terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pelo fim dos alambrados

Desde criança ouço falar nos hooligans ingleses. Hoje assisto aos jogos do campeonato daquele país estupefato: os estádios não têm alambrado! Os torcedores ficam pertinho dos jogadores e nada acontece, fora os apupos e aplausos. Como é possível?

A mais recente vítima de nossos hooligans é João Vitor, volante do Palmeiras. O que aconteceu na Inglaterra que poderia ser utilizado aqui?




A certeza da impunidade foi erradicada no país bretão. Torcedor que invadisse o campo ou fosse pego protagonizando brigas e confusões era preso, fichado e  banido de qualquer jogo do campeonato inglês por um bom tempo. Se tentasse entrar, seu rosto e identidade já tinham sido divulgados à toda polícia.

As emissoras de TV também fizeram sua parte. Não exibiam durante a transmissão ou nos telejornais os atos de vandalismo (e ainda hoje é assim). Tirava um dos maiores desejos dos hooligans, aparecer e reafirmar sua macheza em público. Mas as imagens gravadas eram enviadas às autoridades responsáveis, que faziam o resto.

Precisamos de algo parecido no Brasil. Primeiro, as redes de TV devem impedir a espetacularização dos atos de vandalismo de máfias organizadas (não são torcidas) e chamar algozes como os de João Vitor de "criminosos travestidos de torcedores". E encaminhar as imagens à polícia.

A polícia, por sua vez, deve fichar esses vândalos como faz com qualquer bandido. Arquivar o rosto, divulgar aos oficiais de plantão nos estádios, com um esquema decente. Não dá pra botar meia dúzia de gatos-pingados despreparados para garantir a segurança de milhares de pessoas.

Leis para banir os nossos hooligans e preservar o esporte e o lazer já existem: o Estatuto do Torcedor e o Código Penal. É preciso vontade política.

Se dirigentes, autoridades, patrocinadores e detentores dos direitos de transmissão não se moverem conjuntamente e continuarem apenas a jogar a batata-quente no colo uns dos outros... não adianta chorar o Neymar derramado pra Europa.

* Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo, concordo em gênero, número e grau com tudo o que está posto aí. Mas há um detalhe. Vivemos no Brasil, o país onde o crime (qualquer um) compensa, pois que todos saem impunes. Diante disso, vc realmente acredita que alguém vai se preocupar a sério com violência no futebol? Nem pra fazer farofa...

Marcos André Lessa disse...

Bom, ao menos eu vou gritando daqui... rs