente - foi uma estratégia do técnico rubro-negro.

Renato Augusto e Marcinho já se foram, mas tanto o meio-campo como o ataque do Fla estão superpovoados. Não peça para a torcida contar com Egídio (reserva imediato) caso Juan seja abduzido pela janela de transferências...

Quanto à seleção: por que não um teste para Juan? Como disse José Trajano no "Linha de passe" da ESPN Brasil, o Dunga tem tanta paciência com tantos jogadores (vide Maicon e Gilberto)... Por que alguns são convocados apenas uma vez, não agradam tanto, e logo são esquecidos?

Assim como Junior Cesar (Fluminense) e Cicinho (Roma), penso que Juan poderia ser testado numa das laterais. Mas o Flamengo só espera que isso aconteça depois do fechamento da janela...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Qatar e adjacências

Quem diria que o novo eldorado do futebol brasileiro seria o Oriente Médio? Estádios vazios, times inexpressivos fora da região, uma cultura bem diferente (e mais conservadora) do que a do nosso país. No entanto, a alta do petróleo garante a rentabilidade de sheiks que gostam de gol.

Com os demais mercados da bola saturados, a tal estabilidade financeira perseguida por jogadores e técnicos pode ser encontrada no Qatar ou na Arábia Saudita. O problema é que, diferentemente da Europa, não existe esse negócio de "janela de transferências" por lá. Deu vontade de "pescar" alguém por aqui, é só tirar o caminhão de dinheiro do bolso e se consegue a qualquer momento.

Abel Braga fez uma proposta indecente, para não ser aceita e poder continuar no Internacional-RS. Pois os caras cobriram a proposta! Agora, Caio Júnior quase sai do Flamengo - mas deve ter pensado no que ainda pode construir no contexto nacional.

Fora o aspecto financeiro, outro "atrativo" do Oriente Médio é que os grandes jogadores do mundo não estão lá. E os jogadores nativos não são lá essas coisas. Resultado: os medianos e os "reis do chinelinho" (que não se sustentam no competitivo futebol pentacampeão), fazem a festa.

Felipe (ex-Vasco e Flamengo) é craque absoluto no Qatar. Roger (ex-Grêmio), que também nunca se firmou em clube nenhum e gostava mesmo de um holofote, vai seguir o mesmo caminho. Não duvido que Gustavo Nery e Carlos Alberto sejam os próximos.

Mas se já não bastasse a Europa, o Japão e os países da ex-União Soviética, agora o futebol brasileiro precisa competir com o Oriente Médio. E nunca se estrutura pra fazer o movimento inverso.

PS: Devido a uma atribulada segunda-feira, não pude postar sobre a rodada de fim de semana.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ato nada falho

"Sempre em uma mudança de técnico quem deveria sair são os jogadores, mas, como não dá pra mudar tudo, quem paga o pato é o treinador"

A frase é do volante Túlio, de quem não sou muito fã, mas que mostrou personalidade pra dizer o óbvio. Até mesmo admitindo o risco de que ele, um dos jogadores, deveria sair.

Na contramão do que vem acontecendo com outros clubes, o Botafogo prossegue no hábito de não dar tempo para os treinadores desenvolverem seu trabalho. Ok, Cuca pediu demissão - mas mesmo sem vitória o Santos o mantém, confiando no médio prazo.

E que o próximo técnico tente fazer a mágica que requer a situação!

Vai dinamitar?


O Vasco venceu o Sport por 4 x 0 em São Januário mostrando que do meio pra frente não há dor de cabeça para o torcedor (a não ser que Edmundo volte a bater pênaltis...).

Jean aprendeu a fazer gol, Leandro Amaral, Morais e Wagner Diniz - talvez o mais autêntico lateral do país, pois vai à linha de fundo e visa sempre o cruzamento pro atacante - correm bastante pra confundir a marcação. Edmundo virou um centroavante paradão, mas que sabe empurrar pro gol.

