segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Copa é nossa!

Fim da Copa das Confederações. Brasil campeão, Espanha desclassificada pela zebra EUA, África do Sul penando pra vencer e fazer gols. O que tudo isso quer dizer? Quase nada. Não pense que sou radical. A não ser no sentido de querer cortar pela raiz qualquer euforia para além da conta, bem como conclusões apressadas pelo calor do momento.

É claro que a competição serviu para algo: a Seleção teve uma sequencia de jogos necessária e que há muito não experimentava, contando também com mínima rotina de treinos. Dunga também pôde experimentar novatos e curingas sem maiores riscos.

O país-sede da Copa 2010 também saiu com lições aprendidas, dentro e fora do campo (este último, o maior objetivo da Copa das Confederações).

Mas o resultado final não quer dizer nada. Já foi lembrado na cobertura esportiva que campeões "confederados" não necessariamente se dão bem na Copa. Assim como acho injusto tachar a Espanha de "amarelona". Salto alto talvez, mas a Fúria venceu uma competição muito mais difícil em 2008, a Eurocopa, com a base que está aí. Se eles encararem como uma meta pessoal fazer morrer essa fama, podem levar o título sim.

Curioso é que, mesmo com toda a obsessão de Dunga com volantes e defesa, é fazendo gols e jogando empolgado na hora de atacar que a Seleção tem se destacado. Levar três gols do Egito, dois do EUA e tomar sufoco da África do Sul mostra que Júlio César ainda não pode se tranquilizar.

Ao menos esta Seleção mostra vontade de jogar (Robinho é a exceção da regra, às vezes), e se esforçam independente da qualidade do atleta. É isso que qualquer torcida exige antes de tudo. E aí méritos para Dunga, que nunca será acusado de não ter jogado com raça e comprometimento - e parece que está passando isso a seus convocados.

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No Brasileirão, caiu o último invicto: o líder Atlético-MG foi goleado pelo Barueri, que está no G-4! Não dá pra se concluir nada desse louco resultado.

O que me irrita é que pouco se fala dos jogos, e muito sobre Muricy e Luxemburgo. Ok, temos que apurar os possíveis destinos de dois dos principais técnicos brasileiros. Mas por que isso tem mais destaque que o futebol jogado no campo? Chega a ser irritante.

Estive no Fla-Flu "peladeiro" porém cheio de emoções. Apesar do gol perdido no final, não dá pra culpar Adriano: se ele fica na área, é acusado de "paradão"; se volta pra buscar jogo, faz falta na área. Sem Kléberson o Flamengo perde muito em criação de jogadas - e o que Everton ainda faz no elenco?

Thiago Neves jogou bem, mas não foi decisivo. Fred poderia ter deitado e rolado na nervosa zaga sub-20 do Fla, mas se atrapalhou demais.

A torcida do Botafogo chamou os jogadores de mercenários, exibindo notas de dinheiro. O problema não é no bolso, é na falta de qualidade generalizada. Aos torcedores só resta a opção de apoiar o time incondicionalmente, pois não é o tipo de elenco que vai melhorar com "fogo amigo".

E ao contrário do que muitos podem dizer, o Internacional não está morto - nem na Copa do Brasil, nem no Brasileirão. Só não pode encampar o chororô, como fez o presidente Fernando Carvalho.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um Tostão de prosa

O hômi já foi craque dentro das quatro linhas. Agora, usa as próprias linhas pra fazer nova arte em cima do mesmo tema, o futebol.

Reproduzo aqui a coluna de Tostão na Folha de São Paulo de ontem. Uma aula de como escrever bem, de maneira concisa, sem fugir da raia nos temas polêmicos e tampouco sendo deselegante pra isso. Genial sua observação sobre os técnicos.

Professor Dunga continua bem

Mesmo sem ter sido técnico, Dunga tem se mostrado capaz de ser tão eficiente quanto bons e experientes treinadores

CONTRA OS EUA , o Brasil melhorou na defesa, no meio-campo e no ataque. Melhorou porque trocou mais passes, Gilberto Silva e Felipe Melo jogaram mais na frente, o contra-ataque ficou ainda mais rápido com Ramires, e Maicon e André Santos são superiores a Daniel Alves e Kléber. Maicon marca melhor e avança mais pela lateral. Daniel Alves é mais um armador pela direita.

