quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A paciência não é brasileira

Dia desses eu me perguntava o que leva alguém a ser juiz de futebol, com todas as pressões que a profissão contém. Hoje me pergunto o que leva alguém a ser técnico no Brasil, onde não existe a cultura de dar tempo ao trabalho do treinador, nem de levar em conta os problemas do clube e do elenco.

Cuca, pelo que li, se demitiu do Santos. O clube saiu contratando a torto e a direito, em meio ao campeonato, obrigando-o a montar um time enquanto está na zona de rebaixamento. Qual técnico vai dar um jeito no Peixe a curto prazo?

Não sei se Antonio Lopes foi demitido ou simplesmente viu que não daria mais pra aguëntar a pressão de não ter resultados. A falta de time do Vasco, somado ao clima polêmico provocado por Edmundo é culpa dele?

O mesmo pra Renato Gaúcho: desfalques mil, jogadores vendidos e outros pedindo dispensa - e a obrigação de jogar do mesmo jeito que jogava com um time completo e entrosado desde o início da Libertadores. Impossível.

Agora começa a ventilar na Gávea a possibilidade da saída de Caio Júnior. Perdeu jogadores bons (ou importantes para o time, como Souza), vários machucados, nenhuma reposição à altura. Pra piorar, ameaças vindas da própria torcida, em sua própria casa. O que o comandante rubro-negro pode fazer numa situação dessas?

Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo não estão no G-4 à toa. Mantiveram seus técnicos e seus elencos (ou fizeram reposições de alto nível). Se até agora o campeonato estava equilibrado e com muitos times disputando a liderança, isso pode mudar.

Um comentário:

André Marques disse...

Só uma ressalva ao Renato Gaúcho: pra mim nunca foi técnico de futebol. O Fluminense avançou na Libertadores graças exclusivamente ao talento dos jogadores e um pouco de sorte. No que dependesse do Renato, nem teriam passado da primeira fase. O time nem parecia ser treinado, nem jogadas ensaiadas tinha. Bastou dois jogadores de destaque do time saírem para o rendimento cair.
E esse time atual do Fluminense pode até estar desfalcado, mas não é tão ruim a ponto de estar na zona de rebaixamento. É falta de um técnico sim.