quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A ameaça



O Brasil está num bom momento econômico, a Europa não. Essa seria uma explicação simplista para a notícia Real e Barça, uma ameaça ao futebol espanhol, veiculada no caderno de esportes do Globo, na coluna Planeta que Rola.

Fora a questão da falta de patrocínios nas camisas dos demais clubes, um ponto não foi levantado no texto: as verbas de TV. O modelo espanhol é o mesmo adotado aqui com a implosão do Clube dos 13: cada clube negocia individualmente com a emissora que transmite os jogos. Claro que Barcelona e Real Madrid recebem muito mais que outros clubes, graças a sua audiência.

A diferença é que, na Espanha, esse modelo já vigora há tempos, enquanto no Brasil está apenas começando. Mas alguém duvida que possamos seguir o mesmo caminho, com Flamengo e Corinthians se revezando nos títulos nacionais?



Sei que muitos vão achar que falo uma heresia. Mas lembrem-se que estou trazendo uma visão de futuro. Se a cada ano Fla e Timão receberem o dobro de adiantamento de TV que os demais clubes, sendo que já faturam mais que eles em patrocínio devido ao tamanho das torcidas... É MUITO mais dinheiro pra contratar, pagar altos salários, manter as jovens promessas.

E como já engrenamos nos pontos corridos, não vai rolar nem um mata-mata entre os oito primeiros para que times abaixo do 3º lugar tenham alguma chance.

Os flamenguistas e corintianos que estão indiferentes a essas questões, devem pensar. É mais marcante ser campeão ao final de um torneio disputado (e que, de fato, testou as forças do vencedor final) ou de uma lenga-lenga de 38 rodadas cujo resultado seria sempre previsível?

Tire Barcelona e Real Madrid do campeonato espanhol. Qual é a graça dessa competição?

Pois a CBF (de novo ela) é cúplice de mais um crime a longo prazo contra o nosso futebol. Não se esqueçam que seu mandatário foi um dos fiadores da divisão do Clube dos 13, ladeado pelos escudeiros interesseiros - e míopes - Andres Sanchez e Patricia Amorim.

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