Ficou reservada para a decisão do Rio a maior dose de emoção desse domingo. Em Minas e, de certa forma, em São Paulo a fatura já estava pré-liquidada desde a semana passada.
Quando o Santos fez 1 x 0 logo no começo do jogo, deu a impressão que as coisas iam complicar para o Corinthians. Mas o Timão não demorou muito pra empatar, e a falta de experiência do alvinegro praiano falou mais alto. Sem ânimo para tentar fazer mais dois gols, o 1 x 1 deu o título invicto ao Parque São Jorge.
Sem dúvida, Mano Menezes e Ronaldo foram os destaques desse Corinthians campeão. Com o time acertado e consicente de suas limitações (como o Botafogo), o Fenômeno deitou e rolou - sem trocadilho - fazendo gols em clássicos e momentos decisivos. Nada anormal para seu currículo. Mas precisa de reforços para um Brasileirão de oito meses.
Resta ao Santos ter calma e ver que saiu no lucro. Contratou Vágner Mancini no meio do campeonato, quando nem imaginava chegar às semifinais. E pôde contar com revelações que se firmaram no time, como Neymar e Paulo Henrique. Se a janela de transferências de julho não atrapalhar, há boas chances desse elenco garantir ao menos uma vaga na Libertadores.
Esses dirigentes da Federação Paulista de Futebol vão lavar seus lençóis amanhã... Fica brincando com fogo! Zoação à parte, a carreira e a integridade física de um jogador foram postas em risco ontem. Quem vai ser punido por aquela idéia de burro de misturar fogos e papel?
O que falar de Minas? Até agora os atleticanos tentam entender por que duas goleadas por 5 x 0 em duas finais seguidas de campeonato estadual. O gol logo no início do jogo acendeu, lá longe, a luz da esperança. Entretanto, assim como em São Paulo, o Cruzeiro sepultou a alegria e logo empatou.
O maluquinho Kleber é mais uma vez campeão. Vamos ver se no Brasileirão ele vai ser expulso proporcionalmente ao número de gols que faz...
A decisão mais aberta e mais emocionante foi a do Campeonato Carioca. Um Botafogo castrado de seus maiores talentos enfrentando um Flamengo com 90% do Maracanã a seu favor. Mas não foi fácil como os rubro-negros imaginavam.
Primeiro, porque novamente o Botafogo soube "asfixiar" o adversário. O time do Fla rodava a bola mas não fazia nada de objetivo, pois não tinha espaços. Só que faltava ao alvinegro o toque final de qualidade - que Victor Simões, sozinho, não dava conta.
Mas veio um escanteio e uma falha de marcação: 1 x 0 Fla. Depois, uma falta e um desvio providencial: 2 x 0 Fla. E essas foram as duas únicas finalizações do cirúrgico time da Gávea. Túlio Souza quase encobre Bruno com estilo, mas o primeiro tempo terminou mesmo com o placar tranqüilo para o Fla.
No segundo tempo, o imponderável deu as caras. Logo a um minuto de jogo, pênalti infantil de Juan. Aliás, desde o episódio com Maicosuel, o camisa 6 da Gávea não jogou absolutamente nada. Victor Simões bateu como sempre e Bruno, que tinha feito seu dever de casa, defendeu.
Quando todos pensavam que o jogo ia ficar por isso mesmo, Cuca inventa de tirar o rápido Erick Flores para botar a âncora Obina. A estapafúrdia substituição deve ter produzido um efeito psicológico no time do Botafogo, que partiu pra cima de uma maneira que nem sua torcida esperava. Juninho diminuiu numa linda cobrança de falta e Túlio Souza empatou após boa troca de passes.
Aí o Botafogo perdeu o ímpeto e o Fla voltou a assustar. Mas sem ataque e com os alas num dia ruim, nunca haveria mais gols. Pênaltis, como em 2007, com os mesmos técnicos.
Com tudo zerado, Bruno mais uma vez foi a estrela, com competência e sorte. O Fla conquistou o "penta-tri" sem jogar melhor que o Botafogo, mas com a frieza e a experiência de carimbar o título quando teve chance. Ambos os times precisam se reforçar para o Brasileirão, mas fizeram uma final para orgulhar seus torcedores.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
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