domingo, 19 de outubro de 2008

Uma rodada agitada


Os times resolveram atacar e jogar tudo nessa rodada. Quem está lá em cima, quem está na "masmorra"... O que se viu nesse domingo foram partidas emocionantes e com muitos gols - tudo o que a torcida quer.

O Fluminense não se intimidou diante do Vitória e virou o jogo com maturidade. Mas muitos erros nas finalizações prejudicaram, além de 2 pênaltis não marcados pelo fraco juiz. Renê Simões falou certinho: não adianta reclamar, o negócio é acertar quando tem a oportunidade.

Com Arouca mais liberado, o tricolor ganha mais ofensividade. Mesmo tendo voltado à zona de rebaixamento, parece que começa a se reerguer para terminar o ano na primeira divisão. O que não se pode dizer da Portuguesa, que fez a alegria da galera ao vencer o líder Grêmio. Regularidade não é o forte da Lusa.

O São Paulo tanto reclamou do juiz antes da partida e, ao final, quem saiu beneficiado foi o tricolor. Alex Mineiro cabeceou e a bola bateu dentro do gol de Rogério Ceni, mas não foi assinalado. Depois de estar perdendo por 2 x 0, o Palmeiras foi na raça e no talento: o drible de Denílson no primeiro gol, deixando o zagueiro são-paulino deitado, valeu o ingresso.

Quem gostou do empate paulista foi o Flamengo - que penou, mas venceu o lanterna Vasco da Gama. Conforme assinalado no último post, Obina conta com o imponderável, e só com ele naquela bola o zagueiro vascaíno faria contra.

Mesmo sendo um jogo cheio de emoção, foi impressionante a quantidade de passes errados das duas equipes (a única jogada com passes certos resultou em gol). E Fábio Luciano, nas duas faltas de cartão, confirmou o que disse Alex Teixeira: a zaga do Fla é lenta. Aírton é muito mais sereno do que boa parte do time, e não merece sair. E tomara que Wagner Diniz tenha voltado pra ficar, o Vasco precisa dele.

O Goiás beliscou a sexta posição, mas deixou o Coritiba empatar. O Cruzeiro fez a parte dele e permanece em segundo, a um ponto do Grêmio (assim como o Palmeiras).

O equilíbrio do campeonato é a alma do negócio. Não duvido que seja esse fôlego suspenso até o final. Mas vai terminar na frente quem tiver os nervos no lugar para jogar de acordo com a rodada e o espírito da partida. Nesse ponto, Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo têm tudo pra seguir no G-4 até o fim.

sábado, 18 de outubro de 2008

As esperanças vão morrendo...

O Botafogo tinha a esperança de sonhar brigar pelo título se ganhasse em casa do Santos (que tinha o sério desfalque de Kléber Pereira). Mas resolveu seguir os passos do Flamengo e perdeu, num jogo em que o goleiro Renan só não fez chover - e não merece as vaias pela falha no gol do Peixe.

O São Paulo agradece, mas tem pela frente o rival Palmeiras, em disputa mais que direta dentro do G-4. Um empate não desagradaria aos dois, mas a sede de chegar perto do Grêmio vai falar alto. Tem tudo pra ser um dos melhores jogos do Campeonato.

O empate também animaria a dupla paulista diante da crise de confiança que se abalou sobre o Flamengo, quinto colocado. Atacantes que não são municiados devidamente pelo meio-campo não podem ser execrados. Mas assim faz Caio Júnior, ao propor a volta do folclórico (e irritante) Obina ao time titular. Talvez Josiel e Vandinho não contem com o imponderável, ao contrário do "deficiente" baiano...

O Vasco, que poderia entrar por baixo, agora se anima com as provocações vindas de uma entrevista de Márcio Braga e da aparente superioridade do rival ter ido, emocionalmente, por água abaixo. Como todo clássico, não há favoritos e o resultado será decisivo para as pretensões de cada um. (Comentariozinho óbvio esse, porém é a mais fiel verdade!)

Os demais times vão se digladiando por uma esperança (tardia?) de vaga na Libertadores ou na Sul-americana. E o Fluminense? Prossegue no "master mind" de Renê Simões?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Não dá pra exigir muito

A torcida pega no pé de Dunga e pede sua saída, após o terceiro 0 x 0 seguido dentro de casa, e sem apresentar um futebol que encha os olhos. Agora, acredito que o pedido venha mais por uma constatação do que por revolta.

Porque fica claro para quem acompanha a Seleção que Dunga é um técnico muito limitado, no sentido de não conseguir criar nada de novo (ou que fuja do seu script) para mudar os rumos de um jogo. Ontem isso ficou explícito, mais uma vez.

