terça-feira, 3 de março de 2009

Apito crítico

(Fotos: Carolina Lessa)

José Roberto Wright foi um dos principais árbitros brasileiros, com uma longa carreira (quase 25 anos). Hoje é comentarista da TV Globo e busca analisar friamente o trabalho de seus colegas atuais, tendo que se equilibrar diante da discordância, às vezes furiosa, do torcedor-telespectador. Nesta entrevista, Wright fala da profissionalização dos árbitros, da tensa relação com os jogadores em campo, da berlinda da tecnologia e das câmeras. E critica a condução atual da Comissão de Arbitragem do Rio de Janeiro.

FUTEBOL RACIONAL – O que leva alguém a querer ser árbitro de futebol, uma profissão que está sempre no centro das polêmicas de um esporte movido a paixão? O que levou você a ser árbitro?

JOSÉ ROBERTO WRIGHT – Há uma diferença da arbitragem de hoje para a arbitragem da época de 1970 e 80, quando o árbitro ganhava bem para apitar um jogo de futebol. Ele ganhava um percentual da renda do jogo, então uma motivação era o aspecto financeiro, extremamente favorável - e hoje nem tanto. Eu cursava a faculdade de Educação Física e abriram inscrições para o curso de árbitro, na Federação Carioca de Futebol. Fiz para ter uma especialização, para mais tarde usar na minha carreira profissional. Só que o curso era muito bem elaborado, me deu uma base muito grande. E eu gostei da atividade. Me formei em 1971, em 1974 já tinha apitado minha primeira partida profissional, em 1978 já era do quadro da Fifa.

FR – Você apitou até quando?

JRW – Até 1994. Na Copa daquele ano fui comentarista mas em 1990, na Itália, apitei as semifinais.

FR – Além dessas que você colocou, quais as outras diferenças da profissão de árbitro daquela época para a atual?

JRW – Era muito diferente. Naquela época os árbitros eram formados com muita liberdade, de acordo com as características da sua atuação. Um era disciplinador, outro mais acomodado... Cada um tinha um estilo. E os instrutores te davam um embasamento [técnico] muito bom para você atuar de acordo com o seu perfil.

FR – E hoje?

JRW – Hoje robotizaram a arbitragem. O árbitro tem que levantar o braço inteiro se for tiro indireto, se o vento estiver a noroeste tem que levantar metade, se for a boroeste faz de outro jeito... (risos) Ora, fizeram um robô que não dá certo! Se você não tiver criatividade, se não tiver como conduzir o jogo e ir adquirindo experiência... Nenhum árbitro é igual ao outro, cada um tem uma maneira de ver as coisas. E por isso a arbitragem caiu bastante.

FR – Ou seja, na sua época eles investiam mais no perfil do árbitro.

JRW – Na verdade eles investiam no geral, mas os instrutores eram bons. Por exemplo, Eunápio de Queiroz, um ex-árbitro da década de 50 e 60, foi um instrutor fantástico. Eu tive a oportunidade de fazer vários cursos internacionais com bons instrutores. Hoje você conta nos dedos um instrutor bom que consegue elaborar um trabalho para que surja um bom árbitro. Com exceção do Rio Grande do Sul e São Paulo, que tem árbitros com um padrão bom. O Rio de Janeiro já foi um celeiro de bons árbitros durante décadas e hoje não tem ninguém.

FR – Como é a situação profissional dos árbitros hoje?

JRW – Eles ganham uma taxa fixa... É outra diferença comparando à minha época: eu tinha percentual de 1% na renda do jogo, e peguei o futebol brasileiro com 100 mil, 150 mil pessoas no estádio em vários jogos. Então, quanto mais gente, mais você ganhava. O árbitro saía do Maracanã com 8, 10 mil dólares. Hoje é uma renda fixa, cerca de 2 mil e quinhentos a 2 mil e oitocentos reais e o árbitro ainda paga imposto de renda, ISS... Ele é descontado em quase 40 %, é desestimulador.