Destaque para o lindo gol de Pablo, outro que vai se afirmando como titular da equipe. Será que Roberto Dinamite verá sempre essa atitude em casa?

Villanueva foi finalmente despachado e Roque Jr. está na mira. Se a diretoria concretizar essa contratação, há esperança para a sempre confusa defesa vascaína.

Palmeiras e Cruzeiro perdem pontos quando não deviam. O Figueirense se dá bem no Palestra Itália e o Ipatinga vai respirando. Mas a Raposa não tinha por que passar aquele sufoco.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

É ruim da cabeça?

Semana passada, Marcinho (atacante do Flamengo) teve seu nome envolvido num atropelamento na favela da Rocinha.

Agora, Marcinho é acusado de agredir prostitutas em Minas.

A diretoria e a comissão técnica precisam conversar com o jogador. Uma boa campanha se faz com equilíbrio dentro e fora do campo.

Parafraseando o samba, Marcinho não parece ser doente do pé. Mas se for ruim da cabeça, pode estar desperdiçando um momento único: artilheiro do campeonato brasileiro e melhor jogador do time de maior torcida do país.

Essas oportunidades não se repetem assim, tão fácil, na curta carreira de um jogador de futebol.

Os ex-coadjuvantes

O equilíbrio do Brasileirão já estava anunciado desde antes de começar. Acredito que a diferença (desde 2007) para as outras edições é que a qualidade e a emoção dos jogos aumentou. Além disso, eternos coadjuvantes começam a cavar seu espaço no topo do futebol, e o campeonato nacional é o lugar pra isso.

Veja o caso de Vitória e Náutico: há pouco, amargavam campanhas irregulares na Série A e rebaixamentos constantes. Nessa quarta o rubro-negro baiano chegou à vice-liderança sem ninguém perceber, com a categórica goleada por 5 x 2 em cima do Botafogo. E está a 3 pontos do líder.

O Náutico, mesmo com toda a confusão em seu estádio (no jogo contra o Botafogo) e sem grandes estrelas, virou contra o São Paulo, em casa - e ninguém pode dizer que foi um resultado anormal. Desde o ano passado o time pernambucano vem numa curva ascendente, visando o Brasileirão.

O Coritiba venceu por 4 x 0 a Portuguesa, subindo 7 posições na tabela. Apesar do resultado elástico, os dois times também não têm dado vexame na volta à Série A e prometem incomodar muita gente.

O Fluminense voltou a sorrir e a vencer, com Dodô titular. Não foi por acaso, e tomara que Renato aprenda dessa vez. Pra completar, Somália provou que está recuperado da contusão no joelho e fez um golaço - mais uma opção pro ataque. A torcida precisa continuar dizendo "Eu acredito", dessa vez para o time se recuperar. Eu também acredito.

Santos e Botafogo são candidatos a rebaixamento, assim como o Ipatinga. O clima nos dois clubes está atribulado, os técnicos não tem grande material nas mãos e a pressão vai aumentando a cada rodada. Ser candidato não quer dizer que vai acontecer, mas o grupo tem que estar ciente disso.

O Internacional ressurge, e daqui a pouco flerta com o G-4.

Atlético-MG 1 x 1 Flamengo foi um jogão. Chances incríveis de ambos os lados, excelente arbitragem (principalmente os bandeirinhas) e muita emoção. O Fla demonstra mais uma vez que tem elenco: começou sem 3 titulares, terminou sem mais 3 e ainda assim agüentou a pressão do Galo.

O rubro-negro carioca mostrou qualidade no passe e nas inversões de jogada, e a torcida se sentiu consolada pela venda de Renato Augusto: Erick Flores e Aírton entraram numa "roubada" e não fizeram feio, demonstrando talento e personalidade. Marcinho confirmou a artilharia com mais um gol bonito. Obina destoou: apesar do passe pro gol, errou todo o resto. Sem gols, vai ficar complicado sustentar-se como titular.

