Adriano é seleção

O novo camisa 10 da Gávea é uma questão de fé: você acredita ou não que "agora vai!". Pelo histórico recentíssimo, estou no time dos céticos. Mas uma coisa não posso negar: caso aconteça o milagre de Adriano voltar a jogar bem (e por um período razoável de tempo), amarelinha nele, e rápido. Não só pela qualidade, mas pela confiança de ter um jogador que não afina pra decidir, causando temor no adversário.



Já falei sobre isso por aqui. E Adriano sempre bota medo quando está habilitado pra entrar em campo. Acho até que a grande vantagem do Flamengo com sua entrada (se acontecer) é que os outros atacantes estariam mais desmarcados, pois o Imperador (sic) vai puxar uns dois marcadores, por precaução do técnico adversário. Foi assim em 2009 e 2010.

Adriano chuta de fora da área, cabeceia bem, já foi para Copa, decidiu um título dificílimo de Copa América na Argentina contra os donos da casa. Seria a referência pra nova geração, coisa que Ronaldinho Gaúcho não foi e nunca será.

Entretanto só dá pra considerar tudo isso usando o mantra "se ele quiser...", já entoado por todos os comentaristas em 2009 no Flamengo (quando ele quis, até a antepenúltima rodada do Brasileirão), 2010 na Roma, 2011 no Corinthians e agora, novamente, na Gávea.

Ao menos o Flamengo conta com resquícios de lucidez ao fazer um contrato de risco de tiro curto e preço baixo. E é uma pena que a Seleção não consiga um dono absoluto da camisa 9 desde Ronaldo. Mais triste ainda é que a esperança seja esse Adriano que estamos vendo.