Se a Colômbia estava com duas linhas de quatro defensores, por que insistir no burocrático Kléber na lateral-esquerda? Colocando Juan, que muitas vezes atua como um ponta no Flamengo, ia abrir espaços, podendo tabelar com Robinho, cruzar da linha de fundo para Jô...

Ou tirar Gilberto Silva, cujo nome só foi ouvido pelo telespectador no 2º tempo, devido a um passe errado, e colocar o arisco Lucas...

Ou não fazer substituição nenhuma, mas rearrumar o posicionamento dos jogadores brasileiros para confundir a marcação colombiana...

Nada. A Seleção de Dunga só consegue jogar bem quando enfrenta um adversário escancarado e quando tudo funciona como planejado nos treinos.

Agora eu te pergunto: dá pra ganhar uma Copa assim?

***

Obina é a arma do Flamengo para enfrentar o Vasco? De que ano é essa notícia?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O cara

Antes de qualquer coisa: como cai bem a camisa 10 no Kaká. Não tem jeito: toda Seleção Brasileira tem que ter um camisa 10 de respeito. Quando não tem, só pode vencer como em 94: feio, chato, com o 10 no banco (Raí, barrado) e nos pênaltis. Mas pra impor respeito e empolgar a torcida, tem que ter o camisa 10.

E Kaká é um camisa 10. Assim como Zico, ele começou com a 8, humildemente, mostrando no pé que seu espírito é de ser cérebro do time, referência, e, por que não?, liderança.

Não estou falando tudo isso por causa do jogo contra a fraca Venezuela. Mas que deu gosto ver Kaká de volta, ah isso deu. O resto é conversa fiada com categoria: o golaço de Robinho, a bela jogada para o gol de Adriano, a segurança de Júlio César...

"Ah, não fez mais que a obrigação!" Ótimo! Ao menos isso. Só falta jogar assim em casa. Com Kaká e Robinho, tudo vai muito melhor. E sem Ronaldinho Gaúcho. Que me desculpem os admiradores do malabarista, mas ele não emplacou na Seleção. Jogar com um a menos não dá.

Vejamos quarta.

sábado, 11 de outubro de 2008

O fantasma de Cabañas


Diante de quase 80 mil torcedores o Flamengo leva uma goleada inesperada, numa hora que não podia perder. Libertadores 2008? Não, Campeonato Brasileiro mesmo. O Atlético-MG foi o carrasco da vez, com outro 3 x 0.

A torcida pode colocar na conta de Caio Júnior boa parte dessa derrota. O lado direito do Flamengo era uma "avenida", e o técnico não corrigiu isso. Depois, resolveu botar Erick Flores (que há séculos não era escalado) no lugar de Kléberson, ainda no primeiro tempo! Se quem está de fora não entendeu, imagine quem está em campo. Colocar mais atacantes (Maxi e Obina) sem ter meio-de-campo eficiente não adianta nada.

O rubro-negro dá mais um vexame, de novo a reboque das papagaiadas de seu presidente (cantando vitória pro hexa) e de boa parte da mídia, que não resiste em fazer média com a maior audiência e endeusar um time que até agora tem jogado um futebol mediano.

O Fluminense respira vencendo o Atlético-PR de virada, fora de casa. Torço pelo sucesso de Renê Simões, que é bom técnico e ainda não teve uma grande chance no Brasil. Washington, quando está inspirado, faz diferença para o time. Agora, o que há com Luiz Alberto, que resolveu colecionar expulsões?

Inter e Goiás empataram. E daí?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Gato e rato


Na trilha do equilíbrio que marca o Campeonato Brasileiro 2008, os resultados de ontem mantêm longe a sensação de tranqüilidade do torcedor de qualquer time.

O São Paulo volta ao G-4, como era esperado, e coloca mais uma pressão no Flamengo. E logo atrás deles vem o Botafogo, que venceu bem o Vitória. Esses times, mais os três primeiros, vão brincar de gato e rato até as rodadas finais.

O Botafogo, mais uma vez, mostra que não tem se abatido quando está atrás no placar. Em noite de Zárate fazendo gol (será que dá pra esperar alguma coisa do barrica?) e Lúcio Flávio colecionando mais um golaço, tinha que dar vitória alvingera.

O Cruzeiro, assim como o São Paulo, não encanta e faz o básico: vence por 1 x 0 o Ipatinga e não perde (nem ganha) posições. Será que os mineiros ainda acreditam no título ou já se dão por satisfeitos com a vaga na Libertadores?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Confusões sintomáticas

Rodada quente no Brasileirão, com altas emoções dentro e fora do campo.