O Atlético mais uma vez empatou, e não parece ter grandes expectativas com o elenco que possui. Jogam na base da raça, mas falta um centroavante, um meio-campo de talento menos idoso que Petkovic, um goleiro mais seguro. Merecia ganhar, mas não sei se essa vai ser a tendência do Galo no Brasileirão.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Obscuridade total


Renato Augusto foi vendido pelo Flamengo ao Bayer Leverkusen. Chegou a jogar três anos nos profissionais - talvez um recorde no recente êxodo de revelações brasileiras.

O detalhe da transferência é que os valores da negociação não foram revelados. Como assim? Só a multa rescisória do meia-atacante era de 30 milhões de euros. Suspeita-se que, do incógnito valor da venda, 500 mil seriam pra prorrogar o empréstimo de Ibson.

Mas é tudo assim: não se sabe o valor, suposições sobre o seu uso são levantadas... O que os sócios do Flamengo devem estar imaginando agora?

Num país em que a entidade máxima do futebol não é obrigada a prestar contas nem ao Ministério do Esporte nem aos torcedores, os clubes seguem a toada.

Pode-se reclamar das instituições brasileiras, mas ao menos existe um Tribunal de Contas da União, ou um Ministério Público, que são obrigados por lei a fiscalizar o uso do dinheiro público e as ações executivas. E quem fiscaliza os clubes?

Se algum dirigente leva um caixa 2 nessas negociações ou se o dinheiro está sendo desviado para outros fins que não o investimento no próprio clube, como vamos saber? É só obscuridade.

Difícil ter ânimo pra torcer assim.

ATUALIZAÇÃO: Horas depois desse post, o Flamengo revelou que Renato Augusto foi vendido por 10 milhões de euros. O clube fica com 6 milhões (pois 40% do passe já tinha sido vendido a investidores). Ainda assim, o que vai ser feito com esse dinheiro (fora o empréstimo de Ibson) é um mistério.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Alerta

Quase todos os comentaristas já apontam o Flamengo como favorito ao título e que ele não é "cavalo paraguaio".

Por melhor que esteja a campanha e a atitude do Fla, falta ao rubro-negro vencer os adversários diretos: São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro.

A partir desses jogos (já perdeu em casa para o tricolor paulista e empatou no sufoco com o gaúcho, fora) será mais seguro aferir até onde o time da Gávea pode chegar.

domingo, 6 de julho de 2008

Uma rodada rubro-negra

É inegável que a nona rodada do Brasileirão foi, acima de tudo, rubro-negra: Flamengo, Sport, Atlético-PR e Vitória venceram, sendo que o clube carioca abriu cinco pontos de vantagem na liderança da competição.

O Fla foi inesperadamente ajudado, em alguns casos. A vitória do Sport sobre o Cruzeiro, em casa (com aquele gramado) ou a do Atlético-PR, também em casa, contra o combalido Santos, não podem ser chamadas de surpresa. Mas o que dizer da derrota do Grêmio para o Botafogo, e do empate (no último minuto) do São Paulo contra o Ipatinga - no Morumbi?

Pelo que se vinha acompanhando nas rodadas, mesmo no Engenhão era improvável (não impossível) que o Botafogo vencesse o tricolor gaúcho, vice-líder em plena ascensão. Mas venceu, jogando bem e com autoridade, querendo resgatar o espírito guerreiro.

O São Paulo busca vencer adversários diretos (como fez contra o Flamengo), mas perder pontos para o Ipatinga em casa não estava no script. A briga quase física entre Alex Silva e Zé Luís reflete bem como estavam os nervos em campo. Muricy, sempre transparente, disparou: "não jogamos nada". Essa franqueza do comandante é o que ajuda o tricolor a ser tão pragmático.

O Vasco mostrou bom futebol e ofensividade (coisa rara em Antonio Lopes), mas não era o dia do cruzmaltino. Duas bolas na trave, tão belas quanto gols, não foram perdoadas pelo sempre aplicado Figueirense. Mas pelo que se viu, os vascaínos podem ter maiores esperanças. Leandro Amaral, Edmundo, Jean, Wagner Diniz e Morais são meio time com qualidade.