FR – Então os árbitros não são profissionalizados: eles exercem uma outra profissão e apitam jogos.


JRW – Sim, mas na minha época também era assim: eu fui professor de Educação Física, dei aula em colégios municipais, no Colégio Pedro II. Sempre trabalhei muito, acordava às 6 da manhã para dar aula na PUC e mantinha minha forma atlética apitando dois jogos por semana. Então eu não dependia do futebol.

FR – Mas você acha que seria uma boa idéia profissionalizar os árbitros?

JRW – O problema é a questão legal. Para ser árbitro [do quadro] da FIFA você entra com 25 anos de idade, e aos 45 você sai. E no Brasil, se você não tem 65 anos de idade ou 35 de contribuição, não se aposenta. Então, aos 45 anos de idade, o árbitro vai fazer o que até chegar aos 65? Eu sou favorável ao sistema atual, desde que pague bem. O desconto do INSS é uma coisa absurda, pois você não tem o reconhecimento [legal] da profissão de árbitro. Então você é descontado pra que, se não vai ser aplicado na sua aposentadoria? Não tem benefício.

FR – Você seria a favor da criação de uma “FIFA da arbitragem”, isto é, uma associação internacional de árbitros que escalaria os árbitros nas diversas competições?

JRW – Não tem como. Pelo seguinte: você tem diferentes culturas, diferentes métodos de aprendizado da arbitragem. Então você vê a FIFA convocando em algumas Copas do Mundo árbitros de Vanuatu, que não tem experiência. O sistema que existe, na minha opinião, é o correto: a FIFA e as Confederações dos continentes escalam para os jogos internacionais, a Confederação do país para os jogos nacionais e as Federações regionais, idem. Acho que esse caminho é o melhor, não adianta mexer muito não, porque funciona.

FR – Mas quem levanta essa questão argumenta que a associação garante mais independência ao árbitro, principalmente em relação às federações...

JRW – Se você considerar o Brasil, em termos de [relações com a] Federação, realmente é um problema. O Eduardo Vianna, o “Caixa d'água”, foi um problema muito sério para a arbitragem carioca. Se o árbitro não era do seu gosto, ele pressionava, tirava, fazia e acontecia. Mas eu nunca vi, em todos esses anos, por parte da CBF nenhuma ingerência para que o árbitro favorecesse A, B ou C.
Houve uma época em que aconteceram problemas, como no caso do Ivens Mendes, então presidente da comissão de arbitragem, que foi um caso sério porque ele tentou fazer [carreira] política utilizando o cargo. Mas se analisar friamente você conta nos dedos os escândalos de arbitragem. Teve o Edílson Pereira, que foi o último caso [em 2005], o Leiria, há 30, 40 anos atrás. É muito difícil.

FR – Por que a arbitragem carioca está tão ruim?

JRW – Porque é mal dirigida. Há muito tempo, não é de hoje. A gente volta ao Eduardo Vianna, um câncer para a arbitragem do Rio de Janeiro. Ele manipulava, induzia os árbitros a um resultado, era um caos total e absoluto. Entrou o Rubinho (Rubens Lopes, presidente da Ferj), com um perfil diferente, que colocou o Jorge Rabello [para a Comissão de Arbitragem], que é presidente do Sindicato e da Cooperativa de Árbitros. É um cara que não é um exemplo, foi um árbitro de regular pra ruim. E eu acho que pra você cobrar com veemência tem que ter sido um árbitro muito bom. São dois anos dessa direção e os bons árbitros, como o Pablo Alves, não deslancham, pela maneira que o departamento é conduzido.
Por exemplo, o Rabello, numa palestra, foi firme quanto a proibir os árbitros de darem entrevista. Isso é uma burrice! Se teve algo diferente no jogo, que marcou sua atuação, ele tem que ter o direito de falar a versão dele. Senão vai ficar a versão do jogador, do jornalista...