Independentemente do que vai acontecer hoje e nos próximos jogos, Dunga vai bem. Isso não é porque ele tem inovado e surpreendido ou porque a seleção tem uma ótima porcentagem de vitórias.

Dunga vai bem porque, mesmo sem nunca ter sido treinador, tem mostrado que é capaz de fazer o que outros bons e experientes treinadores fariam.

Isso é mais uma evidência de que os técnicos não têm a enorme importância que eles e a maior parte da imprensa acham que têm. Outro bom treinador teria, na seleção, mais ou menos a mesma média de bons resultados.

Os técnicos são importantes, mas nem tanto. Luxemburgo é apenas um excelente treinador, como outros. Mesmo se fosse capaz de ganhar as partidas, seria absurdo um clube brasileiro pagar ao técnico o que ele ganha. O presidente do Palmeiras, Belluzzo, como um grande economista, deveria saber disso.

Volto à seleção.

Em 2005, o Brasil ganhou a Copa das Confederações com brilhantes atuações contra Alemanha e Argentina. Na Copa de 2006, foi um fracasso. Isso não quer dizer que, se o Brasil ganhar o atual torneio, vai fracassar na Copa. Nem o contrário.

O que não se pode é achar que está tudo ótimo nas vitórias e péssimo nas derrotas. Galvão Bueno, porta- -voz da TV Globo, que exerce grande influência na imprensa e no público, tem sempre um discurso pronto para a vitória e outro para a derrota, de acordo com a audiência.
Seus conceitos mudam em poucos minutos.

A festa em Weggis, local de treinos da seleção antes da Copa de 2006, considerada um dos fatores para o fracasso brasileiro, não foi só festa da seleção. A maior parte da imprensa presente na Suíça estava deslumbrada com a equipe.

As entrevistas de Parreira eram mais para elogiar do que para perguntar. A turma do oba-oba estava eufórica. Parecia uma seleção perfeita. Não poderia dar certo.

Deformados conceitos

Contra o Inter, Mano Menezes não foi atrás da deformada onda de que um time em casa não pode levar gol. Claro que isso é importante. Porém muito mais importante é, em casa, arriscar e fazer gols.

O técnico escalou um armador ofensivo no lugar de André Santos, adiantou a equipe, fez um gol e foi atrás de outro, mesmo correndo o risco de sofrer um. Se terminasse 0 a 0, as chances do Corinthians seriam mínimas em Porto Alegre.

Pelo fato de o São Paulo ter vencido o Cruzeiro pelo Brasileiro, Muricy manteve Eduardo Costa no lugar de Hernanes. Mesmo fora de forma, não dá para ver Hernanes na reserva do brucutu Eduardo Costa, que já merecia ter sido expulso no Mineirão.

Repetir sempre a formação por causa de uma vitória é outro deformado conceito. "A bola pune", como já disse Muricy.

domingo, 21 de junho de 2009

A gangorra é imutável

A Seleção Brasileira não estava dando as caras por aqui nessa semana. É difícil acompanhar os jogos da Copa das Confederações no horário de expediente, e escrever quando todo mundo já tinha falado tudo durante o dia inteiro é desanimador. Mas hoje pude conferir o Brasil x Itália - aliás, seja amistoso, seja valendo algo, é sempre um jogão.

É incrível como a Itália não corre. Tem bons passes, jogadores de área, mas não consegue acompanhar o ritmo de seus adversários (parece que foi assim contra a veloz seleção do Egito). O técnico Marcelo Lippi justifica que a experiência dos campeões de 2006 é necessária, mas a falta de renovação pode atrapalhar planos futuros da Azurra.

O Brasil não tem nada com isso e jogou com a gana que a torcida gosta de ver. Nenhuma bola era perdida, e Dunga acertou ao escalar Ramires e André Santos de início. Digo que acertou por não ser tão intransigente como de costume - isso é bom. Mas o lateral do Corinthians não aproveitou a chance, parece um peixe fora d'água em meio aos estelares da Seleção.

