sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A paz que não pode ser destruída

Sei que já se passaram 2 dias, mas não vou deixar de falar da goleada do Botafogo pra cima do Atlético-MG (mais freguês do que nunca do alvinegro carioca). Vi só o primeiro tempo, mas foi o suficiente pra perceber um time maduro e consciente do seu talento.

O primeiro gol de Lúcio Flávio foi uma pintura, coisa bonita de se ver e rever. Além da eficiência nos pênaltis, é bom ver o capitão alvinegro voltando a jogar bem. Carlos Alberto, por incrível que pareça, se acertou dentro e fora de campo em um time de futebol. E o espírito de grupo que sempre caracterizou o elenco é cada vez mais forte.

Ney Franco parece estar predestinado para esse Botafogo desde que surgiu no futebol. No lugar do instável Cuca, o mineiro acalmou os ânimos de torcida e jogadores e consegue tirar o melhor de cada atleta. Como disse o Paulo Vinicius Coelho, ele trouxe a paz a General Severiano.

Paz que, mais uma vez, está ameaçada por seus dirigentes. As eleições do clube se aproximam e Carlos Augusto Montenegro, irritadiço e com competência questionável, exige do atual presidente, Bebeto de Freitas, o apoio à sua chapa. Senão, será oposição - e diz isso enquanto ainda administra o clube ao lado de Bebeto!

Recomeçam os enredos draconianos do Botafogo, que não podem respingar no terceiro colocado do Brasileirão.

O Grêmio e o São Paulo foram desclassificados da Copa Sul-Americana, e agora só possuem um objetivo para o resto do ano: vencer o Campeonato Brasileiro. O topo da tabela vai tremer...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sobre a paradinha

Excelente análise sobre o assunto, feita pelo Marcelo Damato:

Jogando para a torcida

Numa cobrança de pênalti, o goleiro não pode avançar além da linha, um milímetro que seja. Está na regra.

Na mesma cobrança, não há regra nenhuma que impeça o jogador de executar a cobrança da maneira que quiser. Mesmo a paradinha, que uma época estava proibida pela Fifa, está liberada.

Mas aí começou-se a dizer que a paradinha era covardia com o goleiro. “Covardia!” Como se o pênalti não fosse apenas a punição a um time que comete uma falta em sua própria área.

Isso não é pouca coisa. Para fazer o gol, os times precisam quase sempre entrar na área. O time que se defende tenta dificultar ao máximo ao time que ataca que consiga entrar na área com a bola. Assim, o pênalti significa destruir de maneira ilegal todo o esforço de levar a bola até a área. Por isso, a cobrança é daquela maneira.

E na cobrança, a vítima é o time que cobra. O réu é o time do goleiro.

Impor restrições a quem cobra o pênalti é o mesmo que que a Justiça impor restrições à vítima por se apiedar do réu.

É uma completa inversão de valores.

Mas vindo da CBF, que se governa pelas mesas redondas - todas as suas decisões que não envolvam dinheiro são fortemente influenciadas por ela-, não surpreende. Nem um pouco.

Decifrando o torcedor e a Seleção

Para isso, leia a boa matéria no site da revista Brasileiros. Bem escrita e apurada, dá um panorama confiável sobre o que acontece no futebol de hoje.

domingo, 24 de agosto de 2008

A rodada (verde) dos tropeços

O Palmeiras se deu bem: venceu o seu jogo e todos os demais adversários diretos (ou que poderiam ameaçá-lo) deixaram de fazer pontos importantes. Para o time de Vanderlei Luxemburgo o empate dos outros foi um bom resultado.

O líder Grêmio ficou no 1 x 1 com o fraco Náutico, depois de ter perdido no meio da semana; o Cruzeiro foi mais uma vítima de Kleber Pereira, do Santos; o Botafogo vencia o Vasco até o finalzinho, mas levou o gol de empate; São Paulo e Coritiba também empataram.