FR – A relação entre tecnologia e arbitragem é outra polêmica sempre levantada. Como você acha que isso se resolve?

JRW – É muito difícil. Eu trabalho na TV Globo e sei o custo de colocar uma transmissão no ar, o número de pessoas [envolvidas], são gastos milhares e milhares de reais. E você tem um problema: num jogo grande, principal, você pode ter a TV ali para tirar a dúvida ou até aumentar a dúvida. Só que existem partidas que não tem condição técnica nem viabilidade econômica [para ter uma transmissão]. Por exemplo: Bangu x Campo Grande, o clássico da Zona Oeste do Rio. E aí? Como é que você vai gastar tantos mil reais pra colocar uma tecnologia nesse jogo?

Então acho que a tecnologia a ser adotada é pra ver se a bola entrou no gol ou não (um sensor é colocado dentro da bola e, ao cruzar a linha do gol, ela emite um sinal vibratório aos bandeirinhas e árbitros). Eu faço parte da comissão da FIFA que estudou o assunto e, em reunião no dia 12 de janeiro deste ano, e foi descartado pelo presidente [Joseph] Blatter qualquer tentativa de se colocar isso em vigor. Ficou caro e, se você considerar o número de situações que ocorrem pra ver se a bola entrou ou não, o custo vai ser muito alto pra pouca solução.

FR – Mas nenhuma outra tecnologia pode ser aproveitada para ajudar a arbitragem?

JRW – Acho que há coisas existentes que já funcionam: o ponto eletrônico entre árbitro e bandeirinhas, por exemplo. Só não pode dar defeito, como aconteceu num Palmeiras x São Paulo no ano passado. Estão tentando, pela Uefa, fazer um teste colocando árbitros atrás do gol, mas não vai funcionar.

FR – Isso foi feito nas finais do Campeonato Carioca de 2008.

JRW – É, mas aquilo ali foi um absurdo. Não tinham autorização [da FIFA], nenhuma abordagem foi feita sobre como ia funcionar esse sistema, foi uma invenção do Jorge Rabello (presidente da comissão de arbitragem carioca). E nessa reunião do dia 12 mostraram um vídeo sobre o assunto, em que um pênalti “sem-vergonha”, que aconteceu a três metros do árbitro e ele não deu, porque não estava de frente pra jogada. E não tinha rádio comunicador, nem ponto eletrônico, nem bandeira.

FR – Ele não tem autoridade para marcar...

JRW – Ele poderia até ter autoridade, mas com rádio e com bandeira. Imagine sem isso! É a mesma coisa que tirar o apito do árbitro.

FR – Ainda quanto à tecnologia: e o uso da TV para tirar dúvidas de lances?

JRW – A TV já é utilizada nos problemas de indisciplina desde 1982. Teve o caso clássico do Tassoti, da Itália, que na Copa de 94 deu uma cotovelada num jogador em campo...

FR – Que não foi punido em campo, porque o árbitro não viu.

JRW – Pois é, aí eu acho válido, quando o árbitro não viu. É uma maneira que você tem de coibir [a indisciplina]. Fiz uma crítica no ano retrasado, quando começaram a querer mudar decisão de árbitro [a partir das imagens da TV]. “A regra determina que o árbitro é boçal e soberano”, dizia o Amílcar Ferreira, árbitro de Niterói. Então, nessa situação acho muita ingerência. Se o árbitro não viu, tudo bem. Se o árbitro viu e não marcou, é outra história. Puna-se o árbitro, mas não tente mudar o que aconteceu [em campo].

FR - Pra finalizar esse assunto: você é um dos poucos comentaristas de arbitragem que costuma dizer que é fácil analisar o lance vendo replay e na câmera lenta, e que o árbitro tem que decidir na hora. Isto é, você contextualiza o seu lugar como comentarista e o lugar do árbitro. Mas como o telespectador pode avaliar a qualidade da arbitragem diante dos vários recursos da TV? Como saber se aquela atuação foi boa ou ruim, já que o árbitro fica tão exposto? O caso do Carlos Alberto Simon, árbitro no jogo Cruzeiro x Flamengo, suscitou muitas discussões nesse sentido.

