sexta-feira, 9 de março de 2012

Sobre eficiência



Messi, Neymar e Ronaldinho Gaúcho são os assuntos recorrentes das mesas redondas e dos papos de bar no Brasil hoje. Olhados com lupa por todas as torcidas, logo em seguida começam as reflexões e vaticínios sobre o presente e o futuro de cada um. Mais do que o futebol bonito, o pano de fundo de toda a discussão parece ser um só, ainda que não assumido: a eficiência.



Por estar no time mais fantástico deste século, Messi já se encontra no centro das atenções do mundo. Porém não se basta nisso. Apesar de estar ladeado de uma constelação de, no mínimo, bons jogadores, faz questão de fazer seus voos solos espetaculares a cada partida.

Neymar, o único craque em atividade no Brasil em sua plena forma, tem fome de bola. Apesar do cabelo e das traquinagens adolescentes, é profissional e carrega o Santos nas costas desde o ocaso de Ganso e a chegada de Muricy - que não ia dispensar um excelente bode expiatório paras as derrotas e a muleta ideal para as vitórias com seus esquemas quadrados.

Ronaldinho Gaúcho só recebe tamanha atenção por estar no time com maior torcida do país. No céu ou no inferno, o Flamengo garante audiência. Mas já começa a ser hostilizado pela torcida, que não se conforma com tanto investimento por tão pouco em campo.

Messi e Neymar obedecem à natureza de seus talentos sem perder de vista o objetivo maior: a vitória, a saga de suas carreiras, os títulos que vão acalentá-los no coração da torcida. O santista parece ter aprendido com o argentino a evitar o cai-cai e a firula desnecessária. Com a facilidade para fazer o difícil, é claro que os lances mágicos e excepcionais surgem durante as partidas.

Já Ronaldinho, que tem o mesmo talento que Messi e Neymar, vai assumindo cada vez mais sua opção pela insignificância. Seus malabarismos são cada vez mais inúteis, e ele pouco acrescenta para o time. O que dá raiva no torcedor é que se percebe, por meio dos lampejos, que ele pode acrescentar, mas sabe-se lá por que não o faz.

Messi e Neymar conseguem ser eficientes para suas equipes, buscando o tão desejado resultado. E no processo não abrem mão de usar seus truques para nos deixar boquiabertos. Ronaldinho faz o contrário, e começa a provocar nos rubro-negros (e também na Seleção) irritantes bocejos.

Um craque também é fruto de suas próprias escolhas.

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