Vou te dizer: não tem nada mais sacal e repetitivo no futebol do que o chororô "o-adversário-não-está-nos-respeitando-ao-tocar-a-bola-com-classe-e-fazer-firulas-para-passar-o-tempo". A carpideira do momento é o Corinthians, tendo no técnico Mano Menezes e no Fofômeno seus principais porta-vozes. Os Meninos da Vila deitaram e rolaram e agora o nhémnhémnhém está do lado do Parque São Jorge.
O que eu fico mais encucado é que os corintianos alegam que esse tipo de atitude não tem objetividade, e visa humilhar o adversário. Então, se o Santos enfiasse uma goleada em vez de fazer a bola correr, isso seria menos humilhante? Quando o Corinthians estiver garantindo uma vaga na fase seguinte da Libertadores e, para não se arriscar, fizerem a bola correr graças ao talento de Ronaldo, Dentinho, Defederico e cia., isso será condenável?
Pra completar o festival de absurdos, Mano Menezes reclama que qualquer contato com os Meninos da Vila é considerado falta, ou cartão amarelo. Bom, se eles têm habilidade e o único recurso dos marcadores acaba sendo "matar a jogada" (o eufemismo mais frequente na boca dos técnicos), então o juiz tem que marcar. Não é óbvio?
"Ah, futebol é esporte de contato". Sim, mas se existem jogadores que fogem do contato para visar somente a bola, isso também deve ser considerado pela arbitragem.
Mas o bom mesmo é ver a maturidade e a personalidade de Neymar, provando que não é mais uma mosca-morta no cenário do futebol brasileiro. Denunciou a ameaça do zagueiro Chicão (que não precisa desse tipo de coisa, é bom jogador) em agredi-lo, afirmou que vai continuar jogando assim e que o Santos utiliza os recursos que têm. Parece veterano falando. Diante de Neymar, Robinho fica ainda mais infantil do que já é.
O Corinthians quer dar o troco? Encontre o Santos na semifinal, faça um placar favorável e firule de volta. Ou já esquecemos que o Brasil deu ao mundo jogadores como Pelé, Garrincha, Julio Cesar Uri Geller, Denner, Robinho mesmo, Ronaldinho Gaúcho, Denílson e tantos outros que fizeram o que suas torcidas adoram - humilhar o adversário com o drible, seja em que situação for.
segunda-feira, 1 de março de 2010
O eterno chororô e a maturidade de Neymar
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