Mas o que se pode avaliar do jogo de hoje? Que o meio-campo é marcador só no nome: Felipe Melo, Gilberto Silva e Elano não conseguiram conter os avanços uruguaios, deixando a defesa exposta. 30 bolas cruzadas na área! E se não é marcador, tampouco sabe ser rápido no contra-ataque: Kaká ficou sozinho durante boa parte do jogo.
Ponto positivo para a regularidade de Luís Fabiano - deixou o dele e sofreu um pênalti - e para o acerto de Dunga ao substituir Elano por Ramires. Foi a alteração certa, e se os jogadores são convocados, devem ser observados (ainda mais num jogo que se tornou menos complicado).
Júlio César, impecável. Daniel Alves é outro que mostra personalidade, e tem mais recursos do que o titular Maicon. Merece ser titular. Juan, sempre no tempo certo da bola, na defesa e no ataque, é outro indispensável ao grupo.
Abaixo, a avaliação individual:
Júlio César: a cada jogo comprova a fama de melhor goleiro do mundo. Mil defesas à queima-roupa!
Daniel Alves: bom lateral, bom meia, joga de cabeça erguida. Deu sorte no gol, mas se ele não arriscasse, nada aconteceria.
Lúcio: liderou bem a defesa e não comprometeu, mas é ofuscado por Juan.
Juan: um dos melhores zagueiros do mundo, voltando depois de um longo tempo contundido. A disposição pra fazer o seu gol é exemplar.
Kléber: encara todos os times do qual faz parte como uma repartição pública. Comparece, bate o ponto, não se arrisca, não se destaca, não compromete, não faz nada além do que pedem. Tem estabilidade na Seleção de Dunga, e assim sente que pode continuar medíocre.
Felipe Melo: levou vários dribles dos fracos uruguaios, não acertava a cobertura... Desse jeito, Josué volta pro time titular.
Gilberto Silva: uma furada, bicos pro alto, chutões... Esse não devia ser titular nem em times brasileiros.
Elano: outro burocrata, que depende muito do parceiro Robinho pra aparecer bem. Não acompanhou Kaká.
Ramires: não teve muito tempo pra fazer alguma coisa, mas arranjou uma expulsão ao passar por meio de dois, e sabe jogar na frente e na defesa. É muito melhor que Elano, e Dunga deve insistir na substituição.
Kaká: jogou isolado no meio, e muito marcado. Mas quando teve espaço, apareceu bem (como no gol de Luís Fabiano).
Júlio Baptista: não teve tempo pra nada.
Robinho: abaixo do que pode render, mas sua experiência segurou a bola no ataque e assustou um pouco a defesa uruguaia.
Luís Fabiano: não é fácil competir com os fantasmas de Ronaldo e Adriano, e com Nilmar no banco. Mas ninguém pode reclamar de sua eficiência no ataque brasileiro.
Josué: não teve tempo pra nada.
Dunga: se insistir com Ramires e Daniel Alves no time, já resolve bastante coisa. Mas ainda não comprovou que pode mudar um jogo em circunstâncias adversas (nem teve chance disso hoje).
Um comentário:
Marcos, só dá para saber se o Brasil evoluiu depois do jogo contra o Paraguai.
Como você bem disse, o Uruguai jogou aberto e partiu pra cima do Brasil. Nessas condições, a Seleção costuma ir bem, tem um bom contra-ataque. O problema do Brasil é quando tem que atacar, ou seja, quando enfrentar uma Seleção que se feche na defesa. Lembra da Colômbia e de outros empates ridículos em casa? Pois é, se o Paraguai vier pra cá fechado, poderemos ver outro.
No mais, achei o 4x0 um placar muito do mentiroso. Júlio César já está pendurado com cartões, vamos ver até quando ele vai poder levar o time nas costas.
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