O incrível Fla-Flu deste domingo teve 8 gols e a participação de novos e antigos personagens conhecidos das torcidas: Adriano, Vágner Love, Conca, Alan, Maicon, Vinícius Pacheco... Menos um: Petkovic. Ninguém está falando nisso com a veemência necessária. Quer dizer, uma pessoa está: o técnico Andrade, que não hesita em sacar o gringo quando ele não contribui para o time na partida.
Pet já tinha seu lugar garantido no coração da torcida ao fazer aquele gol da final do Carioca de 2001, contra o Vasco, aos 43 do segundo tempo. Ressuscitou em 2009 para contribuir com o tão sonhado hexacampeonato brasileiro, com atuações memoráveis. Mas até então Pet era uma surpresa diante de seus desempenhos recentes no Goiás, Atlético-MG e Santos.
Sendo uma surpresa recheada de talento (que não se esquece) e experiência, foi um dos craques do país no ano passado, e era a cereja do bolo do bem arrumado time de Andrade. No entanto, acredito que o último grande feito de Petkovic tenha sido o gol olímpico que desmontou o Galo em pleno Mineirão, abrindo a vitória final por 3 x 1. De lá pra cá, a verdade é que o sérvio não tem jogado nada, embora saiba muito bem se manter na mídia.
Nos jogos seguintes, Pet teve atuações discretas, com lampejos aqui e ali e escanteios bem cobrados, como no que originou o gol do título de Ronaldo Angelim, contra o Grêmio. Não duvido da capacidade de Pet de se adaptar a novos cenários, mas vamos aos fatos: ele não joga no nível que se espera desde os 6 minutos iniciais contra o Atlético-MG, em setembro!
O camisa 43 da Gávea pode estar manjado, e assim muito bem marcado; também pode estar fora de ritmo, já que foi o último a se apresentar na curta pré-temporada rubro-negra. O certo é que Pet tem sido um peso para o time em campo, e graças à bipolaridade da imprensa esportiva (ou exalta ou crucifica, sem perceber quando não há mais razões para tais atitudes), ainda possui crédito para não ser criticado.
Mas é bom para o Flamengo que o Petkovic atual seja questionado. Não que se apague seu passado no clube, mas olhe-se para o presente com uma pulga atrás da orelha. E ao menos o técnico tem olhado. Percebam como o time ganha em velocidade e poder ofensivo com a simples saída do gringo. Vinícius Pacheco tem aproveitado as chances, e o recém-chegado Ramon tem tudo pra fazer o mesmo.
Assim como de Ronaldinho Gaúcho, não se pode esperar que Petkovic repita temporadas estelares dia após dia. Entretanto o Flamengo precisa enxergar a realidade e saber trabalhar com ela, pois também interessa ao clube preservar um ídolo que carrega a torcida com ele.
Talvez Pet renda mais na Libertadores, diante de adversários que não o conheçam tão bem como os brasileiros. Mas é preciso que o próprio atleta perceba que não está bem (o que não duvido, já que não cria caso com as substituições) e clube e torcida, idem. O pior cego é o que não quer ver. E o que aceita barato o ocaso de um belo jogador como Dejan Petkovic.
ATUALIZAÇÃO À 01:24 - Pet vai embora do Maracanã no intervalo e briga com Marcos Braz, que o exclui do grupo. A notícia saiu horas depois da postagem.
Um comentário:
Pode ser que eu esteja enganada, mas acho que isso é reflexo da chegada do Wagner Love. O Pet não é mais tão indispensável como foi no ano passado. Duvido que o Marcos Braz o afastasse por indisciplina no último ano, independente do que ele fizesse. O Pet deixou de ser o salvador da pátria. Aliás, manda ele pra mim que a coisa tá feia no meu time. bjs
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