
Foi triste. A Seleção Brasileira de futebol feminino perdeu novamente a medalha máxima para os EUA. Marta e companhia jogaram com vontade, pra frente, com atitude, raça, empolgando a torcida, e a bola não entrou. Porém repare: o futebol das mulheres hoje é o que o futebol masculino já foi um dia.
A aguerrida final que decidiu o ouro foi um jogo bem jogado, com lances de talento e muita emoção. As estadunidenses marcavam forte e de perto, mas sem falta. As brasileiras tiravam dribles "da cartola", visando o gol. Em determinado momento, ficava difícil até definir o esquema tático das equipes.
Ao final, o Brasil perdeu e as jogadoras choravam, não se conformavam com a derrota, toda a gana investida ainda pulsava, triste. E foi uma seleção acompanhada por todo o país desde o Pan 2007, com um futebol bonito e que massacra os adversários.
Há quanto tempo não nos sentimos assim com a Seleção masculina?
Além disso, não se vê a tenebrosa "falta tática" no futebol feminino, aquela que existe só pra parar a jogada e truncar a partida, pra desgosto do torcedor (se bem que há muitos torcedores que gostam dessa palhaçada). A bola corre, as atletas idem, sem a premeditação da violência - nem sua naturalização no esporte.
E as mulheres partem pra fazer gol, com vontade. Nada do defensivismo coletivo que consagrou o empate como um bom resultado. Às vezes elas beiram a ingenuidade, mas nada que comprometa sua missão de ficar no imaginário brasileiro como uma Seleção da qual nos orgulhamos - como na Copa de 82.
Portanto, a medalha vale pouco diante do que essas mulheres fazem com a auto-estima de uma nação pentacampeã. E isso sem ter uma liga profissional no Brasil. Talvez aí esteja o segredo: sem adentrar o mundo das lucrativas negociatas do esporte, o futebol feminino preserva uma pureza que prioriza, antes de tudo, o talento.
Um comentário:
aguardando o post sobre a rodada do Brasileirao
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