O Vasco caiu no ditado de "quem nunca come melado, quando come se lambuza". Há 6 jogos sem vencer, que vascaíno acreditaria numa vitória diante do Sport, na Ilha do Retiro? Pois era o que acontecia quando terminou o primeiro tempo. O Sport, naquele jeito desordenado de jogar, deu trabalho para o bom goleiro Rafael.

Mas o nome do jogo seria Leandro Amaral. Com Renato Gaúcho fazendo de tudo pro time não levar gol, restou ao atacante fazer tudo: roubava a bola na defesa, armava e finalizava. Dois golaços do melhor jogador cruzmaltino na temporada.

Só que defender-se apenas, desperdiçando as poucas chances no ataque, não dá. O "melado" dos 3 pontos deixou o Vasco nervoso. Aí até um atacante mancando consegue fazer gol, e assim foi: o Sport conseguiu o empate. Enquanto isso, Dinamite, Tita e Eurico trocam acusações que não ajudam em nada a situação do time.

Não vi o jogo do Santos, só os lances polêmicos. Fabiano Eller reclama que o juiz estava mal-intencionado. E que intenção tinha o zagueiro santista ao mostrar as travas da chuteira na falta em que levou o cartão amarelo? É um bom jogador, mas não tinha razão nenhuma de reclamar. E pior é que ainda voltou depois do jogo pra ameaçar o juiz... Pra quê? Ia adiantar alguma coisa, àquela altura?

O Palmeiras, assim como o Flamengo, não consegue passar confiança à torcida. 0 x 0 com o Figueirense, com a vitória gremista, era um resultado inadmissível.

Sábado tem mais. E domingo, Seleção: vai ser "haja coração!" ou "haja paciência..."?

sábado, 4 de outubro de 2008

Rame-rame

Pode-se dizer que a rodada pré-eleições do Brasileirão não apresentou surpresas. Com exceção da elasticidade de alguns placares, ganhou quem tinha tudo pra ganhar e perdeu quem não apresentava expectativa semelhante.

Grêmio e Palmeiras mostram que querem o título: viraram seus jogos com autoridade. É o certo, afinal, não podem admitir perda de pontos "de bobeira": estão a apenas 4 pontos de Cruzeiro, Flamengo e São Paulo.

Do G-4, o Flamengo é o time que causa mais incertezas se olharmos o futebol apresentado durante as partidas. Venceu o Náutico em um jogo que poderia ter perdido de muito, se não fossem as péssimas finalizações do time pernambucano. Mas o resultado é pragmático: conseguiu 3 pontos fora de casa, na terceira vitória seguida e agora joga três vezes no Maracanã. O São Paulo só não passou o rubro-negro por ter uma vitória a menos.

O Coritiba venceu o Inter com a ajuda da defesa colorada, que fez uma lambança atrás da outra. Não é nada, não é nada, já está em sexto. É uma equipe que pode incomodar o topo da tabela, num desses jogos-chave da reta final.

E o Vasco? Edmundo pediu garra pra vencerem em casa e levaram nada menos que uma goleada do Figueirense, que chegou a estar ganhando por 4 x 0. Assim como Corinthians, Botafogo e Palmeiras, o time da Colina pode se preparar pra se reerguer na série B 2009 após o fundo do poço...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A emoção vai até o finalzinho

Treze dias longe das postagens futebolísticas: consegui sobreviver e, na medida do possível, acompanhava o desenrolar do Brasileirão 2008. E o que temos para dizer hoje?

Primeiro, que nenhum líder disparado está se sustentando nessa edição. Depois do Flamengo, foi a vez do Grêmio cansar. O Palmeiras assumiu a ponta, mas sem muita banca: empatou duas vezes seguidas quando podia se distanciar. E continua com o tricolor gaúcho e o Cruzeiro na cola.

Triste é ver o Vasco na lanterna e o Fluminense desesperado. Dois times com a auto-estima muito baixa, o que dificulta qualquer trabalho de recuperação. Cuca nunca daria um jeito no Santos ou no tricolor, e Renato Gaúcho pode ter chegado tarde. O futebol carioca tem chance de perder metade de seus representantes na série A 2009.

E o Flamengo, esse time estranho? Um elenco multifacetado, um técnico hesitante, e ainda assim consegue se manter na zona de classificação para a Libertadores. Mas não sinto firmeza (ainda) que consegue a vaga. São Paulo, Vitória, Botafogo, Internacional, Goiás e Coritiba estão de olho nesse "rodapé" do G-4.

O Botafogo também interrompeu a seqüência de bons resultados mas em compensação vai seguindo na Sul-americana. Após 2007, é o time que merece esse título, pois está se dedicando com afinco a conquistá-lo.