domingo, 29 de junho de 2008

Quem quer vencer, vence

A obstinação em busca da vitória e das primeiras posições marcou o fim de semana do Campeonato Brasileiro. Começando fora de campo, finalizando dentro dele.

O Vasco venceu por 4 x 2 o Ipatinga, em casa. Nada anormal. Mas Roberto Dinamite e cia. não desistiram de lutar por eleições limpas no clube e conseguiram a vitória. Uma nova era para o cruzmaltino está por vir, mas as coisas não serão fáceis para o maior artilheiro vascaíno.

As dívidas do clube, as negociatas com empresários, a dificuldade de se manter um elenco forte num futebol mal-organizado. Tudo o que pode atrapalhar o trabalho de homens de bem vai explodir na mão de Dinamite. A torcida precisa ter paciência e estar consciente que, agora sim, o Vasco pode recuperar sua credibilidade como clube.

O Palmeiras chega entre os quatro primeiros do campeonato, provavelmente para não mais sair. São Paulo, Cruzeiro e Grêmio vacilaram quando não podiam e perderam dois pontos preciosos.

A vitória do Flamengo por 2 x 1 sobre o Sport merece destaque. O time parece levar a sério o compromisso de vencer fora, e tirou a invencibilidade do clube pernambucano na Ilha do Retiro.

Mas é preciso reconhecer a ousadia de Caio Júnior, rara entre os técnicos de hoje. Com um empate em 1 x 1 sofrendo pressão, a lógica vigente manda segurar na defesa e torcer pro jogo acabar rápido, certo?

Aposto que muitos flamenguistas pós-Joel se arrepiaram quando viram em campo 4 atacantes (embora Marcinho volte pra armar). O Fla poderia ter perdido o jogo. Mas Caio Júnior arriscou ganhar, e sua atitude merece reconhecimento. Principalmente numa época em que os técnicos se apequenam diante das oportunidades.

Botafogo e Fluminense sequer conseguiram marcar um gol no melancólico clássico desse domingo. Os alvinegros não ganharam dos reservas tricolores, e o futuro não parece promissor.

Tampouco para o Fluminense, mesmo se conseguir o título da Libertadores. Dois meses de pontos perdidos não são pouca coisa, e Renato vai ter muito trabalho e estresse pela frente.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Prejuízo à vista

Prejuízo meu, diga-se de passagem. Olha o que a onda retrô aprontou pra abocanhar a grana de rubro-negros nostálgicos:

Por outro lado, o marketing acima de tudo leva a atitudes ridículas (porém eficazes nas reverberações midiáticas):


Pro santo!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Está pro Flu... se ele quiser

Ao contrário do que muitos possam pensar, o resultado de ontem não foi ruim para o Fluminense. Principalmente graças ao segundo gol, e também pelo fato de que a LDU tem um ataque atrevido, mas marca muito mal.

Por que o primeiro tempo terminou 4 x 1 para os equatorianos? Porque o Fluminense entrou com o mesmo esquema e espírito defensivo de quando enfrentou o Boca Juniors. Com todo o respeito à LDU, eles não são o temido esquadrão argentino.

Encolhido e tendo que se adaptar à altitude, o tricolor foi presa fácil para o time-base da seleção do Equador. Guerrón fez o que quis com o lado esquerdo da defesa do Flu. O meio-campo era todo da LDU, que não teve dificuldade de chegar aos quatro gols.

Nas pouquíssimas vezes que resolveu atacar (e tem talento pra isso), o Fluminense chegava na cara do gol. Washington desperdiçou uma chance incrível, Cícero chegou duas vezes dentro da área e Conca conseguiu empatar. Não estava difícil.

Mas o Flu ficou atrás e ainda assim caiu de quatro. Ou seja, de nada adianta defender sem saber como. E pior: desperdiçando a ofensividade inata a todo o time.

Assim que articulou uma jogada entre Conca, Gabriel e Thiago Neves, o tricolor marcou mais um. Se tivesse essa preocupação desde o começo, seria muito mais fácil, pois a LDU deixava "avenidas" em todos os lados de seu campo.

Não tenho dúvidas que o Fluminense possa fazer dois ou três gols no Maracanã, pela fraqueza defensiva dos equatorianos. Mas como Renato vai botar o time pra jogar? Ygor começa como titular? Dodô começa no banco?

