terça-feira, 15 de julho de 2008

Qatar e adjacências

Quem diria que o novo eldorado do futebol brasileiro seria o Oriente Médio? Estádios vazios, times inexpressivos fora da região, uma cultura bem diferente (e mais conservadora) do que a do nosso país. No entanto, a alta do petróleo garante a rentabilidade de sheiks que gostam de gol.

Com os demais mercados da bola saturados, a tal estabilidade financeira perseguida por jogadores e técnicos pode ser encontrada no Qatar ou na Arábia Saudita. O problema é que, diferentemente da Europa, não existe esse negócio de "janela de transferências" por lá. Deu vontade de "pescar" alguém por aqui, é só tirar o caminhão de dinheiro do bolso e se consegue a qualquer momento.

Abel Braga fez uma proposta indecente, para não ser aceita e poder continuar no Internacional-RS. Pois os caras cobriram a proposta! Agora, Caio Júnior quase sai do Flamengo - mas deve ter pensado no que ainda pode construir no contexto nacional.

Fora o aspecto financeiro, outro "atrativo" do Oriente Médio é que os grandes jogadores do mundo não estão lá. E os jogadores nativos não são lá essas coisas. Resultado: os medianos e os "reis do chinelinho" (que não se sustentam no competitivo futebol pentacampeão), fazem a festa.

Felipe (ex-Vasco e Flamengo) é craque absoluto no Qatar. Roger (ex-Grêmio), que também nunca se firmou em clube nenhum e gostava mesmo de um holofote, vai seguir o mesmo caminho. Não duvido que Gustavo Nery e Carlos Alberto sejam os próximos.

Mas se já não bastasse a Europa, o Japão e os países da ex-União Soviética, agora o futebol brasileiro precisa competir com o Oriente Médio. E nunca se estrutura pra fazer o movimento inverso.

PS: Devido a uma atribulada segunda-feira, não pude postar sobre a rodada de fim de semana.