Foto: Tom Dib/Lance!Press |
A "Família Scolari", um desses apelidos que a imprensa tanto gosta, não acontece à toa. Felipão consegue a confiança de seus jogadores ao mesmo tempo em que garante uma entrega total em campo. O fato de ser o time que representa a nação facilita e muito o trabalho do técnico.
Acompanhar as entrevistas coletivas de Felipão ao vivo é uma experiência reveladora. "O México só nos ofereceu perigo enquanto o David Luiz esteve fora", disse após a partida em que, mesmo de nariz quebrado, Sideshow Bob continuou em campo. "Eu falei pro Fred que ele não seria substituído em hipótese alguma", disse após o jogo contra a Itália, em que o centroavante do Fluminense quebrou o jejum e estava assombrado pelos gols de Jô.
Felipão "dá uma moral" absurda a cada um dos convocados, banca suas decisões (ao contrário de outros técnicos renomados, que jogam a responsa pra juízes, dirigentes, torcida etc) e mantém os reservas motivados pra entrar a qualquer momento. É difícil ver um banco tão ligado na partida como o da Seleção.
Se a Seleção está sendo contestada, isso só fortalece seu método. Fica claro que Felipão mostra aos jogadores que a bola, literalmente, está com eles, e só eles unidos conseguirão virar o jogo contra tamanha oposição dentro de sua própria casa. Para uma Copa do Mundo no Brasil, não haveria melhor comandante. Nesse contexto cada vitória acaba sendo épica mesmo que o jogo não valha tanto, e poucos conseguem capitalizar isso como Felipão.
Luis Felipe Scolari não vai contribuir para a renovação de nosso futebol, tampouco para atualizações táticas. Felipão nasceu para ganhar com a Seleção na hora que é preciso ganhar. Perde de Honduras, mas vence a Copa. Pode perder domingo, mas ainda há uma Copa em casa pela frente.
Contou com a sorte ao pegar um trabalho mais mastigado, é verdade. Por dois anos Mano Menezes deu um padrão tático à equipe (Felipão não mudou o 4-2-1-3) e fez o teste de mais de 100 jogadores que o atual treinador já convocou "peneirados". Mas Mano não saberia encarnar o ufanismo em forma de superação que todo torcedor deseja para a Seleção.
O Brasil pode perder todos os seus jogos até a estreia da Copa 2014. Mas se Felipão continuar técnico, continuarei confiante.
2 comentários:
É, rapaz, fico impressionado com a habilidade do cara em fazer isso.
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