sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eu, brasileiro, lamento

Triste ver que Didier Drogba, atacante da Costa do Marfim, pode ficar fora da Copa do Mundo. No mínimo, já está com a participação prejudicada, pois a solução seria uma cirurgia no braço esquerdo para entrar em campo dois dias depois.

Há quem fique aliviado por ser menos um perigoso adversário a enfrentar o Brasil na primeira fase. Quem gosta de futebol bem jogado, discorda. Drogba é um centroavante raro atualmente: é forte sem deixar de ser rápido, com técnica para armar e concluir todo tipo de jogada. A Copa perde o brilho sem ele.

Do mesmo modo, não consigo engrossar o coro dos que torcem contra a Argentina em toda e qualquer situação. Sim, há uma rivalidade e Maradona não aposenta sua "marra", mas racionalmente falando, o sempre vistoso futebol dos hermanos dá gosto de ver. E se não queremos uma explosão mundial de "São Paulos à la Muricy", times que sabem jogar devem sempre chegar o mais longe possível.

E afinal, queremos ser campeões jogando contra times meia-boca? Um dos grandes orgulhos canarinhos do ano foi ver o capitão Lúcio anulando Drogba na Liga dos Campeões da Europa. E quero ver Cristiano Ronaldo "voando" contra o Brasil, para que tenhamos a chance de provar que em campo podemos ser melhores. Quero gritar "Ô Messi, pode esperar, que a tua hora vai chegar!". E enquanto não chega, ver o argentino entortando todo mundo pela frente.

Veja só: no mulambado amistoso com Zimbábue vimos três golaços do Brasil. Não é legal? Até o sisudo Dunga levantou pra aplaudir e (quiçá!) pode ter pensado como é bom jogar bem e bonito, com prazer e não só dever.

A Copa já não tem Beckham, Ballack, pode ficar sem Drogba. Mas Felipe Melo segue com sua saúde de ferro. E já encontrou um gêmeo: a entrada de Tanaka no centroavante marfinense, levantando o pé daquele jeito no meio-de-campo, mostra que os representantes do Açougue Futebol Clube não vão deixar os artistas da bola impunes.

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