A impressão que se tem é que o Fluminense consegue os resultados na base da disposição, tendo que superar até mesmo os vacilos de seu técnico.

domingo, 22 de junho de 2008

Equilibristas

Quem será o Campeão Brasileiro de 2008? Difícil dizer. E quem pode vir a ser campeão? As opções são muitas, mas a cada rodada será preciso que os times provem pra si mesmos essa realidade.

O Flamengo tomou como dever de casa... vencer fora de casa! Caio Júnior e o elenco sabem que sem isso ninguém é campeão. Não havia outro resultado a ser feito contra o Ipatinga, estranho no ninho nessa série A de Brasileirão.

De novo a força nos laterais, e um destaque: Souza é taticamente importante para o time, mesmo que perca gols incríveis. Seus deslocamentos e passes compensam, será que o torcedor percebe isso?

O São Paulo suou mas saiu com a vitória em cima do Sport- como de praxe, sem brilho e com eficiência. 12 pontos disputados, todos conquistados.

O Grêmio vai vencendo a desconfiança gerada pelo péssimo primeiro semestre e não sai da cola dos líderes. Sorte do tricolor que Roger se encontrou no time e não fica sendo menos um, como era no Flamengo.

O Palmeiras também sabe de suas responsabilidades e foi a São Januário pra vencer o Vasco. Comparando técnicos, jogadores e momentos das equipes, tinha que dar isso mesmo. A curva do Verdão é ascendente.

O assanhado Náutico vence mais uma em casa (ainda que no estádio do rival Santa Cruz) e não parece disposto a sair das cabeças. Ainda não teve um momento de fraqueza nesse Brasileirão.

Mas a rodada também foi recheada de exemplos negativos. O Internacional ainda não se firma, e o Botafogo conseguiu perder em casa, num daqueles jogos que só mesmo no futebol. A Portuguesa vai se recuperando com o que tem.

O Fluminense perde mais uma. Não acho que a diretoria tricolor esteja errando em priorizar a Libertadores - disputa a competição depois de duas décadas e chegou logo à final! - mas é preciso um trabalho psicológico com o elenco para conseguir alguns pontos no Brasileirão.

E por que Renato Gaúcho não comanda os reservas? Isso sim é descaso, e pode estar prejudicando os suplentes. Se o técnico não está nem aí pro campeonato nacional, por que eles estariam?

O Santos caiu de quatro em casa para o Goiás, que não tem feito boa campanha. Será que Cuca vai ser mantido, diante da furiosa torcida santista? Será que Geninho se preocupa com a má campanha do Santos...?

PS: Não vou nem comentar um jogo entre a seleção olímpica e a "seleção" carioca, que tem Rodrigo Arroz na zaga titular...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O que vem de cima me atinge

Nada como momentos de desespero para confirmar suspeitas e fazer vir à tona o que se tenta sublimar. Ricardo Teixeira, que não é afeito a jornalistas, foi ao Jornal Nacional dizer que Ronaldinho Gaúcho "tem condições de fazer uma grande olimpíada, uma grande eliminatória".

Quando o presidente da CBF fala que um jogador seria muito importante em determinada competição, não há dúvidas: está impondo a convocação do mesmo. O empregado Dunga vai dizer não, mesmo que discorde? E se disser, continuaria útil à CBF?

Com o Brasil na zona de repescagem das eliminatórias e a raridade de craques fora-de-série pra fazer diferença, o desespero bateu e revelou o que todos desconfiam: a grande influência da cartolagem nas convocações

Se isso já acontecia antigamente, não posso dizer. Mas hoje: quantos atletas se transferiram para outros clubes após vestirem a amarelinha? Josué, Mineiro, Jônatas (do Flamengo, uma convocação apenas)... Só alguns exemplos, e quais deles têm futebol de seleção?

Não é o caso de Ronaldinho Gaúcho, mas o recado está dado: ele vai a Pequim e será convocado para o próximo jogo das eliminatórias.

No pior momento de Dunga, confesso que daria um voto de confiança quanto às intenções do técnico ao assumir o comando, há dois anos. Penso que ele e Jorginho (ainda sem a experiência de passar por uma Comissão Técnica de Seleção Brasileira) imaginavam poder fazer, de fato, uma renovação com qualidade.

Óbvio que com toda a bagagem de campo de Dunga, não acho estranho determinadas escolhas defensivas. Mas talvez eles nem imaginassem o quanto de interferências sofreriam. A atual, tornada pública via Jornal Nacional, deve ser apenas uma de muitas.