Já Ramires é o contrário: corre, marca, passa bem, rouba bola, aparece pra finalizar. Desconfio que ele é tudo o que Dunga tentou ser como jogador e nunca conseguiria. Será muito bom se deixar Elano no lugar que merece - o banco. O que falar do resto? Luís Fabiano se consagra como titular, Robinho voltou a aparecer, Kaká é o cérebro do time. Felipe Melo dá sinais de "marra", não pode se mascarar.

Agora a Seleção pega a África do Sul, que não mostra um futebol digno de ser acompanhado. Está cheirando a goleada... A final tem que ser entre Brasil x Espanha, para o bem do esporte.

No Brasileirão, a gangorra mostra que é o principal protagonista em muitas rodadas. Se o Flamengo levou duas goleadas seguidas, hoje aplicou um 4 x 0 no Internacional. Ok, time misto gaúcho, mas essa escalação estava invicta no campeonato. O time da Gávea mostrou que, sem dar Ibope para as polêmicas extra-campo, pode ficar bem na fita. Adriano que o diga...

O Atlético-MG venceu o Santos na Vila Belmiro, ofuscado pela bobagem que Djalma Beltrami fez (alô, botafoguenses!). Encerrar o jogo duas vezes? Essa é inédita. A arbitragem brasileira é muito ruim, e não só seus profissionais. A comissão organizadora não consegue fazer nada pra melhorar a técnica dos árbitros.

Ah, e o Galo venceu jogando pra frente, fazendo 3 gols (de novo). Cadê os supra-sumos de plantão, fissurados numa boa defesa, que acham que vencer de pouco é o suficiente?

O São Paulo vive um inferno astral que há muito tempo não conhecia. Muricy saiu, mas até o novo técnico conhecer o time e fazê-lo vitorioso, lá se vão pontos preciosos. E nunca levei muita fé em Ricardo Gomes. Será que o torcedor são-paulino está satisfeito?

O Corinthians está num momento oposto, e consegue fazer gols com jogadores de várias posições. Destaque para Cristian, que aparece para o ataque na mesma proporção que destrói as canelas alheias.

No sábado, outro desastre: o Botafogo, que reagiu contra o Vitória, sofreu a derrota aos 44 do segundo tempo. Mas com as lambanças da defesa durante todo o jogo, o resultado foi justo. Renan, Juninho e Emerson disputaram feio no quesito horror.

O Palmeiras arrancou um empate na raça contra o Atlético-PR, fora de casa. Keirrison parece estar voltando à forma de artilheiro dos tempos de Coritiba e do começo do ano. Obina também quer mostrar serviço, de que jeito for (ainda mais depois do jogo contra o Nacional). Falta ao Verdão acertar a defesa pra melhorar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Final é final

O bom da Copa do Brasil é o mata-mata. Cada rodada equivale sempre a duas finais, com os times se superando e de olho no pote de ouro da Libertadores. Mas a final mesmo é ainda mais especial. Pra se ter uma ideia, ontem foi a primeira vez que vi o Corinthians jogar bem (e completo) diante de um adversário forte (ainda que desfalcado).

Trocar Nilmar por Alecsandro é demais para o coração colorado, e o ataque do Internacional perdeu muito em velocidade e técnica. Embora o garoto Taison não tenha se intimidado em nenhum momento, às vezes enfrentando três marcadores - e passando por eles! Se não fosse o ótimo goleiro Felipe, o Timão não estaria tão tranquilo pra jogar no Beira-Rio.

E se Dentinho estava nos holofotes, os coadjuvantes é que brilharam: Marcelo Oliveira, Jorge Henrique e Elias ditavam o ritmo do Corinthians. Ronaldo fez o que sabe fazer - também mostrou boa movimentação.

Na minha opinião o Inter saiu prejudicado pela arbitragem no pênalti não marcado, e não na jogada do segundo gol. A bola rolando ou parada não foi determinante para o drible de Ronaldo em Índio e o chute certeiro no canto. Os dois times estavam ágeis, rápidos no raciocínio e mesmo se Elias parasse a bola com a mão e chutasse logo, não seria diferente.