O Flamengo poderia ter aproveitado a chance e colar no G-4, mas não conseguiu superar o Internacional. A falha de Bruno foi típica de quem é frio e confiante - mas às vezes pode ser traído pelas mesmas características (homenageou o Clemer?). E como é bom ver Nilmar em campo: veloz, inteligente, sempre em busca do gol.

Mérito do Fla: quando tem calma pra tocar a bola, joga bem. E será que agora Jaílton sai de vez?

Caio Júnior precisa parar de achar que resultados como o de ontem foram bons. O time vai se acostumando com pouco e perdendo a ambição dos primeiros lugares. O Botafogo corre esse risco sempre: precisa acreditar em si mesmo sem titubear, dado seu histórico recente.

O Fluminense respira aliviado por, pelo menos, uma semana. Mas quase perde do Sport, e vai ficar nessa corda bamba. E o que há com Dodô? Especializou-se em "pitis"?

Eita campeonato indefinido...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Sobrevida da esperança

Campeonato por pontos corridos é assim: enquanto há tempo, há esperança. Assim aconteceu com o Botafogo e vai acontecendo com Flamengo, Fluminense e tantos outros que dão graças pelo Brasileirão ainda estar na metade.

O rubro-negro da Gávea jogou mal ontem, mas conseguiu vencer o líder do campeonato e não se distanciar tanto do G-4. Psicologicamente, vai fazer bem ao time. Mas Caio Júnior não acertou de novo na armação. Marcelinho Paraíba joga muito mais no meio do que no ataque, e não havia combate ao Grêmio na intermediária.

O tricolor gaúcho, por sua vez, jogou como o Fla vinha jogando na fase sem vitórias: domina o jogo, tem posse de bola mas não ameaça o gol (a não ser que o adversário cometa erros primários, como o Flamengo cansou de fazer ontem).

O Botafogo venceu o Cruzeiro e chegou ao terceiro lugar. Com mais dois jogos em casa, tem tudo pra conseguir uma vantagem considerável. E precisa ter ambição pra se ver como um candidato sério à Libertadores até o final do campeonato.

O Palmeiras tomou uma sonora goleada do Inter (será o efeito Dunga)? O certo é que o Verdão não sabe marcar bola aérea, e quando os demais técnicos repararem nisso, vai ter problema até em jogos no Parque Antártica.

Washington e Kleber Pereira vão se destacando como artilheiros de times em frangalhos. Não fossem eles, Fluminense e Santos estariam muito piores. O "Coração Valente" faz gol de tudo que é jeito, e dessa vez o Náutico pagou o pato.

Vamos ver como fica o campeonato depois da janela de transferências e do fim das Olimpíadas...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Elas são de ouro


Foi triste. A Seleção Brasileira de futebol feminino perdeu novamente a medalha máxima para os EUA. Marta e companhia jogaram com vontade, pra frente, com atitude, raça, empolgando a torcida, e a bola não entrou. Porém repare: o futebol das mulheres hoje é o que o futebol masculino já foi um dia.

A aguerrida final que decidiu o ouro foi um jogo bem jogado, com lances de talento e muita emoção. As estadunidenses marcavam forte e de perto, mas sem falta. As brasileiras tiravam dribles "da cartola", visando o gol. Em determinado momento, ficava difícil até definir o esquema tático das equipes.

Ao final, o Brasil perdeu e as jogadoras choravam, não se conformavam com a derrota, toda a gana investida ainda pulsava, triste. E foi uma seleção acompanhada por todo o país desde o Pan 2007, com um futebol bonito e que massacra os adversários.

Há quanto tempo não nos sentimos assim com a Seleção masculina?

Além disso, não se vê a tenebrosa "falta tática" no futebol feminino, aquela que existe só pra parar a jogada e truncar a partida, pra desgosto do torcedor (se bem que há muitos torcedores que gostam dessa palhaçada). A bola corre, as atletas idem, sem a premeditação da violência - nem sua naturalização no esporte.

E as mulheres partem pra fazer gol, com vontade. Nada do defensivismo coletivo que consagrou o empate como um bom resultado. Às vezes elas beiram a ingenuidade, mas nada que comprometa sua missão de ficar no imaginário brasileiro como uma Seleção da qual nos orgulhamos - como na Copa de 82.

