sábado, 28 de dezembro de 2013

A marcha do progresso

Uma família estava à minha frente no Jogo das Estrelas, ontem, no Maracanã. A alegria de estarem ali, torcendo pelo time de Zico como se fosse o próprio Flamengo, era contagiante e autêntica. Visivelmente eram torcedores mais humildes, daqueles bem representantes do povão, cujo chinelo de dedo era a marca registrada. Então me dei conta que eu não vejo mais esse tipo de torcedor nos jogos do clube mais popular do Rio. Muito já se falou sobre isso, mas pela primeira vez eu sentia quase na pele o apartheid das novas arenas padrão FIFA.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Viu o Mengão, vô?

Foi a minha primeira final no Maracanã, vô. Aquele aonde você me levou um dia pra ver Flamengo x Bangu. De tão baixinho em meus 7 anos, nem vi o gol de Bebeto. Mas lembro do estádio lotado, e da torcida do Flamengo. Hoje ganhamos a Copa do Brasil pra você, vô. Porque se não fosse você eu não estaria lá, não seria rubro-negro, e não estaria me lembrando de você agora.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Rodrigueano

O jogo de hoje só comprovou o que todos já sabem: com time bom ou ruim, em boa ou má fase, o Flamengo é Nelson Rodrigues puro. Ninguém imaginava aquele começo arrasador, e depois disso ninguém esperava levar 4 gols e voltar a ser freguês do genérico paranaense - agora dentro de casa. Este é um elenco humano, demasiadamente humano. Não se enxerga nas nuvens e desmorona ao primeiro revés. Até o final de 2013 essa é a vida como ela é, na alegria ou na tristeza.

domingo, 4 de agosto de 2013

Minha volta ao Maracanã

Voltei. Depois de todo mundo, mas voltei. Sei que há muitos torcedores bem mais assíduos do que eu, mas isso não apaga minha memória afetiva do Maracanã. Não senti o impacto negativo que tantos narraram: está diferente sim, mas ainda é ele. Como numa grande reforma numa casa conhecida, está melhor e mais bonito sem perdermos a certeza de que é o mesmo. O legal foi perceber a atmosfera do lugar.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

E Marin acertou...

Foto: Tom Dib/Lance!Press
O Brasil pode perder domingo, o que não seria surpresa ou desastre - afinal, do outro lado estarão Itália e sua pesada camisa, segunda maior campeã de Copas, e a Espanha, atual fenômeno do futebol. Se a Copa das Confederações é um evento-teste, ocorreu o mesmo com nossa Seleção. E quem passou com louvor, reafirmando seu tino pra determinadas missões, foi Luis Felipe Scolari. O homem parece ter nascido pra treinar o escrete nacional.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Espanha de dois gumes

Foto: AFP
A quase perfeição da geração atual da Fúria é de embasbacar. Pouquíssimos erros táticos, de passe ou de finalizações, domínio absoluto do jogo, estratégia de cansar o adversário (lembra Muhammad Ali), placares necessários devidamente calculados. No entanto, sempre chega uma hora do jogo em que bocejo, me irrito com a burocracia paciente do toque de bola e mudo de canal. É como se a Espanha tivesse transformado a imprevisibilidade do futebol na lógica infalível do basquete: o melhor time sempre vai ganhar sem dar chance pro azar.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Negar é pior

Sim, o Brasil pode ser campeão em casa no ano que vem. Tudo pode acontecer no esporte que teima em desobedecer a lógica quando menos esperamos, ainda mais numa competição de tiro curto como a Copa do Mundo. Mas ganhando ou não, precisamos admitir: o futebol brasileiro vai mal. Sem fatalismos ou eurocentrismos, precisamos aceitar o quanto antes a nossa condição para ir em busca do remédio. E não tentar fingir que está tudo bem andando de muletas e com o supercílio aberto.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Essa é a nossa Seleção

Foto: Agência Efe
"Ficaremos divididos entre ufanistas e corneteiros?", dizia um tweet durante o Brasil x Inglaterra. De fato, é complicado analisar o futebol da Seleção se a tônica for escolher um desses extremos e dali não arredar pé. O elenco que vai para a Copa das Confederações (e que é base pra Copa do Mundo) é um reflexo do momento do nosso futebol - da comissão técnica ao ponta-esquerda (que não existe mais). Não sou fatalista, vejo esperança mas também riscos nas "enganações de grife" que vestem a amarelinha.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Da cartola

Foi dose assistir a vitória do Flamengo sobre o Remo nessa quarta. Confesso que fica difícil até avaliar as atuações de cada um, considerando que o jogo teve nível inferior a peladas de fim de semana (incluindo a atuação do árbitro). Jorginho parece (parece!) estar mais certo do que quer, mas sem treinar mais vezes a mesma formação, só complica. A sorte é que o time tem um Rafinha pra fazer um passe de mágica.

