quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O jogo que ninguém viu

Como falar de uma partida do Flamengo que acompanhei pelo tempo real do Globoesporte.com e pela repercussão no Twitter? A FERJ fez de tudo pra expulsar os torcedores do estádio que não tinha refletores (com interferência da Globo?). Foi tão bizarro que o destaque foi a pirraça de Ibson no intervalo.



Pelo pouco que vi, aquele passe de Rodolfo no gol do Fla não é pra qualquer um. A movimentação de Ibson foi inteligente, e foi premiado com um gol em que levou sorte - o chute sai mascado, a bola bate no defensor em cima da linha e entra, em vez de voltar pra pequena área.

Revoltado por não ser mais unanimidade na torcida e por supostamente ser posto à venda por Paulo Pelaipe, não quis comemorar. (Digo "supostamente' porque não vi uma aspas do diretor de futebol sobre o assunto, só versões de setoristas). Até aí tudo bem, o jogador tem o direito de se manifestar conforme seu humor de momento.

No intervalo o problema foi querer "jogar no ventilador" sem, de fato, jogar no ventilador. Se Ibson não gostou da maneira que as coisas (supostamente) estavam sendo tocadas a seu respeito, que tirasse satisfação com Pelaipe pessoalmente. Não é nada maduro nem profissional mandar recadinhos pela imprensa. Ou faça como São Marcos, diga claramente e aguente as consequências.

O jogador, que tem mostrado recuperação do seu futebol (um gaiato no Twitter disse que seria o único dos "walking-deads" do Fla com chance de ressuscitar, ao contrário de Léo Moura e Renato), perdeu a chance de sair por cima. Provavelmente vai tomar o esporro de sua vida e se preocupar novamente em apenas jogar futebol. E convenhamos: se jogar bem, reconquista todo mundo, sem necessidade de drama.

Depois, Felipe Dias cometeu pênalti e parece que foi substituído por não estar bem (pior do que Renato veio a ser? Dúvida). Repito o que disse à época de Negueba: sou ABSOLUTAMENTE CONTRA execrar garotos recém-saídos da base. São presa fácil, ainda mais entrando no time num momento como esse. Planta nova precisa ser podada, não sacrificada sem sequer chegar a dar frutos. Espero que a torcida tenha maturidade pra entender isso.

Lembrando: o Quissamã era um time muito fraco. Claro que contra uma equipe um pouco melhor o Flamengo ia encontrar mais dificuldades. Ainda acho que não há motivo para desespero, com Fluminense jogando com reservas, o Vasco em reconstrução total e o Botafogo ainda sem confiança.

Porém confesso que Dorival Junior não me parece mais aquele técnico promissor que parecia no Coritiba e no Vasco. Vi sua participação no "Bem, Amigos" e o achei um cara meio maçante, sem parecer entender profundamente do assunto futebol. E os boleiros devem sacar isso na hora, não é à toa que Dorival teve desafios à sua autoridade no Santos e no Internacional. Imagine aquele professor de Química que nunca libera mais cedo. Acho que é assim que os jogadores o vêem.

E o pior é que não me parece alguém seguro de suas convicções táticas, se é que as tem. O que só contribui para sua desconfiança perante o elenco. Mas a condição financeira do Fla não permite uma dispensa que custe R$ 1,8 milhão. É com esse que vamos, e não adianta chamá-lo de burro - acho que só piora o estado emocional do homem...

Finalizando: o site da Ferj possui uma ouvidoria. Acho que torcedores de todos os times deveriam entupir a caixa de entrada deles perguntando por que jogos às 17h, clássicos 19h30 de quinta... Fico no mínimo curioso pra saber a justificativa. E qual o papel dos clubes na validação da tabela? Ainda estou em busca dessa informação, qualquer novidade trago pra cá.

(Foto: Alexandre Loureiro/Vipcomm)

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