Portanto, a medalha vale pouco diante do que essas mulheres fazem com a auto-estima de uma nação pentacampeã. E isso sem ter uma liga profissional no Brasil. Talvez aí esteja o segredo: sem adentrar o mundo das lucrativas negociatas do esporte, o futebol feminino preserva uma pureza que prioriza, antes de tudo, o talento.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Zona

Caio Júnior não pára de choramingar por mais reforços para o Flamengo. O técnico atribui a má fase aos desfalques recorrentes (seja por venda ou contusão), no que não está totalmente errado. No entanto, a bagunça generalizada contra o Santos e Jaílton títular inquestionável coloque responsabilidade também sobre quem escala o time.

Em determinado momento a torcida encampou o discurso de Caio Júnior e, diante das quase contratações, passou a hostilizar publicamente o vice de futebol, Kleber Leite (que já tem fama de pé-frio desde a primeira gestão no clube: 4 anos, um título e muitos vices).

Pois bem: Kleber entupiu o Flamengo de reforços. Vandinho, Marcelinho Paraíba, Josiel, Eltinho, Fernando, Fernandão, Everton, Sambueza... Ou seja, até os jogadores entrarem em campo, não se pode mais reclamar do dirigente.

Só que um time com tanta gente nova no meio do campeonato não se entrosa rápido. Joel Santana deixou o grupo rubro-negro com regularidade após 5 meses. Caio Júnior
vai dar conta de tanta gente, na pressão pelo título?

A impressão que se tem é que tanto Caio Júnior quanto Kleber Leite queriam sair da berlinda da torcida e elaboraram táticas individuais para "lavar as mãos". Vamos ver no que isso vai dar.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

De 3 x 0 em 3 x 0...

Há pouco mais de um ano Dunga se garantia no cargo de técnico da Seleção Brasileira ao vencer a favorita Argentina por 3 x 0 e levar a Copa América. A campanha na competição foi periclitante e o título acalmou as críticas.

Hoje, a preparada Seleção Olímpica chegava às semifinais (o que já era surpreendente) com o melhor ataque e sem ter levado nenhum gol. Até enfrentar uma equipe de verdade e demonstrar todo o nervosismo natural de quem não teve nenhum tipo de preparação para os Jogos.

Outro 3 x 0, dessa vez pra Argentina, pode significar o cartão azul para Dunga. Mas esperemos os acontecimentos.

Mais uma vez, Ronaldinho Gaúcho desaparece numa decisão. E Messi joga como se toda partida fosse uma decisão. Só isso já faz a diferença num time de garotos que, embora joguem lá fora, ainda não têm experiência para reverter resultados adversos.

Mesmo com a perda do ouro, foi bom ver que há talentos disponíveis para a Copa, bem melhores dos que são regularmente convocados por Dunga. Pensa bem: Gilberto ou Marcelo? Mineiro ou Lucas? Josué/Gilberto Silva ou Hernanes? Doni ou Renan?

Sem contar as boas opções de Rafinha, Rafael Sobis, Thiago Neves, Breno, Alex Silva, Thiago Silva...

Material humano existe. Falta (desde a posse de Dunga) técnico.

domingo, 17 de agosto de 2008

Nada de novo


Olhe todos os resultados da primeira rodada do returno do Brasileirão: nada de surpreendente se compararmos com o fim do turno. Ainda há muito o que acontecer, mas vai ser preciso atitude dos times para que as mudanças de cenário ocorram.

Vejam o Grêmio, por exemplo: venceu o São Paulo (com um gol em impedimento, ok), mas percebe-se que o time está focado em abrir vantagem e levar esse título. Até pra apagar a péssima campanha dos 4 primeiros meses do ano.

Palmeiras, Cruzeiro e Botafogo venceram. Os dois primeiros, para não se distanciarem do líder. E parabéns ao alvinegro, não está no G-4 à toa. Parece que o problema botafoguense era a auto-estima, até então destroçada por Cuca e agora mineiramente levantada por Ney Franco.