JRW – Mas aí está o grande problema: nesse jogo, o Diego Tardelli (atacante do Flamengo) foi tocado pelo zagueiro. E ele vira o corpo, mesmo desequilibrado, pra voltar. Só não volta porque o joelho do adversário deu um toque na perna dele. No slow motion é fácil [ver isso]. Existem situações que a TV de um ângulo apresenta o lance de uma maneira e, de outro ângulo, [apresenta] de outra maneira. Um estudo feito há muitos anos, com relação a pessoas que viram acidentes, cada uma descreve [o mesmo acidente] de uma maneira. Então, o telespectador em casa não vai fazer uma análise fria como a que eu faço, por eu ser um profissional da arbitragem. O torcedor vai ficar isento com o time dele jogando? Não vai mesmo. Ah, foi pênalti, não foi, é uma discussão sem fim. E é bom que seja assim. Se fosse uma coisa mecânica, seria chato, desagradável. Não ia ter graça, o futebol ia ficar igual a badminton, boliche.

FR – Você não precisa dizer quem. Mas já teve árbitro que veio tirar satisfação contigo depois de algum comentário seu?

JRW – Não, nunca. Eu sempre procuro fazer um comentário do que eu acho que é. Não sou o dono da verdade, mas estou dando a minha ótica, a TV me paga pra isso. O árbitro pode até ficar chateado. Por exemplo, depois desse Cruzeiro x Flamengo eu estive com o Simon numa palestra em Teresópolis e percebi que ele estava magoado. Mas eu tenho que falar como vi o lance. Quantas vezes eu já voltei atrás, vi que estava errado...

FR – Muita gente vê a FIFA como conservadora quanto a mudança de regras para o futebol em geral, não só pra arbitragem. E no Campeonato Paulista já fizeram várias experiências, como os dois árbitros em campo, tempo técnico, limite de faltas... Como você vê essa questão pro futebol moderno?

JRW – A regra do futebol é uma coisa fantástica. São 17 artigos e quem lê vê que é uma coisa simples, objetiva e que funciona para o esporte de maior paixão do mundo que é o futebol. O que acontece? O órgão que introduz mudança nas regras é o International Board, que antigamente era composto pela Escócia, Irlanda, País de Gales e Inglaterra. Esses quatro países determinavam a regra [do futebol] no mundo. Há 15, 20 anos atrás houve uma mudança: a FIFA foi incorporada a essa entidade com quatro votos e, pra você mudar a regra, é preciso ter dois terços dos votos. Então, se a FIFA não aprovar, morreu. E houve alterações que foram interessantes. Por exemplo, o goleiro não pode pegar a bola com a mão se for atrasada com o pé, que era um lance em que se perdia muito tempo de jogo. Antes era impedimento se o jogador estivesse na mesma linha do defensor, hoje não é mais. Houve mudanças objetivas e que funcionam.
(OBS: o International Board se reuniu no final de fevereiro e aprovou o uso de auxiliares atrás dos gols. O uso do cartão laranja - um intermediário entre o amarelo e o vermelho, com expulsão temporária - foi vetado.)

FR – E o limite de faltas?

JRW – O limite de faltas, numa quadra de futebol de salão, funciona por que é [um espaço] pequeno. Num campo maior, uma coisa que funciona é o que o Wilson Seneme fez no jogo Palmeiras x Ponte Preta: ele deu o cartão amarelo para um jogador gesticulando que ele tinha feito uma, duas, três faltas. Ou seja, acúmulo de faltas, cartão amarelo, acho que funciona. O que é difícil é o árbitro ter a percepção, num jogo de muitas faltas, que determinado jogador está fazendo mais faltas do que os outros.