E o Fluminense? Perde para o Goiás, que ainda assim permaneceu na zona do rebaixamento. A ressaca é forte, mas o tricolor tem elenco pra reagir. Dessa vez, precisam se inspirar no Flamengo não quanto ao fiasco perante Cabañas, mas na recuperação da auto-estima para o Brasileirão.

Deixei o Flamengo por último, pois a situação é quase inédita. Há 29 anos o time não tinha um começo tão bom de campeonato brasileiro. Possui um elenco versátil, com opções e entrosado, e Caio Júnior vai se afrimando como um técnico de personalidade. "Nosso jogo mais importante é o próximo", ele costuma dizer aos jogadores.

Com essa mentalidade se refletindo em campo, não é absurdo os cinco pontos de vantagem. Após sair ridiculamente da Libertadores, sem nunca ter jogado bem um Brasileirão por pontos corridos (sempre namorando o rebaixamento), a campanha de 2008 já é novidade. Mas ainda restam 29 rodadas...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Deu branco faz tempo

A notícia de que a diretoria do Fluminense penhorou a renda da final da Libertadores pegou todos de surpresa. Mais ainda quando se soube que um dos beneficiários foi Branco, atual coordenador de futebol do clube, que colocou o tricolor na justiça em 1994.

Não acho que Branco deve ser hostilizado devido a uma coincidência - era a vez dele receber uma dívida, como tantos outros antes e muitos que ainda virão.

Porém o maior absurdo é a diretoria do Flu admiti-lo de volta a seu quadro de empregados. Que empresa contrataria novamente um ex-funcionário que a processa na justiça? Que pessoa física voltaria a trabalhar num local que não lhe deu os devidos direitos trabalhistas?

Assim é o futebol brasileiro, tudo menos profissional. Técnicos e jogadores contratados a peso de ouro gerando grandes manchetes e expectativas. Ao final, mandados embora antes do fim do contrato, gerando o monstro das dívidas trabalhistas. E que se dane o futuro do clube.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Foi tudo um sonho


O clube levou um ano de planejamento, priorizando a competição sul-americana acima de tudo (até do campeonato nacional). Caiu no "grupo da morte" e saiu líder, acabou com a banca de favoritos ao título e reverteu uma goleada. Era a melhor campanha da Libertadores 2008.

Passaremos décadas tentando explicar porque o Fluminense perdeu esse título para a LDU. Mau aproveitamento nos pênaltis é o fato objetivo. Mas na cabeça fria (se é que isso é possível logo após o jogo) é preciso perceber duas coisas: os méritos do tricolor existem, assim como os erros do time e do comando técnico.

O Flu tinha de longe um time melhor que o da LDU. Experiência também não faltava. E Thiago Neves finalmente chegou ao status de ídolo ao fazer milagre na final da competição, com o Maracanã lotado.

No entanto, sabendo que a principal jogada dos equatorianos era o lado direito, e que o melhor jogador era Guerrón, não houve nenhuma marcação especial. Nem em Quito, nem no Maracanã. Além do gol da LDU, durante toda a partida ele jogou como quis.

Enquanto Thiago Neves e Conca tentavam levar o time à frente, os bons zagueiros Thiago Silva e Luiz Alberto pareciam jogar contra, tamanho o nervosismo e facilidade pra fazer besteiras. Bolaños se divertiu em campo.

Um time que precisa de 3 gols (e evitar levar) não pode começar sem Dodô e com Ygor. Já disse isso aqui antes, e repito: erro (repetido) de Renato Gaúcho, que pareceu sempre estar um nível abaixo do time e de todo o momento histórico.

O futebol não tem misericórdia, nem medo de levar a fama de injusto. O Flu merecia ser campeão, muito mais que a LDU, que empatou tudo das oitavas às semis e não tinha opções de jogo além dos atletas já citados.

Resta aos torcedores chorar e o time sair da ressaca o mais rápido possível, pois já perdeu 21 pontos no Brasileirão.