A torcida do Flamengo pode botar na conta de Caio Júnior a péssima atuação e a perda de dois pontos contra o Santos. Se o que faltava era um meia-atacante e Marcelinho Paraíba jogou nessa posição o ano inteiro, por que colocá-lo mais à frente? E afinal, em que posição Leo Moura devia jogar? Sem contar os milhões de esquemas táticos que o Fla teve durante a partida.

Não cola mais reclamar da atuação e prometer pro próximo jogo. O sistema defensivo rubro-negro era uma "água", ninguém sabia direito o que fazer e assim o fraco Santos (é Kleber Pereira e só!) brincou. Por mais que a Globo tente fazer média, o título não virá para um time com esse futebol. Se conseguir a vaga na Libertadores, vai ser na raça.

O Fluminense venceu na estréia de Cuca, com gol de Dodô. Bom ver o artilheiro voltando a marcar, mas não levo fé na recuperação absoluta do tricolor. Cuca não consegue conduzir seus times emocionalmente, e na primeira crise o Flu prosseguirá flertando com a lanterna.

O Vasco conseguiu juntar os cacos e vencer o Internacional por 4 x 0. A capacidade que o cruzmaltino tem para aplicar e sofrer goleadas é impressionante! Se os reforços que chegaram se ajeitarem ao time, a tranqüilidade e a confiança vão se estabelecer em São Januário.

E o que foi a pixotada do Clemer???? Esse aí tem um histórico de lances inacreditáveis. Duvida? Veja aqui e aqui.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Descarados

Já não dava pra acreditar na briga dos clubes com a Fifa pelos jogadores acima de 23 anos nas Olimpíadas. Mas ok, havia uma cláusula da entidade máxima do futebol que dava margem às reivindicações. Só que a situação de Rafinha e Diego é surreal.

Ambos possuem idade olímpica e a Fifa decretou que quanto a isso os clubes nada poderiam fazer. O Schalke 04 e o Werder Bremen ignoraram e tentaram impedir os atletas de ir a Pequim, sob ameaça de romperem o contrato de trabalho!

Não sei o que é mais absurdo: a ousadia pirracenta dos clubes ou a falta de moral da Fifa perante o Tribunal Arbitral do Esporte.

Agora o Schalke acusa a CBF de seqüestro! Porque depois de muito custo os clubes liberaram os atletas para os Jogos, mas com o pagamento de um seguro. Como a CBF ainda não pagou a de Rafinha, foi enquadrada nesse quesito criminal.

De que adiantou então a CBF fazer da Seleção Brasileira uma "grife", como classifica Juca Kfouri, fazendo média com meio mundo, se numa hora dessas de nada vale? Não que eu aprove a estratégia, mas então não seria hora de organizar de vez o nosso futebol para que a Seleção não passe por tais constrangimentos?

Ou seja, ter uma Confederação de Futebol que trabalhe com o Ministério do Esporte para formar atletas rumo ao profissionalismo e criando mecanismos para fortalecer o os clubes brasileiros perante a "extração de matéria-prima" para o exterior.

domingo, 10 de agosto de 2008

Metade já foi

Finda-se o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. As perguntas que não querem calar: quais times seguirão na mesma toada? Quais vão mudar a história que construíram até aqui?

Nenhuma surpresa entre os quatro primeiros: Grêmio (que começa a disparar), Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo. Logo em seguida, duas campanhas que surpreenderam: Vitória e Coritiba, ambos egressos da Série B. Todos com cara de que vão continuar brigando pelo topo da tabela.

Flamengo e Internacional podem ser considerados decepções quanto às expectativas colocadas, e se tornam uma incógnita para o segundo turno. O Colorado disputará a Sul-Americana, em confrontos diretos com o arqui-rival. O rubro-negro demora pra acertar reforços que não se sabe se vão vingar na panela de pressão da Gávea.