FR – Hoje você ainda vê árbitros de diferentes estilos: há aqueles que mostram logo o cartão, outros que discutem, conversam com os jogadores. E o cartão foi inventado para ajudar o árbitro quando ele não falava o idioma dos atletas. É possível um árbitro apitar um jogo calado, só com os cartões?

JRW – Pode, mas você, como árbitro, ganha muito o jogo no grito. Até com o apito: se você dá uma soprada fraca, fazendo aquele som baixinho, depois que o jogador dá um entrada daquelas no outro, como é que fica? Mas se você já apita forte depois de uma jogada dessas, é diferente. E a outra maneira é pelo grito. Eu peguei uma época do futebol muito difícil. Na América do Sul, em Libertadores, o jogador argentino... Cansei de peitar, pisar no pé do cara, empurrar com o cotovelo. Porque, se não fosse assim, você não levava o jogo, com cinco minutos tinha que expulsar todo mundo.

FR – Tem que rolar uma intimidação por parte da arbitragem...

JRW – Na minha ótica, sim. Outros árbitros não tem isso. Fiz um jogo com o Romualdo Arppi Filho em Medellín, na Colômbia, com ele apitando. E o capitão do Nacional fez o diabo dentro de campo. Acabou o primeiro tempo eu fui no Romualdo e falei: “Você tem que fazer alguma coisa, o cara tá fazendo o que quer!”. Ele disse: "Deixa comigo, eu falo com ele...". Ele levou o jogo bem, sem expulsar e ainda saiu conversando tranqüilamente com o capitão. Era a característica dele. Se fosse eu, já tinha expulsado de primeira...

FR – É, a gente pôde ver naquela vez que você usou o microfone em campo.

JRW – Pois é, cada jogador é uma história. Os abusados a gente tem que cortar logo. Outros a gente fala: “você sabe jogar, pra que fazer isso?”. Aí o cara cai na realidade, pede desculpas.

FR – Na sua época, qual o jogador mais chato em campo?

JRW – O Dé, que jogou no Botafogo, e era até gente boa. Orlando, lateral-direito do Vasco, que passava a mão na cabeça de um jogador caído no chão, você achava que ele estava consolando, aí ele puxava o cabelo do cara. Se eu não estivesse atento, só via o cara levantando, reagindo e expulsava esse, e não o Orlando.

FR – E o contrário? Aqueles que eram mais respeitosos com o árbitro?

JRW – Ah, teve vários. O Zico, por exemplo, que nunca deu trabalho. Quando o cara é bom, não precisa apelar. Quando é ruim, ele tem que criar um problema, uma dificuldade – Joel Santana, por exemplo, falava muito no ouvido do juiz.

FR – Você acha que o jogador, atualmente, “peita” mais o juiz do que antes?

JRW – Acho, e isso é culpa do árbitro, que não se impõe.

FR – De “bate-pronto”: qual o melhor árbitro brasileiro na atualidade, e por quê?

JRW – O Leonardo Gaciba seria o meu escolhido para a Copa de 2010, mas ele teve uma lesão e vai o Simon, para sua terceira Copa do Mundo. Ele fez uma boa partida na Copa de 2002 e não foi bem na de 2006. Mas eu acho que é melhor você fazer uma Copa e ser o melhor ou ser medíocre em três. O Wilson Seneme é um árbitro regular, mas nada de mais. Mas não há ninguém excepcional.

Um comentário:

Ricardo Villar disse...

Esse puto nunca foi professor de educação física. Ele chegava no galpão que se transformou em Pedrinho, fazia a chamada e largava a bola pra galera se esfolar e bater com a cabeça nas pilastras. Saía e voltava no final da aula pra pegar a bola de volta. Se eu soubesse que ele ia ser essa bosta de árbitro e de comentarista, já tinha mandado ele tomar no cú há muito tempo. Eu ia ser expulso do colégio na quinta série.