Tá difícil pro Inter, mas no jogo da volta terá Nilmar e D'Alessandro. Mano Menezes já deve estar planejando aquela senhora retranca que se viu no jogo contra o Vasco. E aí a final começa a ficar chata: um time pensando em atacar, outro em defender, e aquela lenga-lenga de contra-ataque e chuveirinho na área. Um empate com gols teria sido o melhor resultado para o primeiro jogo da final.

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No Uruguai, o Palmeiras não conseguiu fazer um mísero golzinho no Nacional, que abusou da catimba. Obina até que tentou, mas... a torcida do Flamengo teve seu dèja vu. Luxemburgo segue na berlinda, embora eu ache que injustamente. O time está em terceiro lugar no Brasileirão e pode levar o título. Mas se as torcidas organizadas falarem mais alto no clube...

(Foto: Ari Ferreira/Lancenet)

domingo, 14 de junho de 2009

Êta campeonato louco!


Porque não me venha dizer que o Atlético-MG tinha tudo pra fazer essa campanha e sobrar na liderança, tampouco o Flamengo virar um inferno na torre após a estreia de Adriano. Mas aí está a graça do futebol e do equilibrado Campeonato Brasileiro.

Vamos começar com quem merece: Keirrison voltou a sorrir com gols, e num jogo precioso para o Palmeiras: vencer em casa, de virada, o Cruzeiro dá uma moral que o time do Palestra Itália precisa pra engrenar na competição. O elenco é bom, o técnico é experiente (vaidoso e marrento sempre foi), não há porque o Verdão fazer uma campanha ruim em 2009.

Já o Cruzeiro vem provando que sem Kleber e Ramires é um time como outro qualquer no Brasileirão. Se não houver compensação na janela de transferências, adeus briga pelo título.

O Atlético-MG não só vence dentro de casa, como fora também, e sempre fazendo gols à vontade. Celso Roth consegue extrair do mesmo elenco que decepcionou no Campeonato Mineiro e na Copa do Brasil um aproveitamento invejável. Ainda não confio que o Galo prossegue nesse ritmo até o fim, mas não é nada mal um começo assim para os pontos corridos.

Inter e Corinthians estão com a cabeça na quarta-feira, por mais que todos neguem diplomaticamente. O Colorado colocou o time reserva e quase perde do Vitória em casa. O Corinthians sofreu um sufoco do Goiás e o goleiro Felipe - assim como Júlio César na Seleção - fez a atuação ruim do time ser minimizada, num jogo em que até Ronaldo jogou (?).

No sábado, o Botafogo venceu a primeira, e tenta virar o jogo da desconfiança da torcida. Mas até que ponto um dia ruim do Santos pode ter atrapalhado melhores análises sobre a evolução do time?

Mas é inevitável falar do Flamengo, que parece buscar recordes pessoais de piores vexames. No entanto, a derrota para o Coritiba (mesmo desse jeito) não foi de se estranhar. O clube absolutamente sem comando, que possui três cabeças querendo mandar e desrespeitando o técnico Cuca a torto a direito, só pode trazer conseqüências graves para dentro de campo (e não é de hoje).

Cuca pode ser questionado taticamente, mas é um profissional. E como profissional não admite que qualquer jogador tenha um tratamento diferenciado dos demais, principalmente quando não merece. Ele sabe que pode ser um efeito cascata dentro de um grupo quanto à falta de credibilidade dos que lideram. Pois a diretoria do Fla, se não alivia com Adriano, tampouco socializa suas decisões com a comissão técnica, além de desautorizá-la todos os dias.