Todos os outros times não parecem estranhos na posição que terminaram. Destaque apenas para o Botafogo, que reagiu muito bem - inclusive vencendo o Palmeiras hoje, pra fechar o turno com chave de ouro e paz com a torcida. Se os reforços vierem e estrelas forem mantidas, não duvido que o alvinegro dispute o título.

Os torcedores de Vasco, Fluminense, Santos e Atlético-PR devem ficar preocupados. Em nenhum momento esses times deram a impressão de uma estabilidade - seja por problemas dentro de campo ou fora. O mesmo para o Atlético-MG, mas como terminou longe da zona de rebaixamento, ganha um pequeno fôlego. Acredito que os torcedores do Ipatinga não estão com esperanças mesmo.

De todo modo, talvez seja o melhor Brasileirão da era dos pontos corridos, devido ao equilíbrio - que não necessariamente significa baixa qualidade em campo. Só falta acertar com o calendário europeu para que a janela de transferências não seja no meio do campeonato.

Psicologicamente falando...

Flamengo e Atlético-PR fizeram um dos piores jogos desse Brasileirão. Muitos passes errados, até mesmo escanteios batidos seguidamente pra fora, poucos lance de perigo de gol por incapacidade técnica de ambos os lados. Diante desse panorama, não é nada estranho que Jaílton tenha feito o gol da vitória.

Mas, psicologicamente falando, o Flamengo fez um resultado importante pra acalmar os ânimos e ganhar 3 pontos. Se tivesse vencido o Cruzeiro, mesmo jogando mal assim, seria melhor.

Outro que fez um resultado pra se manter tranqüilo foi o campeão do turno, Grêmio. Goleou o candidatíssimo ao rebaixamento Atlético-MG fora de casa e se isola na liderança, mesmo que o Cruzeiro vença hoje.

Ruim para o tricolor gaúcho (e para outros times também) é que no segundo semestre prossegue a seqüência de jogos quarta e fim de semana, devido à Copa Sul-Americana. E os demais times estarão mais descansados.

O São Paulo ganhou mais uma, embora o Goiás tenha quase complicado - como já tinha feito com outros líderes do campeonato. Mas o fato é que o tricolor paulista é o clube que mais sabe jogar um campeonato por pontos corridos.

Hoje o Botafogo tem tudo pra mostrar sua força: se vencer dentro de casa o Palmeiras, é o estopim para estar perto da vaga na Libertadores.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Enquanto é tempo


Falou-se que a vitória do combalido Fluminense sobre o São Paulo foi a ressurreição do tricolor carioca. Mas ressurreição mesmo foi a do Botafogo no campeonato, e o que é melhor: ainda no primeiro turno.

O time joga com segurança a cada rodada, seja em casa ou fora. Ontem venceu pela primeira vez o Figueirense em Florianópolis, mesmo jogando com um a menos desde os 25 minutos do primeiro tempo. É uma equipe com clima e coeficiente de acerto bem diferente daquela que começou o Brasileirão e do período Geninho.

O Palmeiras vai jogando à moda do Campeonato Inglês: sem perder pontos dentro de casa. Com Valdivia voltando a atuar bem e fazer gols, os palmeirenses terminam o primeiro turno sorrindo. Sandro Silva e Leandro já podem ser considerados revelações do campeonato.

O Cruzeiro não quis ser arroz de festa do Grêmio e venceu o Internacional por 2 x 0. Tanto o líder como o vice encaram fora de casa adversários que lutam contra o rebaixamento. Não serão jogos fáceis.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A paciência não é brasileira

Dia desses eu me perguntava o que leva alguém a ser juiz de futebol, com todas as pressões que a profissão contém. Hoje me pergunto o que leva alguém a ser técnico no Brasil, onde não existe a cultura de dar tempo ao trabalho do treinador, nem de levar em conta os problemas do clube e do elenco.

Cuca, pelo que li, se demitiu do Santos. O clube saiu contratando a torto e a direito, em meio ao campeonato, obrigando-o a montar um time enquanto está na zona de rebaixamento. Qual técnico vai dar um jeito no Peixe a curto prazo?