Afinal, a Seleção é a galinha dos ovos de ouro da CBF. Não pode correr o risco de ficar em baixa, ou fora de uma Copa do Mundo. Ah, também não pode ficar assim devido à tradição e à torcida. Mas não é nessas últimas razões que pensam os dirigentes do nosso futebol.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O canto do cisne


Brasil x Argentina sempre corre o risco de ser um daqueles jogos paralelos à competição em curso: por piores que estejam as seleções, o clima interno em cada equipe ou os desfalques, sempre há espírito de luta e vontade de ganhar.

O jogo de ontem pareceu um pouco isso, com exceção de que os técnicos preocuparam-se principalmente em "matar" o talento adversário. Riquelme, Messi, Robinho e Adriano foram escoltados desde o início, e o resto dos jogadores não tinha algo a mais pra definir a partida. 0 x 0 foi um resultado fiel.

Dunga mudou o time de maneira interessante, colocando Anderson (volante, porém com qualidade e ofensivo) e, vá lá, Júlio Baptista. Adriano entrou por tática psicológica, creio eu, já que está acostumado a arrebentar contra a Argentina.

Mas não deu. Muita marcação e ninguém tocando de primeira (nem Riquelme!), era um jogador pra dois, três marcadores. Não foi necessariamente um jogo feio, mas pobre.

Se o jogo tivesse acontecido em outras condições, seria um resultado sem maiores conseqüências. Mas o Brasil permaneceu em quinto lugar, a Argentina em segundo e Dunga ouviu muito por parte da arquibancada.

Olimpíadas em agosto, eliminatórias só em setembro. Resta saber até quando o comando da CBF vai prorrogar a agonia impopular do técnico. Porque nada indica - após outro resultado ruim - que Dunga tem muita sobrevida.

terça-feira, 17 de junho de 2008

O inverno

A possibilidade da queda de Dunga, se continuarem os resultados ruins, não seria surpresa para o treinador. Ele mesmo, ao assumir a função, disse que de nada adiantava a confiança inicial se o Brasil não vencesse sob o seu comando.

Isso foi mais uma vez provado após a conquista da Copa América. Totalmente contestado com seus 3 volantes etc etc, Dunga foi campeão em cima da favoritíssima Argentina e prosseguiu.

Agora, novamente a Argentina (em momento pior). Após o sufoco contra o Canadá e derrotas para Venezuela e Paraguai, perder da Argentina em casa é viver um inferno até o próximo jogo. E as Olímpiadas já são em agosto, e nada pior para os garotos do que agüentar essa pressão. Luxemburgo sabe muito bem disso.

Portanto, esse inverno está sendo tenebroso para Dunga, e a torcida fica sem saber até onde é teimosia ou incapacidade mesmo na escalação e montagem do time.

Enquanto isso, surgem os balões de ensaio: já perguntaram a Muricy se ele toparia susbtituir Dunga, Felipão assinou com o Chelsea, Luxemburgo avisou que só em 2010, Zico disse que só em 2015 (pós-Ricardo Teixeira).

Aí eu me pergunto: quem poderia ser o técnico da seleção brasileira?

domingo, 15 de junho de 2008

Falta sal, muito sal


Ô seleçãozinha insossa! A derrota do Brasil para o Paraguai nem pode ser considerada uma tragédia, pois só é assim classificado quando um poderoso esquadrão consegue um resultado muito ruim. Seja sincero: foi tão absurdo aquela seleção perder de 2 x 0 pro Paraguai atual?

Quem viu o jogo sabe que não foi. Desde quando o futebol de Josué, Mineiro e Gilberto Silva pode se garantir como titular do Brasil? Mas foi assim que Dunga escalou o time, deixando nos pés solitários de Diego a criação de jogadas.

Porque Maicon e Gilberto não jogam lhufas faz tempo, Robinho não fará mágica a cada jogo, e ainda nos falta um centroavante absoluto. Isso leva a outro problema, levantado hoje na coluna de Fernando Calazans: é essa a nova geração de "craques" brasileira?

Anderson é peça-chave no Manchester, os laterais são titulares em seus clubes, assim como os do meio-campo e do ataque. Quando se juntam em seleção, é uma indigência de dar dó. Só Lúcio e Juan parecem unanimidades, além do goleiro Júlio César.

