segunda-feira, 18 de março de 2013

Custo-benefício

Sai Dorival, entra Jorginho. A atual troca de técnicos do Flamengo é mais um episódio da cruzada contra as combalidas economias do clube. Embora Dorival  nunca tenha sido unanimidade (como não o foi em nenhum dos clubes pelos quais passou), a torcida ainda fica desconfiada. Afinal, o melhor resultado (no Brasil) do novo técnico foi uma quase classificação do Figueirense pra Libertadores. O Flamengo, consciente, jogou novamente os dados, apostando pouco dinheiro. Mas não necesariamente apostando pouco.

Pra mim o maior mérito de Dorival Junior foi montar uma proposta de jogo ofensiva. Desde que ele assumiu tentou o tal 4-3-3 (com Negueba, Love e Thomás na frente, lembram?). Em 2013 conseguiu montar o time numa pré-temporada adequada, deu chance aos jovens, recuperou Ibson e deixou Renato Abreu no banco.

Porém Dorival não passa segurança. Às vezes substitui mal, sem ficar claro o que ele queria com aquilo. E embora mantenha um bom clima nos vestiários, acho que isso se deve mais a ser um bom camarada do que uma autoridade reconhecida. Vide os episódios de Ganso e Neymar.

O engraçado é ficar todo mundo (diretoria e técnico) numa pseudo-contagem regressiva para a saída. Com a falta de dinheiro anunciada e as cláusulas draconianas dos contratos de Patricia Amorim, março seria um mês-chave: multa rescisória caindo pra menos da metade, e ainda a tempo de preparar o time pro Campeonato Brasileiro. Com tais contornos (e um conveniente vexame no meio da semana) no fundo todos sabiam o final do filme.

Na minha opinião Jorginho é mais aposta do que Dorival Junior. Seu único título é no campeonato japonês e por aqui só treinou América-RJ e Figueirense. Mas muita gente pensava ser ele o técnico "de fato" na Seleção Brasileira de Dunga - que jogava no contra-ataque, como o Flamengo de Dorival. Ainda assim, parece ser um estudioso do futebol com cancha pra ser técnico. Não é um acomodado.

Mas é aquilo: se a torcida fica revoltada com as loucuras financeiras das gestões anteriores, precisa aceitar que o Flamengo rebaixe temporariamente seus horizontes pra conseguir sair do vermelho. Essa é a equação mais difícil pra nova diretoria administrar.

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