Não sei se Antonio Lopes foi demitido ou simplesmente viu que não daria mais pra aguëntar a pressão de não ter resultados. A falta de time do Vasco, somado ao clima polêmico provocado por Edmundo é culpa dele?

O mesmo pra Renato Gaúcho: desfalques mil, jogadores vendidos e outros pedindo dispensa - e a obrigação de jogar do mesmo jeito que jogava com um time completo e entrosado desde o início da Libertadores. Impossível.

Agora começa a ventilar na Gávea a possibilidade da saída de Caio Júnior. Perdeu jogadores bons (ou importantes para o time, como Souza), vários machucados, nenhuma reposição à altura. Pra piorar, ameaças vindas da própria torcida, em sua própria casa. O que o comandante rubro-negro pode fazer numa situação dessas?

Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo não estão no G-4 à toa. Mantiveram seus técnicos e seus elencos (ou fizeram reposições de alto nível). Se até agora o campeonato estava equilibrado e com muitos times disputando a liderança, isso pode mudar.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Anormais e à vontade

Cerca de 30 seres irracionais foram protestar no treino do Flamengo da manhã de hoje. Após gritarem pedindo disposição ao time, os animais soltaram um rojão em cima dos jogadores.

Os atletas partiram pra cima dos idiotas, que por sorte estavam atrás do alambrado. Muito bate-boca até o capitão-líder Fábio Luciano afastar o time e tentar um diálogo com os imbecis.

Depois, os anormais conseguiram uma reunião com a diretoria e com alguns jogadores, quando todos se acertaram e a paz, enfim, voltou - até segunda ordem, penso eu.

A estupidez no futebol está alcançando níveis inimagináveis. Como torcedores de um time se planejam para atirar um rojão contra seus próprios jogadores? Não existe justificativa, isso é caso de polícia - agressão física premeditada.

Nenhuma campanha ruim pode significar risco à integridade física dos jogadores. Esses torcedores são sócios do clube? Se não forem, como entraram? Trata-se de mais uma promiscuidade entre as torcidas organizadas em busca de ingressos e a diretoria? Se assim for, Marcio Braga, Kleber Leite e companhia são co-responsáveis pelo ocorrido. Os jogadores querem explicações, principalmente porque houve feridos.

Fábio Luciano explica que "se não houvesse a conversa poderia interferir no nosso trabalho". O que seria esse "interferir"? Outros atentados? Ameaças se a vitória não viesse? E no que esse clima ajuda a empurrar o time de volta às primeiras colocações?

Ou a diretoria - e o próprio elenco - enquadra esses inconseqüentes, sem dar moral pra eles, ou isso vai ser só o começo. À vontade, eles vão esquecer de vez o que são limites.

ATUALIZAÇÃO: Não foi um rojão, foi uma bomba caseira mesmo. E Morales, que vinha para reforçar o ataque do Fla, desistiu depois de saber que esse tipo de vandalismo acontece na Gávea. Precisa dizer mais alguma coisa?

domingo, 3 de agosto de 2008

O topo da tabela é demarcado


Empate com o Grêmio e derrota para Palmeiras, São Paulo e Cruzeiro (estas últimas, dentro de casa). Com esses resultados contra adversários diretos, o Flamengo pode começar a dar adeus ao título. Até porque todos os outros venceram seus jogos na rodada.

A eficiência de Marcinho era tanta que conseguia abafar a absurda inoperância dos atacantes do elenco rubro-negro. Se qualquer um deles tivesse metade do faro de gol do meia, o Fla não estaria na situação de agora. Vandinho parece ser assim, ao fazer um logo na estréia. Mas pode ter chegado tarde demais.

O estado emocional do Fla estava uma pilha desde o apito inicial, pela necessidade de uma vitória. E pela primeira vez, Caio Júnior parece ter errado feio na escalação. Muita gente no meio sem ninguém saber quem marcar. Aí ficou fácil pro Cruzeiro, que tem um time muito equilibrado e que não se afoba pra decidir o jogo. Continua favorito pra ser campeão.

A diretoria rubro-negra terá cabeça-fria pra lidar com a hostilidade da torcida, mantendo o rumo, o elenco e o técnico?

