terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Flamengo virou timinho

O maior jogador da história do Flamengo sempre fez questão de dizer que jogador algum é maior que o Flamengo. Segundo Zico, os atletas passam, mas a instituição fica. Hoje essa lógica foi transformada.

O homem que comandou as maiores glórias do clube, que é considerado o "Pelé branco", sabe que sempre houve dirigentes incompetentes no futebol brasileiro. E que o Flamengo não estava livre disso.





Apesar dessa irrefutável verdade, Zico sempre manteve uma boa relação com o clube, seus jogadores e sua torcida, pois vivia conforme acreditava: mesmo ele, depois de tudo o que fez, sabia que não era maior que o clube.

Mas o Flamengo encolheu quando acusou Zico de usar seu prestígio para se dar bem enquanto dirigente de futebol. Zico, que chegou aos 12 anos na Gávea, que não jogou em outro time brasileiro que não o Flamengo, sem nenhuma mancha de caráter no seu currículo, foi tomado por salafrário. Ele e seus filhos.

E não foi quando Zico iniciava uma campanha para ser presidente, ou buscando moralizar o clube politicamente. Não, Zico foi acusado quando servia ao clube, submetendo-se ao mando da presidente Patricia Amorim, responsável máxima por tudo o que ali se faz - ativamente ou por omissão.

Enquanto Zico tentava, aos trancos e barrancos, implantar a profissionalização do futebol, Patricia, covarde como só uma política profissional sabe ser, dizia uma coisa e fazia outra. Na frente das câmeras, contava que Zico tinha toda a autonomia etc e tal. Por trás, além de não respaldar essa "autonomia", escalou Capitão Léo (funcionário lotado em seu gabinete de vereadora) e Renato Maurício Prado para queimar o filme do Galinho. Sem contar José Carlos Peruano, que numa sessão do Conselho Fiscal do Fla, disse que Zico deveria voltar para o museu.

Tudo para deixar a situação insustentável para Zico ficar. E para que ele parasse, de uma vez por todas, de atrapalhar a carreira política de Patricia Amorim, discípula de Eurico Miranda em todos os aspectos.

E o que somos obrigados a ver hoje? O ídolo máximo da nação rubro-negra dizendo que o Flamengo não tem mais graça pra ele. Perdeu o sabor. Depois de toda uma vida engrandecendo o clube, é tomado por ladrão publicamente. É mágoa demais, que parece não ter volta. É triste demais.

É o tipo de coisa que pediria um movimento #ForaPatricia, que sequer se dá ao luxo de se defender do que Zico fala. Ela sabe que é tudo a mais pura verdade. E nada foi provado até hoje. Capitão Léo desmentiu tudo depois de fazer o trabalho sujo.


Pra mim não resta mais dúvida: Zico se tornou maior do que o Flamengo. Pois a dor de Zico é a da honra ferida, do caráter questionado. Honra e caráter é o que Patricia Amorim e seus asseclas não possuem, está mais do que provado.

O Flamengo escolheu esse caminho. Ao contrário de outros clubes, como Vasco e Corinthians, que mesmo com seus defeitos prosseguem honrando antigos e novos ídolos. Embalados pelo marketing, mas sem esquecer da história.

O Flamengo está apagando sua história. Está mostrando para uma nova geração de torcedores e jogadores o que faz com seus ídolos. Um dia essa fatura vai ser cobrada.

O Flamengo virou timinho. A lógica que Zico sempre apregoou se inverteu.

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