segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem diria?

Foto: Marcio Alves/O Globo
É complicado falar de um jogo tendo visto só os melhores momentos. Feita a ressalva, posso dizer que o Flamengo chegou onde poucos poderiam afirmar antes do Campeonato Carioca começar: invicto, com classificação antecipada para as semifinais, com Hernane artilheiro do carioca e "brocando" geral, e Rafinha transformando-se numa peça fundamental na campanha. E com Dorival, de fato, montando um time.
 

Pode-se dizer que nesse segundo clássico da temporada o teste foi maior do que contra o Vasco, que ainda está em rearrumação. O Botafogo manteve a base e o técnico do ano passado, Seedorf apoderou-se de vez da liderança pessoal e tática, e o clube trouxe novos jogadores para compor elenco.

O que ninguém contava é que logo aos 3 minutos o Flamengo abrisse o placar e deixasse o jogo aberto. Hernane parece ser o novo Dadá Maravilha, do "feio é não fazer gol". Depois de marcar de inúmeras maneiras na temporada, "canelou" bonito e deixou lá dentro. A confiança é tamanha que quase fez um de bate-pronto mais tarde, num chute até então inimaginável para o jogador que é.

Impressionou a quantidade de gols perdidos de ambos os lados. Parecia que a Jabulani tinha voltado à cena.

Tudo o que se esperava de Adryan e Mattheus em 2012 Rodolfo e Rafinha estão realizando com sobras em 2013. Se a escalação dos dois pareceu invencionice de um Dorival Junior perdido em início de ano, o desempenho deles atesta o contrário.

Rodolfo perdeu gol feito, mas faz parte do amadurecimento. O mesmo jogador deu aquele passe de calcanhar tirado da cartola. Embora tenha um aspecto de menino distraído, sempre que entra em campo tem alta objetividade, participando de lances decisivos.

Falar em pensar rápido, ser decisivo e objetivo é falar de Rafinha. É o segundo clássico que o garoto não se intimida, não sente o peso e parte pra cima. Além do perigo quando chega diante do gol, seus passes mostram uma inteligência fora do comum. O tempo todo diretoria e torcida devem fazer o exercício de não se deslumbrarem, mas o camisa 11 não facilita!

O que fica claro na campanha do Flamengo é que agora sim Dorival monta um time. A nova realidade do clube e a tranquilidade para fazer seu trabalho podem ter ajudado. Mas não há como negar que o técnico fez vingar um esquema ofensivo, com o qual o time está comprometido. Melhorou na escalação e nas substituições (defeitos crassos em 2012), e vai convencendo.

A Fla-Twitter disse que Carlos Eduardo foi discreto. Não esperava nada diferente, assim como não espero que seja um craque (achei exagerada a "passagem da camisa 10" por Zico, por exemplo). É pra compor elenco, embora seja superior a outros jogadores de "compor elenco".

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