O Botafogo consegue uma vitória importante, até agora inédita no Brasileirão: fora de casa, com autoridade. Poderia ter sido assim contra o Santos, no primeiro jogo de Ney Franco. Mas o time se acovardou e permitiu o empate. Hoje não: 3 x 0 e o alvinegro não pára de subir na tabela. Não será surpresa se vier a ser o carioca mais bem colocado.

Lá vem o São Paulo, dessa vez sem dar chance para o esquizofrênico Vasco da Gama. Está no almejado G-4 e nada indica que vai sair de tal lugar. O Palmeiras chega a terceiro, mas ainda não sinto firmeza de que encontrou uma estabilidade.

O Grêmio vai cumprindo seu papel e está botando a mão na taça do primeiro turno. Conseguiu resistir à janela de transferências e tem elenco pra ser campeão.

No sábado, o Fluminense e seu arremedo de elenco perdeu para Nilmar - sem esse jogador, o Internacional estaria fazendo uma campanha semelhante à do Flamengo. Não é hora de castigar Renato: sem gente pra escalar, o que fazer? Os tricolores maldizem as Olimpíadas.

sábado, 2 de agosto de 2008

Palpitando taticamente


A imprensa alardeia a formação defensiva do Flamengo para jogar contra o líder Cruzeiro. Ainda mais precisando de uma vitória pelo aspecto moral e númerico (3 pontos importantíssimos).

O meio-campo seria formado por Jaílton, Cristian, Ibson, Aírton e Toró. Defensiva? Não sei. Pode ser que Caio Júnior esteja improvisando com o que tem nas mãos.

Souza e Marcinho eram atacantes que marcavam a saída de bola do adversário, perseguindo os laterais. Tardelli e Obina não fazem isso. Como Toró era atacante e virou volante, imagino que vai jogar mais próximo do centroavante baiano e saberá marcar a saída de bola.

Sem um meia de criação, Ibson passa a ter essa função, ainda que forçosamente. E o jovem Aírton tem mostrado qualidade para distribuir o jogo, também deve ficar na armação de jogadas.

Assim, Jaílton e Cristian ficam como os protetores da zaga autênticos.

Olhando desse modo, não parece defensivo. Mas é só um palpite na tática.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dinamitaram a colina!

Sim, eu sei que o Grêmio assumiu a liderança vencendo o Coritiba no Couto Pereira (coisa rara de acontecer por lá). Mas o assunto da quinta-feira foi o auê que aconteceu no Vasco da Gama.

Morais fugindo da concentração após protestos da torcida, Edmundo acusando nominalmente os jogadores do Vasco de fazerem corpo mole pra não jogar... E isso tudo em meio a uma goleada de 6 x 1 em cima do Atlético.

As coisas já foram ditas e rebatidas por Jean e Leandro Bonfim, Antonio Lopes condenou a pressão da torcida sobre Morais etc. O Clube de Regatas Vasco da Gama parece estar sem comando.

Os pró-Eurico que ficaram não têm boa vontade com a nova diretoria (seria Edmundo um deles?), Roberto Dinamite estréia numa presidência de clube, sua equipe não tem experiência administrativa nem de gerenciar conflitos... O time está sentindo esse contexto.

Pra complicar, o Vasco é mais um endividado. Como Dinamite não sabe os "truques mágicos" que os outros presidentes fazem - mesmo sem dinheiro, fazem contratações internacionais - não existe muita alternativa para o cruzmaltino.

Mas a última coisa que a torcida precisava era uma divisão do elenco, que já não é lá essas coisas. Edmundo pensa que sem Jean e Leandro Bonfim o Vasco vai melhorar? Ou que ele agüenta jogar quarta e domingo pra reclamar de substituição?

Na verdade, Edmundo está de saco cheio de tudo. Quis encerrar a carreira após a eliminação na Copa do Brasil, e foi convencido (por Eurico) a continuar. Já disse que pára no fim do ano, mas até lá tem um estressante Brasileirão pela frente.

A novela vai ser longa...