(Foto: Mowa Press)
A gente teima, fica viciado nas mega-análises sobre esquema tático, preparação física, polêmicas extracampo etc etc etc etc etc...
Aí vem um Messi e nos lembra o que é futebol.
Quem esperaria aquele gol aos 46 do segundo tempo? Bom, do Messi dá pra esperar qualquer coisa. Mas o jogo já estava resolvido, parecia que as equipes não tinham mais nada a oferecer, a distribuição em campo e o desentrosamento dos jogadores já tinham feito seu trabalho...
Só que a genialidade inquieta não se doma. As amarras táticas, as vaidades dos técnicos, a violência em campo, a pusilanimidade dos árbitros, a mercantilização do futebol - tudo isso pode aprisionar a essência do futebol por um tempo (seja de que duração for).
Porém a essência ainda está lá, tal monstro aprisionado nas profundezas do mar, que força os grilhões a todo instante, por instinto natural. E de tanto forçar, arrebenta-os. E um dos escolhidos pelos deuses do futebol para realizar esse feito nos dias atuais é Lionel Messi.
Se você acha exagero, pegue as últimas duas temporadas de La Pulga. Quantos gols, passes, dribles e jogadas memoráveis ele protagonizou? Então.
"Nenhum jogador brasileiro hoje joga 50% do que o Messi está jogando". A afirmação é de Juninho Pernambucano, ele mesmo um dos maiores que o Brasil já teve, injustiçado em Copas assim como Ademir da Guia.
Quando Mano Menezes foi instado por um repórter a comentar a categórica obervação do ex-vascaíno, fechou a cara, disse que "o Brasil também tem grandes jogadores", e que "amanhã o jogo vai ser contra uma equipe, não um jogador". Como comandante da Seleção, entendo a postura diplomática. Mas ele não rebateu, nem contra-argumentou. Sabe que é verdade.
O pior é que Mano estava errado. Além da Argentina, o Brasil ainda enfrentou Messi. Segurou o resultado, mas não segurou o camisa 10. Uma roubada de bola, uma tabela de calcanhar e, cinco segundos e quatro marcadores depois, a bola morria no canto (oposto!) do goleiro Vitor.
Coelho da cartola, fênix, súbita inspiração. Escolha a descrição que achar melhor. Messi fez o grande favor de relembrar ao mundo que, apesar de seus "donos" em todas as esferas, o futebol não morreu. Está no talento natural de seres de outro planeta como Lionel Messi.
Um comentário:
se encontrasse com o mano, bateria em seu ombro e diria, como para consolá-lo: "ma-nô, o jogo foi contra uma equipe. mas bastou um único jogador, uma pulga, para fazer toda a diferença".
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