Gostei da escalação inicial, com 2 volantes, 2 meias e 2 atacantes. No estágio que o Flamengo se encontra, o melhor é simplificar. Mas Rodolfo e Gabriel não voltavam, o que deixava muitas vezes Amaral (numa de suas piores partidas pelo clube) com a decisão de lançar a bola para o ataque.

O Remo, que sequer está na série D, tinha vontade e violência. Nada mais. E o momento de intranqüilidade do Flamengo faz diferença, pois o nervosismo com a marcação sob pressão era evidente.

Jorginho armou um banco péssimo. Além de não levar Luiz Antônio (que joga em 2 posições), deixou Adryan de fora. Se o único meia do time não tiver seqüência, fica difícil. Pra piorar, Leo Moura se machucou, obrigando Elias a ir pra lateral, com Renato Abreu de segundo volante. Fora o desperdício criativo, o Flamengo perdeu movimentação e poder de marcação.

No segundo tempo Gabriel e Rodolfo voltaram mais, e isso recuou o time do Remo. Rafinha enfim conseguiu driblar a marcação dupla e chutou com consciência. Esse garoto deve ser preservado por clube e torcida, é ele quem tira da cartola lances decisivos. Gabriel é outro que mostra personalidade e vontade de decidir.

Hernane foi tão ruim, mas tão ruim, que seus desarmes na frente armavam contra-ataques, além de perder todas as bolas no ataque. A estrela do início do ano serviu pra renovação de contrato, e só.

Já que não haverá contratações, o departamento de futebol e a comissão técnica precisam resolver de uma vez por todas as indefinições desse elenco. Gonzalez sai ou não sai? O que querem com Ibson? Como administrar Alex Silva? Se já esta difícil a situação, novelas internas só pioram.

A boa noticia do dia é que o Flamengo está com todas as certidões negativas referentes às esferas de poder, federal, estadual e municipal. Tenho curiosidade de saber se algum outro clube do Brasil pode dizer o mesmo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Custo-benefício

Sai Dorival, entra Jorginho. A atual troca de técnicos do Flamengo é mais um episódio da cruzada contra as combalidas economias do clube. Embora Dorival  nunca tenha sido unanimidade (como não o foi em nenhum dos clubes pelos quais passou), a torcida ainda fica desconfiada. Afinal, o melhor resultado (no Brasil) do novo técnico foi uma quase classificação do Figueirense pra Libertadores. O Flamengo, consciente, jogou novamente os dados, apostando pouco dinheiro. Mas não necesariamente apostando pouco.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Sem explicação

Foto: Ivo Gonzalez/O Globo
No primeiro tempo, um time arrumado, movimentando-se com inteligência, que abre 2 x 0 sem maiores problemas. No segundo tempo, falhas na defesa (principalmente na bola aérea), virada do time até então dominado e um abafa no desespero. O relaxamento geral da equipe não se explica para além de uma certeza que tudo correria bem até o final. Só esqueceram de combinar com o Resende.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O desafio do equilíbrio

Terminei o último post apontando que o time do Flamengo 2013 ainda não havia sido testado estando atrás no placar. E isso foi acontecer logo numa semifinal, em que o aspecto emocional pra ter os nervos no lugar contam muito. Foi um jogo de baixo nível técnico em que o Botafogo mostrou aplicação tática exemplar, embora com violência desnecessária. Agora cabe ao Flamengo ter o equilíbrio de ver o que está ruim e o que está bom e tirar as lições devidas.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Estaca zero

Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem
Sabe quando um filho vai todo orgulhoso mostrar uma nota 10 recém-tirada pro pai, que responde "você não fez mais que a sua obrigação"? É assim que olho pro Flamengo hoje. Legal, primeiro lugar, invicto, semifinais... Mas agora começou tudo de novo. Uma derrota pode colocar em xeque todo o trabalho. Contra o Olaria, a partida foi resolvida logo. Renato Abreu foi decisivo - o que pode vir a ser má notícia.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Fred vai pegar a 9?