Agora dizem que haverá "medidas duras nos treinamentos". Ora, é isso que Cuca vem tentando implantar desde o começo do ano (lembram da primeira pirracinha de Juan?), no que não é balizado por seus chefes. Agora vão mandar no que só ele deveria ("minha praia é o gramado", já disse o técnico)? É mais um desrespeito, por mais que os flamenguistas não gostem de Cuca. E o time, que tinha tudo pra subir de produção com a chegada do Imperador, já começa a dar sinais de desmotivação, tão cedo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Estamos melhorando, sim

Não dá pra confiar nas seleções sul-americanas quando se trata de regularidade. O Chile, que era uma montanha-russa na tabela das Eliminatórias, agora é vice-líder. O Paraguai, que sobrava um pouco na turma enquanto o Brasil tropeçava, foi aquém das expectativas no jogo de ontem no Recife.

O que não oculta o fato de que a Seleção tem melhorado, e isso se deve à maior flexibilidade de Dunga para modificar o time. Deu seqüência a Daniel Alves, que fez outra boa partida, mostrando que é mais jogador do que Maicon; e colocou Ramires no lugar de Elano - e a Copa das Confederações pode ser crucial para a permanência do novo apoiador do Benfica no grupo da Copa.

Penso que Nilmar deveria ter entrado no lugar de Robinho (suas últimas atuações foram apagadas), até por carcterísticas parecidas: um jogador mais leve, que cai pelos lados do campo, sem entrar em contato físico com os zagueirões. Mas o garoto colorado achou um espaço pra deixar o seu, com oportunismo.

Robinho fez um gol parecido com o que tirou o Brasil da última Copa, mas enervou Kaká ao não passar a bola quando devia. Embora Felipe Melo tenha melhorado, a Seleção ainda conta apenas com o novo jogador do Real Madri para a saída de bola (a não ser que Ramires "emplaque").

Pato entrou muito, muito mal. Parece ter sentido o fato de ser preterido por Dunga na substituição de Luís Fabiano. Kléber se assanhou um pouco mais no ataque, mas é fraco demais para uma Seleção Brasileira. André Santos (que também não acho lá essas coisas) poderia ter sido testado.

No geral, a Seleção tem apresentado mais personalidade e vontade de vencer - Daniel Alves simboliza isso muito bem. Vejamos na Copa das Confederações, contra esquadrões mais fortes e um título em jogo, como será o comportamento do time - e de Dunga.

E os argentinos? Vão chamar "deus" de "burro"?

domingo, 7 de junho de 2009

Só uma previsão procede

O único que seguiu o roteiro pré-Brasileirão foi o Inter: é líder invicto desde a primeira rodada. Depois, quem imaginaria que Atlético-MG estaria aniquilando seus adversários, tendo Vitória e Santos ao seu lado no G-4?

Mas o que ninguém poderia imaginar foi o combalido Sport, apanhando feio por 2 x 0 em vinte minutos de jogo, virar contra o Flamengo fazendo 4 gols em nove minutos!!!! Talvez a torcida rubro-negra não se espante com o milésimo vexame inexplicável em péssima hora (Santo André, América-MEX, Resende...).

O time do Fla jogava redondo, com maturidade e acertando muito no ataque. Mas não dá pra entender o que houve com a defesa, que até então não tinha entregado jogo algum. O toque de mão de Juan na jogada do primeiro gol parece ter sido a senha para uma lobotomia generalizada. O Sport mostrou que não está morto e não desperdiçou nenhuma chance.

O problema de derrotas assim é que, no extremismo da Gávea, todo o trabalho do ano pode ser colocado em xeque. Até Adriano foi hostilizado pelos torcedores! Cabeça no lugar é o necessário, pois o campeonato ainda tem 33 rodadas - e isso vale para todos os times.

O Palmeiras reencontrou o caminho das vitórias em casa, com o paraguaio Ortigoza deixando o dele e Marcos fazendo um bom jogo novamente. É outro time que precisa da paciência da torcida (se Luxemburgo deixar).

O Fluminense tenta transferir suas crises para o Botafogo, que ainda não sabe o que é vencer no Brasileirão. Fred marcou um golaço, à la Dinamite contra o mesmo alvinegro no Maracanã, e seu reecontro com o gol precisa ser encarado como um exemplo de superação para o tricolor. Já o time de General Severiano vai se entrosando fácil... com a zona de rebaixamento.

