terça-feira, 24 de março de 2009

Cotovelos doloridíssimos

A torcida do São Paulo deve estar rindo à toa. Ganharam tantos Campeonatos Brasileiros (e o clube é tão elogiado por isso) que está fazendo com que os demais façam malabarismos para não ficarem tão mal na foto.

Começou com a ridícula pendenga do Flamengo pela "taça das bolinhas". Ali, o objetivo era proclamar quem era o primeiro pentacampeão brasileiro. O tricolor paulista acabou com o imbróglio sendo hexa em 2008.

Agora, times que venceram a Taça Brasil e a Taça de Prata querem equivalência dos títulos ao Campeonato Brasileiro. O depoimento do presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, é exemplar:

"Parece que o mundo e o futebol brasileiro começaram apenas em 1971. É preciso reconhecer o que aconteceu antes. Ninguém aqui está querendo mudar o passado. É lógico e simples. Agora, não é porque é lógico que vai dar certo."

Belluzzo, é bom dizer, é um dirigente cuja mentalidade destoa do amadorismo oportunista de seus pares. Mas se equivoca em sua justificativa. Ninguém considera que o futebol começou em 1971, somente uma outra competição com outro nome. E que, na prática, era um campeonato nacional como as Taças anteriores. Se "ninguém aqui está querendo mudar o passado", então eu não entendi.

Por que essa necessidade de ser reconhecido pela CBF, uma vez que os referidos títulos já são assimilados? O Bahia já colocou a estrela da Taça Brasil de 1959 na camisa...

Cabe aos clubes fazer um trabalho de marketing e memória permanente para esclarecer às futuras gerações sobre o significado histórico das Taças. O Flamengo de 1987 (Copa União) e o Vasco de 2000 (Copa João Havelange) não perdem tempo discutindo se a CBF reconhece ou não. Simplesmente comemoram o que existiu dentro de campo.

Ou você não se impressiona que o Santos tenha vencido cinco Taças Brasil seguidas, de 1961 a 1965? E faz diferença se a entidade administrada pelo senhor Ricardo Teixeira reconhece ou não? Isso é apequenar as conquistas, não valorizá-las.

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