sexta-feira, 2 de maio de 2008

O Barcelona é mais um

Após contratar Henry e ainda contar com Eto'o, Ronaldinho, Messi, Deco e Thuram, as expectativas da torcida catalã para 2008 foram às alturas. Os dois anos sem título pareciam chegar ao fim. Mas o que acaba de acabar mesmo é o tal supertime do Barcelona.

Não é a primeira vez que um time formado por vários "galáticos" naufraga sem ganhar nada. O exemplo mais recente é o do arqui-rival Real Madri (cuja trajetória rendeu em excelente livro-reportagem). Na capital espanhola Ronaldo, Zidane, Figo, Beckham e Raúl não foram os megacampeões que se esperava.

Por que isso acontece? Por que tanto talento junto não dá certo?

Talvez porque, apesar das exacerbações midiáticas individuais dos craques de agora, o futebol nunca tenha deixado de ser um esporte coletivo. E para funcionar coletivamente, é preciso equilíbrio.

Assim, um time que tinha Pelé, Pepe, Coutinho, Zito e Gilmar também tinha Lima, Mengálvio, Tite. Zico, Júnior, Raul e Leandro jogavam com Marinho, Manguito, Figueiredo. Até na seleção: Garrincha, Didi e Nilton Santos atuavam juntos de Bellini, Mauro, Zózimo.

Se há os jogadores espetaculares, é preciso que existam os nem tanto (mas nem por isso sem talento ou valor). Sobre estes as expectativas não são tamanhas, ainda podem fazer seu trabalho sem tanta pressão. Sem a cartola entregue pela assistente de palco, não há jeito do mágico tirar o coelho lá de dentro...

Ou então: você pode tentar sobreviver alimentando-se de filé mignon todos os dias. Mas vai sentir falta da complementação básica de um feijão com arroz. Os dirigentes e o técnico devem saber montar um time "balanceado", com o "tempero" dos foras-de-série empolgando todo o conjunto.

De nada adianta vender milhões de camisas dos galáticos se a galeria de troféus é cada vez menos estrelada.

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