O primeiro jogo do resto de nossas vidas

O novo Flamengo entrou em campo. Se todas as decisões e atitudes extracampo são importantes, elas só conseguem aguentar a pressão da torcida se dentro de campo os resultados vierem. O Quissamã era fraco, o time estava desentrosado, cheio de garotos mas ainda assim a vitória veio - com dose dupla de Hernane! Nada melhor pra começar o campeonato e o "ano letivo".


Difícil avaliar quem jogou pela primeira vez, como Rafinha e Rodolfo. Ainda falta a manha de atuar no profissional durante os 90 minutos. Nixon, que jogou algumas partidas em 2012, me pareceu mais efetivo e ligado no jogo. De uma maneira geral, o time jogou melhor no segundo tempo.

Hernane é isso aí, galera: só um toque na bola, perto do gol. Foi assim que ele se criou no Mogi-Mirim, e não esperem nada além disso. Quase fez mais um tentando encobrir o goleiro, na mesma situação. E de novo eu vi Romário com a camisa do Flamengo! Aliás, entrou bem.

E o Ibson, hein? Perdido no primeiro tempo, parece ter se encontrado depois. Afinal, é segundo volante, e foi nessa posição que ele de fato jogou. Correndo no ritmo certo, um bom lançamento e uma firula objetiva no lance do segundo gol, tá de bom tamanho pelo que se viu em 2012.

O mesmo de Leo Moura: a presença de garotos pra correr por ele lhe fez bem. Soube a hora de defender e de ir à linha de fundo. Não pareceu o sanguessuga do ano passado.

Já Ramon... Bem, que o João Paulo faça um ótimo jogo semana que vem pra exorcizar de vez esse fantasma da camisa 6 rubro-negra.

De uma maneira geral, pode-se dizer que o Flamengo de 2012 tinha muita experiência, e nenhuma velocidade. O de agora tem pouca experiência, mas muita velocidade. Os contra-ataques rápidos e com a garotada tentando as tabelas são armas que Dorival não tinha antes.

O adversário era muito fraco (pra mim, forte candidato a rebaixamento), o que exigia uma partida segura e a vitória. O novo Fla conseguiu isso, e os garotos não se intimidaram. Dá pra ter esperança. 

(Foto: André Portugal/Vipcomm)