O problema seria então do técnico, que não sabe fazê-los jogar em conjunto? Pode ser. Mas como disse o Calazans, até quando a venda precoce de talentos (portanto, imaturos) e o mau trabalho das divisões de base vai continuar produzindo esses meias-bombas? Ser coadjuvante em times até mais fortes que seleções nacionais é muito mais fácil que protagonizar o Brasil pentacampeão.

Acho que essa ficha só vai cair quando a seleção trocar de técnico várias vezes durante as Eliminatórias e, ainda assim, ficar fora de uma Copa. Até lá, jogadores de 22 anos, como Kaká, terão que carregar uma responsabilidade que os grandes nomes do futebol só tiveram de 25 pra cima, após passarem um bom tempo lidando com os humores do torcedor.

Quarta é a Argentina, em casa. Alguém aí leva fé?

sábado, 14 de junho de 2008

Mudanças à vista

Dois resultados dessa semana têm tudo pra serem emblemáticos quanto ao futuro do Brasileirão: Palmeiras 5 x 2 Cruzeiro e Flamengo 2 x 4 São Paulo.

O Verdão venceu um dos líderes do campeonato contando com o despertar de Valdivia. Fez gol, armou jogadas, deu assistências, driblou muito. Com o chileno inspirado, é difícil segurar o Palmeiras.

Além disso, Alex Mineiro e Diego Souza voltaram a marcar presença, e essa pluralidade de talentos pragmáticos faz com que, finalmente, aquele Palmeiras campeão paulista venha a campo. E, por que não, favorito ao título.

O São Paulo muda o elenco ano após ano, mas não muda de técnico. E Muricy tem o mérito de fazer um time sólido na defesa e que sabe tocar a bola com inteligência.

Estava tudo para o Flamengo vencer: Maracanã cheio, começou com mais atitude, assustando o São Paulo. Mas Souza e Diego Tardelli não conseguem fazer uma boa partida faz tempo. Pra piorar, a defesa falhou em três gols - principalmente na bola aérea.

E se o rubro-negro quiser continuar entre os favoritos, precisa acertar a defesa. E colocar ao menos Maxi no time titular. Depois que ele e o imprevisível Obina entraram, a qualidade do ataque foi melhor.

Palmeiras e São Paulo mostraram atitude de campeão. Cruzeiro e Flamengo ainda não mostraram isso. Esse pode ser um indício de quem vai brigar pelo título.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O espírito Sportivo


Joguinho ruim de aturar esse Sport x Corinthians de ontem. Ao menos, levou o título da Copa do Brasil o time de melhor campanha e que mais procurou o gol.

As equipes de Mano Menezes (assim como os de Carlos Alberto Parreira) têm a característica de defender bem e conseguir o suficiente em gols, nada além disso. Quando ficam numa situação em que precisam atacar, é um problema.

Se o Corinthians faz apenas um gol ontem, já complicava a vida do Sport, que precisaria fazer quatro! Vai entender: defende-se a todo custo e ainda assim leva dois gols.

Meio desordenado mas com vontade, o Sport foi chegando. Mesmo depois de fazer 2 x 0, continuou no ataque. Desperdiçou muitas chances, mas o Timão permanecia incompetente pra "castigar" esse defeito do Leão.

Foi pênalti em Acosta. Mas dizer que a culpa da perda do título foi do juiz é um disparate. Quem quer vencer precisa atacar - isso nunca mudou no futebol. Há equipes que fazem os mínimos gols necessários e se retrancam. Mas antes disso precisaram chegar ao gol adversário, não é?

Só que, para representar bem o Brasil e Pernambuco na Libertadores 2009, o Sport vai ter que se reforçar muito, e com jogadores experientes. Ao Corinthians, resta apenas ser campeão logo da série B pra não trazer mais pressão ao clube.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A moral da liderança

Os líderes do Brasileirão são dois times que foram precocemente eliminados da Taça Libertadores. Será que isso quer dizer alguma coisa?

Talvez, por saírem mais cedo, desgastaram-se menos do que os que prosseguiram. Embora eu não veja muita vantagem psicológica em ser favorito ao título e sair no primeiro mata-mata...

Cruzeiro e Flamengo são líderes do campeonato e provam que, apesar do fracasso na Libertadores, têm elenco para disputar um Campeonato Brasileiro. O rubro-negro ainda não conseguiu repetir uma escalação, e só perdeu pontos empatando fora de casa, contra o Grêmio.

