segunda-feira, 14 de março de 2011

Chegou a hora de importar?


Falta técnico no Brasil.

Essa é a minha conclusão ao ver que os comandantes dos principais times do país não são unanimidade, suas decisões dentro e fora de campo são ininteligíveis, passíveis de questionamento até pelo mais irracional torcedor.

Esses mesmos técnicos não sabem lidar com a imprensa, com críticas, com diretorias. Todos, na hora da contrariedade, viram crianças pirracentas na entrevista coletiva após os jogos.

Luxemburgo, tão elogiado na carreira por sua capacidade de montar esquadrões ofensivos e sólidos, patinou com o Atlético-MG e faz o mesmo com o Flamengo, apesar dos resultados. Em ambos os casos, teve carta branca e parece ter esquecido o que sabia. A ponto de se defender apenas com o currículo, nada mais.

Felipão, o último que trouxe uma Copa, foi escorraçado do Chelsea depois de apequenar Portugal nos jogos decisivos (perder a Eurocopa pra Grécia, em casa, é deprimente). Agora, nem no conhecido Palmeiras consegue repetir o sucesso dos anos 90.

Muricy, o atualmente endeusado pela crítica esportiva, dá graças aos céus por terem inventado os pontos corridos. Não fosse isso, dificilmente seria tantas vezes campeão brasileiro. Seus times cheios de falta de imaginação tiram a paciência do mais ingênuo torcedor.

Estamos falando de medalhões que já conseguiram várias glórias. Agora imagine a situação dos que vêm abaixo deles.

Os técnicos brasileiros mostram que pararam no tempo, parecem sofrer de Alzheimer profissional. Como compará-los com Josep Guardiola, José Mourinho, Alex Ferguson, Arsene Wenger?

"Ah, mas esses que você citou têm dinheiro de sobra pra comprar os craques que quiserem!". Sim, mas jogam entre si, enfrentam outros times com o mesmo poderio. Guardadas as devidas proporções, dá na mesma. Compare as decisões de cada um deles com os brazucas.

A falta de criatividade, a teimosia, a inabilidade para lidar com críticas e com os atletas, o despreparo na relação com a chefia são traços marcantes da grande maioria dos técnicos brasileiros. E pior: sem evoluir no campo, apenas plagiando as piores influências do estrangeiro (nunca as melhores).

O cenário de indigência é tamanho que um amador como Dunga conseguiu ficar 4 anos à frente da Seleção sem ser seriamente ameaçado por ninguém. Muitos queriam que ele saísse (eu inclusive), mas quem colocariam no lugar, com absoluta segurança?

Chegaremos ao ponto de ter que importar técnicos?