sábado, 6 de junho de 2009

Evoluímos?

Se essa foi a melhor convocação de Dunga, talvez a vitória por 4 x 0 contra o Uruguai, em Montevidéu, quebrando um tabu de 33 anos, tenha sido uma das melhores exibições da Seleção sob seu comando. Mais uma vez, fica difícil perceber se alguma evolução de fato aconteceu diante da fragilidade do adversário, que ainda jogou aberto.Nessas condições o Brasil deita e rola.

Mas o que se pode avaliar do jogo de hoje? Que o meio-campo é marcador só no nome: Felipe Melo, Gilberto Silva e Elano não conseguiram conter os avanços uruguaios, deixando a defesa exposta. 30 bolas cruzadas na área! E se não é marcador, tampouco sabe ser rápido no contra-ataque: Kaká ficou sozinho durante boa parte do jogo.

Ponto positivo para a regularidade de Luís Fabiano - deixou o dele e sofreu um pênalti - e para o acerto de Dunga ao substituir Elano por Ramires. Foi a alteração certa, e se os jogadores são convocados, devem ser observados (ainda mais num jogo que se tornou menos complicado).

Júlio César, impecável. Daniel Alves é outro que mostra personalidade, e tem mais recursos do que o titular Maicon. Merece ser titular. Juan, sempre no tempo certo da bola, na defesa e no ataque, é outro indispensável ao grupo.

Abaixo, a avaliação individual:

Júlio César: a cada jogo comprova a fama de melhor goleiro do mundo. Mil defesas à queima-roupa!

Daniel Alves: bom lateral, bom meia, joga de cabeça erguida. Deu sorte no gol, mas se ele não arriscasse, nada aconteceria.

Lúcio: liderou bem a defesa e não comprometeu, mas é ofuscado por Juan.

Juan: um dos melhores zagueiros do mundo, voltando depois de um longo tempo contundido. A disposição pra fazer o seu gol é exemplar.

Kléber: encara todos os times do qual faz parte como uma repartição pública. Comparece, bate o ponto, não se arrisca, não se destaca, não compromete, não faz nada além do que pedem. Tem estabilidade na Seleção de Dunga, e assim sente que pode continuar medíocre.

Felipe Melo: levou vários dribles dos fracos uruguaios, não acertava a cobertura... Desse jeito, Josué volta pro time titular.

Gilberto Silva: uma furada, bicos pro alto, chutões... Esse não devia ser titular nem em times brasileiros.

Elano: outro burocrata, que depende muito do parceiro Robinho pra aparecer bem. Não acompanhou Kaká.

Ramires: não teve muito tempo pra fazer alguma coisa, mas arranjou uma expulsão ao passar por meio de dois, e sabe jogar na frente e na defesa. É muito melhor que Elano, e Dunga deve insistir na substituição.

Kaká: jogou isolado no meio, e muito marcado. Mas quando teve espaço, apareceu bem (como no gol de Luís Fabiano).

Júlio Baptista: não teve tempo pra nada.

Robinho: abaixo do que pode render, mas sua experiência segurou a bola no ataque e assustou um pouco a defesa uruguaia.

Luís Fabiano: não é fácil competir com os fantasmas de Ronaldo e Adriano, e com Nilmar no banco. Mas ninguém pode reclamar de sua eficiência no ataque brasileiro.

Josué: não teve tempo pra nada.

Dunga: se insistir com Ramires e Daniel Alves no time, já resolve bastante coisa. Mas ainda não comprovou que pode mudar um jogo em circunstâncias adversas (nem teve chance disso hoje).

Um comentário:

André Marques disse...

Marcos, só dá para saber se o Brasil evoluiu depois do jogo contra o Paraguai.
Como você bem disse, o Uruguai jogou aberto e partiu pra cima do Brasil. Nessas condições, a Seleção costuma ir bem, tem um bom contra-ataque. O problema do Brasil é quando tem que atacar, ou seja, quando enfrentar uma Seleção que se feche na defesa. Lembra da Colômbia e de outros empates ridículos em casa? Pois é, se o Paraguai vier pra cá fechado, poderemos ver outro.
No mais, achei o 4x0 um placar muito do mentiroso. Júlio César já está pendurado com cartões, vamos ver até quando ele vai poder levar o time nas costas.