Fred para seu carro no meio do trânsito e rouba um beijo de uma motoqueira. A menina parece enfeitiçada pelo craque, que está no controle do volante, feliz com o sucesso que faz, com os amigos em volta destacando sua "atuação" em meio às circunstâncias adversas de parar no meio de uma rua movimentada só pra isso. Eu não sei quanto a vocês, mas vi no episódio uma metáfora sobre a oportunidade que Fred tem em assumir a camisa 9 da Seleção.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem diria?

Foto: Marcio Alves/O Globo
É complicado falar de um jogo tendo visto só os melhores momentos. Feita a ressalva, posso dizer que o Flamengo chegou onde poucos poderiam afirmar antes do Campeonato Carioca começar: invicto, com classificação antecipada para as semifinais, com Hernane artilheiro do carioca e "brocando" geral, e Rafinha transformando-se numa peça fundamental na campanha. E com Dorival, de fato, montando um time.
 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

As aves têm suas próprias asas

Ganso e Pato. Duas promessas que chegaram jovens ao protagonismo. Dois meteoros que não alcançaram as órbitas vislumbradas. Duas carreiras que a "ejaculação precoce" dos comentaristas esportivos já colocou nas alturas e agora tenta enterrar. A verdade é que Paulo Henrique e Alexandre são incógnitas, tanto pelas contusões recentes como pelo foco que dão às carreiras. Penso que o futebol brasileiro não pode prescindir de nenhum dos dois. Mas se não quiserem pagar o preço devido pra levantar vôo novamente, ninguém vai fazer isso por eles.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O caminho do bem

Foto: Alexandre Vidal
Os Estaduais só servem pra angustiar o torcedor: se o time vai mal, é crise porque está se embananando com outras equipes de nível inferior; se vai bem, nada de empolgação pois o time está massacrando equipes de nível inferior. O Flamengo fez a sua melhor atuação do ano ontem goleando o Friburguense - que quase colocou o poderoso Fluminense em maus lençóis semana passada. Era mais uma noite iluminada de Rafinha e Hernane.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Rateou, mas andou

Contra mais um adversário sem muitas pretensões além de uma retranca e um gol salvador em contra-ataque, o Flamengo se embananou com o campo pesado. A velocidade característica do elenco ficou prejudicada, o que contribuiu para o baixo nível técnico da partida. Mesmo assim, dá pra perceber que alguns jogadores já assimilaram o esquema tático, enquanto outros parecem fracos em qualquer esquema. E Hernane provou que é mesmo o herdeiro de Love, em todos os sentidos.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Acima das expectativas

Acredito que nenhuma das torcidas esperava que o placar de Flamengo x Vasco fosse  4 x 2 para o rubro-negro. O próprio jogo foi melhor do que se esperava, considerando que são dois times em formação e ainda sem a plena confiança da torcida. Mas a noite era mesmo de um moleque fracote, que mal cabe na camisa oficial do clube, e que não sentiu nenhum peso. Rafinha começa sua história brilhando num grande clássico.

domingo, 27 de janeiro de 2013

A sorte virou

Achei que o Volta Redonda seria um adversário mais forte. Como de praxe nesses casos, o próprio Flamengo fez questão de trazer a pitada de drama. Mas, diferente dos últimos anos, o time vai se arrumando e parece a cada jogo saber o que fazer em campo. A angústia era porque o último toque não virava gol. Mas os dois últimos lances da partida demonstram que, ao que tudo indica, a sorte finalmente virou para o Fla.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O jogo que ninguém viu

Como falar de uma partida do Flamengo que acompanhei pelo tempo real do Globoesporte.com e pela repercussão no Twitter? A FERJ fez de tudo pra expulsar os torcedores do estádio que não tinha refletores (com interferência da Globo?). Foi tão bizarro que o destaque foi a pirraça de Ibson no intervalo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

O primeiro jogo do resto de nossas vidas

O novo Flamengo entrou em campo. Se todas as decisões e atitudes extracampo são importantes, elas só conseguem aguentar a pressão da torcida se dentro de campo os resultados vierem. O Quissamã era fraco, o time estava desentrosado, cheio de garotos mas ainda assim a vitória veio - com dose dupla de Hernane! Nada melhor pra começar o campeonato e o "ano letivo".