quinta-feira, 29 de maio de 2008

É com respeito e auto-estima

O Fluminense mostrou ontem como se joga pra perder ou ganhar uma Libertadores. O Boca foi o mesmo de sempre, embora tenha uma defesa abaixo do nível do resto do time.

Todas as vezes que o Flu resolveu atacar (nada de desespero, simplesmente organizar algumas simples jogadas no campo do Boca), assustou e conseguiu os gols. Quando recuava - como nos primeiros 20 minutos do segundo tempo - a bola só parava na rede ou nas mãos de Fernando Henrique (que fez a torcida esquecer todas as suas falhas).

Pra ser campeão, o tricolor tem que ter respeito pelo adversário, mas auto-estima em alta pra saber que tem talento pra fazer frente. Gabriel não estava bem, mas Junior César não se intimidava, e de lá saíam as boas jogadas. Thiago Silva e Luiz Alberto mostraram muita maturidade.

Thiago Neves, se não atuar bem, sempre terá um bom chute pra manter o time vivo. Ontem, chutou muito pouco, mas contou com o frangaço do goleiro argentino.

E o blogueiro aqui "queima a língua", pois Riquelme sofreu marcação cerrada ontem e nem por isso deixou de exibir seu monstruoso talento. Embora Arouca não seja um marcador clássico, fico com a explicação do maestro Junior na transmissão do SporTV: não adianta marcação individual se o cara sabe tocar de primeira...

Aliás, todo o time do Boca sabe tocar de primeira! Com exceção da irritante catimba, é muito bom ver o atual campeão da Libertadores jogar. Quando o jogo estava em 2 x 1, os argentinos devolviam logo a bola para o Flu, como se estivessem perdendo, sem se acomodarem.

E não duvido nada que o Boca jogue no Maracanã com a mesma atitude que jogou ontem.

Em São Paulo, o Botafogo quase consegue passar pelo Corinthians, mas ficou nos pênaltis. A meu ver, Castillo falhou no primeiro gol - pra que sair naquela bola, já que Herrera estava marcado? Como já apontou um amigo botafoguense, o uruguaio joga muito adiantado sempre, afobando-se em lances como esse.

A verdade é que, com esse elenco, Cuca conseguiu fazer mais um milagre: depois do vice-campeonato carioca, sai da Copa do Brasil nas semifinais, nos pênaltis. Mas o desgaste de mais um título perdido fez o técnico sair. Não à toa está sendo cobiçado pelo Santos.

Mas a tragédia grega da noite estava reservada para São Januário. Aos 45 do segundo tempo, Edmundo conseguiu levar a decisão para os pênaltis. Depois, foi o culpado pela desclassificação ao isolar infantilmente a bola, numa cobrança típica de quem não treina os penais faz tempo.

O Sport chega com moral para a decisão, e o Corinthians que se cuide pra segurar o Leão da Ilha - que vai fazer o jogo mais importante desde a primeira decisão da Copa do Brasil, em 1989, quando perdeu para o Grêmio.

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