quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Acima das expectativas

Acredito que nenhuma das torcidas esperava que o placar de Flamengo x Vasco fosse  4 x 2 para o rubro-negro. O próprio jogo foi melhor do que se esperava, considerando que são dois times em formação e ainda sem a plena confiança da torcida. Mas a noite era mesmo de um moleque fracote, que mal cabe na camisa oficial do clube, e que não sentiu nenhum peso. Rafinha começa sua história brilhando num grande clássico.


A correria era muita, e ambos os times buscavam triangulação e ultrapassagens, já que contam com velocistas em seus elencos. Eder Luis, Pedro Ken e Bernardo atormentavam Gonzalez e Renato Santos (partida ruim dos dois) enquanto Nixon, Rafinha e Elias botavam Dedé na roda.

Muitos contra-ataques do Vasco foram armados por passes errados bobos do Flamengo. Mas Leonardo fez os vascaínos sentirem falta de Carlos Alberto - pra você ver... E a jogada tão tentada deu certo: Nixon passou por trás da defesa da Colina e Ibson deu uma enfiada vertical como há muito não se vê no Flamengo. O fraco goleiro soltou e Hernane, no seu toque único de sempre, conferiu. Olha que o apelido de "Brocador" vai pegar.

Impressiona a inteligência de Elias no meio. Sabe a hora de passar, segurar a bola, fazer tabelas, chutar ou cruzar. Não é à toa que quase todos os seus passes são certos. Léo Moura, da sua linha de fundo particular (10m antes da oficial) fez o toque e o ex-corintiano cruzou pra Nixon fazer um gol de peito! Nixon. Gol. De peito. Sim, foi isso.E Rafinha também participou da jogada.

Quem destoava da personalidade do time do Flamengo era a zaga. Renato Santos furava, González ficava pra trás em tudo que é jogada (como é lento!). E, como tudo que é zaga de uns anos pra cá, essa também não sabe o que fazer na bola aérea. O kicker Bernardo deixou na medida pra Pedro Ken cabecear sozinho.

Aí no intervalo Dorival saca Nixon pra colocar Cléber Santana. Por que tirar a velocidade do time diante de um 2x1 apertado? A sorte é que logo no primeiro minuto Rafinha enfileirou e Cléber acertou um chute indefensável. Mas depois disso o Flamengo foi cansando e o Vasco levando perigo. E aos 20 minutos sai Ibson, que estava acompanhando o ritmo, pra entrada de Renato Abreu, de marcha lenta.

Foi cedo demais, e tome bola na área e chutes a gol pra testar o "mão de pau" Felipe. Quando é que esse goleiro vai aprender a "catar" uma bola? Tenório entrou, e não dá pra entender por que estava na reserva. É o atacante mais perigoso do Vasco, e merecia ter feito o dele.

Então Rafinha, que já tirava de letra a marcação vascaína, resolveu correr com inteligência. Douglas e Dedé sabiam que o combate direto era impossível, e lá foi o ex-CFZ até bater no contrapé do goleiro. O garoto melhorou no arremate, e vai se sentindo mais à vontade a cada jogo. É pra Adryan e Mattheus aprenderem como se faz.

Só que de tanto se movimentar Rafinha cansou, e Thomaz entrou muito mal. O Vasco conseguiu um segundo gol (golaço!) e deu sufoco. Até bola na trave rolou. Mas o time ainda parece inconsistente, sem variação de jogadas.

Flamengo e Vasco ainda precisam melhorar, mas seus esquemas não podem desprezar uma característica marcante de seus elencos: a velocidade. Com treino e preparo físico é uma arma mortal.

Estou curioso pra ver como serão os outros clássicos.

(Foto: Alexandre Loureiro)

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