Falei do Atlético-MG no começo, e volto a falar agora: o Galo está arrepiando no ataque, e Celso Roth vai apagando sua fama de retranqueiro. Ainda é cedo pra saber se esse elenco é suficiente para o resto do cameponato, mas a força ofensiva do time começa a impor respeito.
(Fotos: Otávio de Souza / Lancepress)

sábado, 6 de junho de 2009

Evoluímos?

Se essa foi a melhor convocação de Dunga, talvez a vitória por 4 x 0 contra o Uruguai, em Montevidéu, quebrando um tabu de 33 anos, tenha sido uma das melhores exibições da Seleção sob seu comando. Mais uma vez, fica difícil perceber se alguma evolução de fato aconteceu diante da fragilidade do adversário, que ainda jogou aberto.Nessas condições o Brasil deita e rola.

Mas o que se pode avaliar do jogo de hoje? Que o meio-campo é marcador só no nome: Felipe Melo, Gilberto Silva e Elano não conseguiram conter os avanços uruguaios, deixando a defesa exposta. 30 bolas cruzadas na área! E se não é marcador, tampouco sabe ser rápido no contra-ataque: Kaká ficou sozinho durante boa parte do jogo.

Ponto positivo para a regularidade de Luís Fabiano - deixou o dele e sofreu um pênalti - e para o acerto de Dunga ao substituir Elano por Ramires. Foi a alteração certa, e se os jogadores são convocados, devem ser observados (ainda mais num jogo que se tornou menos complicado).

Júlio César, impecável. Daniel Alves é outro que mostra personalidade, e tem mais recursos do que o titular Maicon. Merece ser titular. Juan, sempre no tempo certo da bola, na defesa e no ataque, é outro indispensável ao grupo.

Abaixo, a avaliação individual:

Júlio César: a cada jogo comprova a fama de melhor goleiro do mundo. Mil defesas à queima-roupa!

Daniel Alves: bom lateral, bom meia, joga de cabeça erguida. Deu sorte no gol, mas se ele não arriscasse, nada aconteceria.

Lúcio: liderou bem a defesa e não comprometeu, mas é ofuscado por Juan.

Juan: um dos melhores zagueiros do mundo, voltando depois de um longo tempo contundido. A disposição pra fazer o seu gol é exemplar.

Kléber: encara todos os times do qual faz parte como uma repartição pública. Comparece, bate o ponto, não se arrisca, não se destaca, não compromete, não faz nada além do que pedem. Tem estabilidade na Seleção de Dunga, e assim sente que pode continuar medíocre.

Felipe Melo: levou vários dribles dos fracos uruguaios, não acertava a cobertura... Desse jeito, Josué volta pro time titular.

Gilberto Silva: uma furada, bicos pro alto, chutões... Esse não devia ser titular nem em times brasileiros.

Elano: outro burocrata, que depende muito do parceiro Robinho pra aparecer bem. Não acompanhou Kaká.

Ramires: não teve muito tempo pra fazer alguma coisa, mas arranjou uma expulsão ao passar por meio de dois, e sabe jogar na frente e na defesa. É muito melhor que Elano, e Dunga deve insistir na substituição.

Kaká: jogou isolado no meio, e muito marcado. Mas quando teve espaço, apareceu bem (como no gol de Luís Fabiano).

Júlio Baptista: não teve tempo pra nada.

Robinho: abaixo do que pode render, mas sua experiência segurou a bola no ataque e assustou um pouco a defesa uruguaia.

Luís Fabiano: não é fácil competir com os fantasmas de Ronaldo e Adriano, e com Nilmar no banco. Mas ninguém pode reclamar de sua eficiência no ataque brasileiro.

Josué: não teve tempo pra nada.

Dunga: se insistir com Ramires e Daniel Alves no time, já resolve bastante coisa. Mas ainda não comprovou que pode mudar um jogo em circunstâncias adversas (nem teve chance disso hoje).

terça-feira, 2 de junho de 2009

Em cima do lance

Semana passada o Futebol Racional abordou a infinidade de anúncios nas camisas dos clubes brasileiros, apontando a dificuldade de percepção das marcas pelos consumidores.

E não é que a Batavo já chiou?