A goleada de sábado contra o Figueirense (principalmente o primeiro tempo), foi de encher os olhos. E Marcinho vai despontando como um dos destaques desse Brasileirão. Além de habilidade e raça, tem faro de gol. Maxi é outro que não pode mais sair do time, é muito mais eficaz que Diego Tardelli.

O Cruzeiro venceu graças a um lance polêmico do juiz. Foi dois toques? Tiago não tinha segurado a bola na primeira vez. Eu me pergunto qual árbitro marca esse tipo de infração, assim como os seis segundos de posse de bola com o goleiro, invasão de área no pênalti... Ou se aplicam todas as regras com rigor ou sempre haverá o risco de surpresas do tipo. Wilson de Souza Mendonça também nunca foi bom árbitro.

O Fluminense, ainda de ressaca, perde para o Grêmio - que também não quer ficar longe da liderança. A final da Libertadores é no fim do mês, mas se o tricolor não vencer ao menos duas partidas até lá, pode ficar complicado pra recuperar esses pontos depois. Já é o lanterna absoluto.

O São Paulo foi outro time que resolveu renascer nesse fim de semana, e cavou ainda mais a cova centenária no Atlético-MG. Do jeito que a coisa vai, o Galo vai lutar contra o rebaixamento, sem garantia de vitória...

O Palmeiras esqueceu o bom futebol no Campeonato Paulista. Perdeu para o time reserva do Sport e suas vitórias ainda não convenceram a torcida. Vale lembrar que no começo da competição estadual foi a mesma coisa - só que naquela época o time estava em formação. Agora, que manteve o elenco, rateia nas primeiras rodadas.

O Botafogo respira. É outro time que precisa fazer os resultados dentro de casa. O Náutico vai surpreendendo pela regularidade e prossegue em terceiro lugar. O Brasileirão promete ser muito bom até o final.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Revivendo 1958

Como noticiar as comemorações dos 50 anos da conquista da Copa da Suécia sem parecer repetitivo, ou clichê? O blog Direto de 1958 faz isso numa sacada genial.

Hoje os blogs acompanham, quase em tempo real, o desenrolar dos acontecimentos. Então, que tal reunir as informações sobre o Brasil de Pelé, Zagallo e cia. e apresentá-las em posts, como se 1958 acontecesse hoje? É isso que Nelson Saldanha Filho (nem sei se é pseudônimo) faz.

A data do blog acompanha o tempo "surreal", e de cinco décadas passadas chegam as notícias sobre a seleção brasileira. Hoje, ao ler o blog, estamos na preparação para a estréia do Brasil, contra a Áustria - no "próximo domingo"!

Parabéns a quem teve a idéia. Muito bom acompanhar os festejos de 58 sem aquele dèja vu de coberturas anteriores.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tá completo, é só querer

Um campeão precisa ter, além do talento e da competência, sorte e estrela. Nos jogos decisivos da Libertadores o Fluminense mostrou que tem tudo isso, inclusive ontem.

Vale dizer que o time começou jogando numa postura encolhida, quase covarde, diante de seus 85 mil torcedores. E Renato errou colocando Ygor em campo. Nada contra colocar um defensor no meio-campo, mas o camisa 5 é ruim demais. Entrou só pra tomar olé dos argentinos.

O jogo era todo do Boca, embora Riquelme estivesse visivelmente abaixo do seu esperado, talvez devido às complicações de saúde às vésperas da semifinal. Mesmo assim, Ibarra, Palacio, Dattolo e Bataglia jogaram por ele até fazer 1 x 0, já no segundo tempo.

Aí vem a estrela, personificada em Washington. Artilheiro nato e humilde, embora sem grande habilidade com a bola, surpreendeu a própria torcida ao fazer um golaço de falta. Tudo igual, embora o Flu continuasse recuado.

Então veio a alteração capital do Fluminense: entra Dodô, sai Ygor. O ataque ganha experiência, vontade de fazer gol e categoria de sobra. O camisa 11 chegou a fazer um drible à la Zidane e deu um jeito dos contra-ataques do tricolor finalmente levarem perigo.

E aí vem a sorte de campeão: após Dodô segurar três marcadores, deu um lindo passe pra Conca que, na raça, acreditou e colocou o coração naquele chute cruzado pra área. Ela bare caprichosamente no zagueiro do Boca e "mata" o goleiro no contrapé. Outra surpresa que nem o mais otimista dos tricolores sonharia em ver no Maraca.

Daí, Fernando Henrique fez mais dois milagres como tem sido de costume. Thiago Neves, que não esteve bem, saiu para a entrada do eficaz Mauricio. E, pra fechar o caixão portenho, Dodô fez um gol com a sua marca de classe.

Por que me refiro o tempo todo ao Flu com características de campeão? Porque, oba-oba à parte, a fraca LDU que me desculpe: o tricolor só não leva essa Libertadores se não quiser.

Ah, ontem também teve Corinthians 3 x 1 Sport, pelo primeiro jogo da Copa do Brasil. Bom resultado do Timão, que não pode subestimar a força do Leão na Ilha do Retiro.

Dois pesos...

O Porto foi excluído da próxima Liga dos Campeões da Europa devido a escândalos de corrupção.

E o Zenit?

O verde da esperança

É hoje. Depois de 24 anos longe da Taça Libertadores da América, o Fluminense está na semifinal da competição. Vai decidir em casa com chances de ganhar.

Como vai se comportar o time? A torcida espera que joguem o jogo de suas vidas, pois o desmantelamento anual (às vezes semestral) dos times brasileiros e a dificuldade da competição pode impossibilitar os atletas de hoje jogarem novamente uma semifinal dessas.

O Boca vem com a tradição, a história e a liderança de Riquelme para jogar com o Fluminense de igual para igual. Não vai querer perder, de jeito nenhum.

Por mais que se deva respeitar a LDU, que chega à final ao empatar com o América, o grande desafio tricolor é o atual campeão da Libertadores. Como em 98 foi o River Plate para o Vasco, quando também se enfrentaram nas semifinais.

Hoje é o primeiro capítulo para essa geração do Fluminense mostrar que pode ficar na história do clube.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Esse é o país da Copa 2014

É triste que o fato principal da rodada de fim de semana seja uma selvageria. O jogo entre Náutico e Botafogo infelizmente vai ficar pra história, e ele revela tristes características do futebol pentacampeão e do país-sede da Copa 2014.

Primeiro, o destempero de André Luís ao ser expulso. Antes mesmo de sair de campo o zagueiro parecia transtornado, fazendo gestos agressivos para o juiz. Por mais que a interpretação do árbitro pudesse estar errada, nada justifica aquela reação.

Mas a arbitragem brasileira não se impõe pela qualidade inquestionável, tampouco suas Comissões Reguladoras ou os Superiores Tribunais Desportivos, que absolvem os maiores absurdos feitos em campo.

Com esse background, os jogadores sentem-se à vontade para (e até no direito de) reagir no estilo de André Luís, ainda que em intensidade menor. Quanto aos gestos obscenos para a torcida, boto na conta da falta de maturidade da pessoa, e não apenas do jogador.

O Náutico fala que não tem responsabilidade, mas por que o vestiário estava trancado? Se aquela porta estivesse aberta, tudo acabaria mais cedo.

Pra completar, a atuação da polícia. Injustificável a "chave-de-braço" num jogador que estava cercado por quase uma dezena de policiais (e que, naquele momento, já tinha se acalmado).

Mas pior ainda foi levá-lo pelo meio da torcida adversária - ainda mais após tudo o que aconteceu em campo. Se algo acontecesse com André Luís, quem seria o responsável?

E se Recife for uma das cidades-sede da Copa 2014? Esse tipo de organização é a que vai ser presenteada às seleções e torcidas visitantes?

Voltando ao futebol, a dança dos técnicos recomeça. Alguns saem por maus resultados, outros por melhores propostas. Mas isso pode muito bem mexer com a projeção dos favoritos ao título. O Internacional tem chances sem Abel? O Botafogo sem Cuca sobe ou desce na tabela?

O Santos, com o mesmo Cuca, deve brigar por uma vaga na Libertadores. Não acho exagero, pois o elenco do Peixe dá mais opções para o técnico recém-chegado do que o Botafogo. E não duvidem do "toque mágico" de Cuca em elencos sem grandes perspectivas.

O Fla de Caio Júnior rateia mas segue garantindo seus pontos. Não fosse Fernando Henrique, teria goleado os reservas do Flu. Mas ainda apresenta falhas no meio-campo e um ataque fraco em gols.